Sábado
23 de julho
Roupas lavadas
"Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve. Salmo 51:7"

Eu caminhava pela feira olhando pilhas de músicas antigas, livros com capa de couro, talheres manchados, braseiros antigos, xícaras delicadas com contornos dourados e móveis descartados. Eu estava trabalhando em um projeto que envolvia tecidos antigos e estava coletando guardanapos antigos e bordados, trios de mesa monografados e toalhas de rendas feitas à mão. Por isso, eu visitava os brechós e bazares de garagem, buscando “tesouros” e admirando a habilidade, paciência e tempo que as mulheres tinham dedicado a esses pequenos pedaços de tecidos.

Essa feira era a mais próxima, então eu a conhecia bem. Em uma seção que vendia livros bem velhos, canetas e jogos antigos, encontrei duas roupinhas de bebê penduradas, meio que fora de lugar. Elas estavam lá fazia meses e não eram muito caras, mas elas nunca tinham chamado a minha atenção, e não sei o porquê. Talvez fosse porque eu precisava de tecidos brancos, e elas fossem amarelas, sujas, simples e velhas.

Naquele dia, por alguma razão, senti-me atraída por essas roupinhas. Fiquei imaginando as mães que haviam costurado cada uma delas à mão, orando por seu bebê ainda no útero e por um parto tranquilo. Fiquei imaginando os bebezinhos que tinham vestido cada uma durante noites tranquilas e sofridas, durante momentos de gargalhadas e febres preocupantes. De repente, elas não eram mais pedaços velhos de tecido, pois suas histórias desconhecidas as tornavam preciosas. Então as comprei e levei para casa.

Ao chegar, tirei-as dos cabides e as coloquei em uma bolsinha especial para lavar roupas delicadas na máquina de lavar. Umas duas horas mais tarde, abri a tampa da máquina. Para minha surpresa, havia quatro roupinhas ao invés de duas! Cada roupinha devia ter tido uma outra presa por dentro, e todas eram tão brancas e lindas. Passei todas elas gentilmente, arrumando cada dobra e babado corretamente e percebendo, pela primeira vez, a renda nas bordas e orlas de cada peça.

Temos um Deus Pai que nos ama, cuida de nós e reconhece nossa beleza e valor mesmo quando estamos sujas e grudentas devido à sujeira da vida. Além disso, Ele pagou por nós, nos levará para casa, nos limpará e restaurará à pureza perfeita.

Karen Holford