No inverno de 2018, tirei alguns dias de recesso para viajar com minha filha Mariana, minha amiga Liliane e sua filha Laura. Eu e minha amiga combinamos de fazer isso pelo menos uma vez ao ano, para matarmos a saudade, pois moramos muito longe uma da outra.
Ficamos hospedadas em um aconchegante apartamento em Guarapari, Espírito Santo. Certa manhã, como combinado, acordamos e descemos até uma padaria ali perto para tomarmos nosso desjejum.
Quando fizemos nosso pedido, fomos atendidas por uma funcionária que estava mal-humorada e intolerante. Naquele momento tive vontade de deixar evidente meu descontentamento com seu mau atendimento, mas minha amiga deu um testemunho que me levou para uma outra reflexão sobre aquela situação.
A Lili me contou que, certa vez, ela e seu irmão estavam em uma lanchonete esperando ser atendidos, com a mesma expectativa que nós estávamos naquela manhã. A moça veio atender à mesa que eles estavam e acabou prestando um péssimo atendimento. Em vez de reclamar, seu irmão se aproximou da moça e perguntou se estava tudo bem e se ele poderia ajudar com alguma coisa.
Foi quando aquela moça teve a oportunidade de contar que, naquele mesmo dia, uma pessoa muito querida da sua família estava sendo enterrada e que ela não havia conseguido dispensa do trabalho para acompanhar a cerimônia fúnebre.
Por vezes, entramos nos estabelecimentos querendo apenas ser bem atendidos e ignoramos a verdade de que não são robôs que estão por trás daqueles uniformes, são pessoas. Pessoas que muitas vezes saíram para o trabalho com fardos mais pesados do que podem suportar, precisando que você seja Jesus para elas por meio da sua tolerância, do seu olhar, da sua gentileza, do seu sorriso, da sua oração.
Ao sair hoje, olhe para as pessoas que vão lhe servir de alguma forma. Seja Jesus para elas. Tenho certeza de que seus olhos se abrirão para ver pessoas necessitadas onde você nunca viu, e sua vida ficará repleta de propósito.
Vera Diniz