Quarta-feira
06 de fevereiro
Reverência
Quando você for ao santuário de Deus, seja reverente. Eclesiastes 5:1

Meu esposo e eu estávamos passando alguns dias em uma cidade turística, durante um feriado prolongado. Chegamos sexta-feira e, sábado pela manhã, fomos à igreja. Porém, à tarde, após termos descansado um pouco, queríamos encontrar um lugar tranquilo, onde pudéssemos nos assentar e estudar um pouco a Bíblia e contemplar a natureza. Assim fomos seguindo as placas que indicavam um ponto muito alto, com uma bela vista. Logo no início do morro a placa de um mosteiro nos chamou a atenção.

Geralmente esses lugares têm pátios tranquilos, adornados por jardins e muito silêncio. Decidimos entrar. Qual não foi a nossa surpresa quando vimos que o estacionamento estava lotado e mal tínhamos como manobrar o veículo!

O rapaz que estava cuidando do local nos perguntou se tínhamos ido para o canto. A princípio não entendemos bem sua pergunta, mas logo tudo ficou claro. As vozes vindas da capela, em perfeita harmonia, nos fizeram entender que todos tinham ido ali para ouvir o canto gregoriano cantado pelas irmãs daquele mosteiro.

O local estava quase cheio, mas a reverência era total. Tínhamos até medo de falar qualquer palavra, pois o silêncio era absoluto. As pessoas entravam em reverência e faziam uma pequena oração, antes de desfrutar aquele momento, envoltas em uma atmosfera única e especial. Não havia nenhum comentário e, caso alguém precisasse sair, fazia isso de forma muito discreta. As pessoas tinham a nítida impressão de estar na presença de Deus.

Em uma das alas, na parte da frente, mas não ao centro, estavam todas as participantes. Eles estavam usando roupas longas e escuras e também um véu que quase lhes cobria o rosto. A cabeça estava um pouco inclinada, de forma que a atenção não era direcionada a elas e sim à música e às suas vozes, que imprimiam ao local uma atmosfera celestial. Não pude deixar de pensar no louvor em nossas igrejas e em como, muitas vezes, se perde a noção da reverência necessária naquele momento. Confesso que, em algumas situações, eu me senti triste e envergonhada por ver atitudes impróprias no ambiente sagrado.

Essa experiência me levou à reflexão: Não deveríamos nós, como povo de Deus, ter o senso mais aguçado da presença do Senhor? Não deveríamos ser as primeiras a ter uma postura que levasse outros a sentir que o lugar de adoração é santo e que nosso Deus requer de nós a mais profunda reverência? Que o Senhor nos ajude a tomar a decisão de uma mudança completa de atitude em Sua casa. Que nosso culto seja agradável a Ele.

Regina Mary Silveira Nunes