Não sei dizer o que me levou a recordar as salas de estar das casas e apartamentos que já morei ao longo de quase 40 anos de ministério. O fato é que revisitei cada uma delas em uma viagem imaginária. E, ao fazê-lo, percebi que foram 20 no total.
Nessa jornada através do tempo, encontrei-me novinha e recém-casada. Senti a emoção de segurar minha primogênita, que era prematura, e revivi seus primeiros passos. Estive com minhas duas filhas, cantando hinos infantis e ensinando-as sobre Jesus. Ouvi seus gritinhos de medo, enquanto escutavam atentamente a história do dilúvio em discos de vinil. Também ouvi seus risos de alegria ao som de “viva”, quando seus amiguinhos lhes cantavam “parabéns” nas festas de aniversário.
Ao reviver todas aquelas memórias, senti um misto de alegria, emoção e nostalgia. Meu coração se aqueceu relembrando aqueles bons momentos, que agora já estavam distantes no tempo. Senti o coração apertado ao me recordar de várias situações difíceis da adolescência delas, vividas naquelas salas. Era como se eu estivesse assistindo a um filme que já havia visto antes.
Revivi seus primeiros namoros e términos. Sequei as lágrimas e ouvi novamente as intenções de compromisso dos rapazes com quem elas estão casadas. Alegrei-me com as reuniões de família no Natal. Senti o calor dos abraços e a emoção de receber presentes escolhidos com tanto carinho.
Tivemos momentos de extrema alegria e de profunda tristeza ao longo daqueles anos. Porém, ao revisitar aquelas salas em diferentes estados e cidades, pude perceber que, mesmo que eu me encontrasse feliz ou com lágrimas nos olhos, algo era muito claro em cada cena revivida: a certeza de que Deus estava comigo e com meu esposo, nos confortando, sustentando e nos dando forças e sabedoria.
Se ao ler este texto seu coração está triste ou exultante, lembre-se de que o Senhor prometeu em Sua palavra que estaria ao seu lado e a sustentaria. Portanto, lance fora o medo e tenha a certeza de que, durante este dia, Ele será seu guia e a sustentará com a destra fiel.
Regina Mary Silveira Nunes