Terça-feira
19 de setembro
ROSA DE SAROM
Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales. Cântico dos Cânticos 2:1, NAA

Gosto de pensar na Bíblia como um grande álbum de casamento entre Jesus e Sua amada noiva, a igreja. Cada narrativa, carta ou poesia descreve o enredo dessa linda história de amor. O Cântico dos Cânticos, por exemplo, escrito por Salomão e cravejado entre os livros poéticos das Sagradas Escrituras, ilustra esse relacionamento apaixonado. Muitas vezes, o livro era lido no começo da Páscoa como lembrete de que a aliança de Deus com Israel não consistia apenas em palavras, mas em um relacionamento de amor. 

Uma das lindas descrições desse livro retrata a esposa de Salomão como “a rosa de Sarom, o lírio dos vales”. A rosa de Sarom era um arbusto com muitas fibras que podia chegar a três metros de altura. Alguns estudiosos afirmam que não se tratava de uma rosa como a que temos em nossos jardins, mas sim da flor do açafrão. A planta é típica da região de Sarom, que fica na planície próxima ao mar Mediterrâneo, entre Jope e o monte Carmelo. É uma região de grande escassez de água. A rosa de Sarom se distinguia pela beleza, força e vitalidade, assim como o lírio, que nasce no lodo. 

É interessante que “rosa de Sarom” e “lírio dos vales” sejam primariamente uma referência à esposa. Ambas as descrições remetem à beleza e à capacidade de florescer em meio ao caos. É claro que essa descrição também pode ser aplicada a Cristo, que veio a este mundo abrasado pelo pecado e revelou a beleza do caráter de Deus. O profeta Isaías declara: “O deserto e a terra ressequida se regozijarão; o ermo exultará e florescerá como a tulipa; irromperá em flores, mostrará grande regozijo e cantará de alegria. A glória do Líbano lhe será dada, como também o resplendor do Carmelo e de Sarom; verão a glória do Senhor, o resplendor do nosso Deus” (Is 35:1, 2). 

É maravilhoso saber que tanto Cristo quanto a Sua amada igreja podem ser descritos como “rosa de Sarom” e “lírio dos vales”. A relação entre ambos é tão íntima que eles acabam se identificando no caráter, nos gostos e até na feição. Não é assim que vive um casal apaixonado – um fica parecido com o outro? Da mesma forma, Jesus deseja que tenhamos a beleza de Seu caráter estampada em nossa vida e que exalemos o perfume da Sua salvação.