A menos que você seja um delinquente, um espião ou um ator de cinema, sua vida está mais cheia de coisas rotineiras que de eventos extraordinários. E é melhor que seja assim, não acha? Muitas vezes, a rotina tem um lado positivo. É bom ter uma casa para a qual voltar, andar por ruas conhecidas, ver o rosto de pessoas familiares, sentir a companhia de quem amamos e poder prever o dia de amanhã.
No entanto, às vezes, estamos dispostos a trocar tudo isso por experiências que nos fazem sentir “mais vivos”. Ilusão. Esses “voos” só servem para pôr em risco o que realmente importa. Natan chegou a essa conclusão quando o prenderam por tráfico de drogas.
Eu (Júlio) o visitei na prisão. Era um jovem inteligente e comunicativo que se esforçava para esconder da família o que havia acontecido. Um amigo atualizava as fotos dele na internet e, assim, todos acreditavam que ele estava estudando e “curtindo a vida” na cidade grande. Mas Natan estaria disposto a trocar a rotina, no presídio, pela antiga vida na cidade onde ele havia nascido. Naquele lugar sem nada de “interessante”, ele poderia experimentar o sabor de coisas maravilhosas, como passar tempo com os amigos, cuidar da mãe viúva e do irmão e ir à igreja.
A Bíblia está cheia de histórias que retratam rotinas quebradas. Daniel foi levado para Babilônia como escravo. Ele sentiu falta de Israel e da família. José, no Egito, durante anos, pensou na vida “caipira” que havia deixado para trás, mesmo morando na metrópole mais desenvolvida da época. José sabia que as circunstâncias são tão importantes quanto os lugares, ou mais! Sem dúvida, ele teve saudades de casa. Podemos dizer o mesmo da menina cativa levada à Síria por Naamã, o comandante do exército inimigo. Nem ela, nem José, nem Daniel, porém, mudaram de endereço por opção própria, diferentemente de Natan.
Esses personagens nos lembram da necessidade de nos adaptarmos às surpresas indesejadas da vida. Com a história deles aprendemos a importância de mantermos as rotinas essenciais: buscar a Deus em primeiro lugar e valorizar o que realmente tem valor.
Não importa onde você esteja ou como tenha chegado até aí. O que importa é se você se colocará ou não nas mãos de Deus. Com Ele, sua vida será uma vibrante e feliz aventura, independentemente das circunstâncias.