“Não acredito mais na volta de Jesus!” Essas duras palavras me deixaram preocupado. Eu estava em um pequeno grupo quando uma universitária disparou essa frase. Naquela noite, estudávamos os sinais da volta de Cristo, e todos participavam com muito interesse.
Depois de soltar essa “bomba”, a jovem explicou melhor: “Meu avô foi adventista e sempre me dizia que Jesus estava voltando. Apontava cada um dos sinais e afirmava que dificilmente eu chegaria à faculdade nem conseguiria construir uma família. Ele já faleceu, e eu continuo aqui.” Suas palavras foram fortes e expressavam um tom de revolta. Ela ainda continuou: “Meu pai já está aposentado e sempre foi adventista fiel. A cada nova tragédia, ele me diz que realmente estamos chegando ao fim. Ele tem certeza de que vai estar vivo para ver Jesus voltar. É tanto sensacionalismo que já não acredito mais.”
A conversa me chamou a atenção para o efeito negativo de palestras, programas e comentários sensacionalistas sobre os sinais da segunda vinda de Jesus. Nosso foco principal não deve estar nos sinais, mas no preparo para o encontro com o Senhor. Quando esse é o centro, a motivação é o amor ao Senhor e Sua missão.
Os sinais da volta de Cristo são como um quebra-cabeça. A cada dia, as peças vão se encaixando, e o cenário fica mais claro. Não devemos nos concentrar nas peças, mas no cenário. À medida que vemos nossa esperança se tornar realidade, nosso desejo passa a ser gastar mais tempo na presença do Senhor e ajudar a preparar o maior número possível de pessoas para esse dia. Afinal, é a pregação do “evangelho do reino” (Mt 24:14) que vai definir a volta de Cristo e não outros sinais do mundo religioso, político, da natureza ou da condição humana.
Não podemos nos expor ao risco de cair em conjecturas e interpretações alarmistas, participando de reavivamentos vazios e perigosos. O mais importante é saber como está nossa vida diante do Senhor e quantos daqueles que estão próximos de nós já foram evangelizados e estão preparados para a segunda vinda de Jesus.