Quinta-feira
24 de abril
REVOLUÇÕES BARULHENTAS
O ensino do sábio é fonte de vida para evitar os laços da morte. Provérbios 13:14

A história é marcada por muitos levantes populares. Alguns são nobres, como a marcha dos negros pelos direitos civis em 1963. Outros são doentios, como a “Noite dos Cristais”, que envolveu uma onda de ataques aos judeus em 1938. Ambos os movimentos alegavam ter causas nobres que legitimavam sua luta. Enquanto Martin Luther King buscava defender os negros do racismo, Hitler afirmava querer proteger a Alemanha do comunismo. Cada um tinha sua motivação. O desafio é separar o joio do trigo e saber como e quando agir de modo a não desonrar o nome de Deus.

Em casos complexos, como o racismo institucionalizado, há aqueles para os quais o dilema fica entre “o voto e a bala”, lembrando o discurso de Malcolm X em 1964. Para outros, a saída seria pacífica, como o sonho de Luther King de ver sua filha negra brincando com a amiga branca.

Entre um e outro espectro do debate estão os acomodados, sobre os quais Luther King lamentou: “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons.” Na maior parte das vezes, esses “neutros” terminam colaborando com o mal. Foi a passividade da maioria alemã que permitiu à minoria nazista sacrificar milhões de judeus.

O sentimento de injustiça instiga as pessoas a apoiar revoltas populares – especialmente aquelas que saem do controle –, pois parecem ser o meio mais prático de derrotar um sistema corrupto. De fato, esse pode ser o método mais rápido, mas seria o mais sábio?

Nos tempos de Cristo, havia vários movimentos judaicos revolucionários, e os discípulos tentaram filiar Jesus a algum deles. Sua persistente negativa frustrou muitos e causou incredulidade em outros. Jesus parecia demasiadamente acomodado.

Eles não entendiam que o mal é barulhento, mas o bem é silencioso. Seus resultados nem sempre são imediatos. Há pessoas que, por mais bem-intencionadas que sejam, assemelham-se a carroças vazias, não acrescentando nada além de perplexidade, raiva e caos. Até que um dia são descartadas por sua inutilidade. E o barulho que fazem é justamente por estarem vazias. Assim também é conosco. Nosso ruído, ou a ausência dele, pode indicar se estamos cheios do Espírito Santo, ou vazios.