Quarta-feira
18 de junho
SILÊNCIO NO CÉU
Quando ele abriu o sétimo selo, houve silêncio nos Céus por cerca de meia hora. Apocalipse 8:1

Para nosso contexto atual, a porção de Apocalipse 8:1 a 6 não parece fazer muito sentido. Contudo, um antigo tratado rabínico intitulado Tamid, que detalhava o ritual diário do templo de Jerusalém, pode nos ajudar a compreender melhor as imagens nessa cena do Apocalipse.

Segundo o Tamid, diariamente um sacerdote era sorteado para oferecer o sacrifício pelos pecados do povo. Ao raiar do dia, quando a grande porta do Templo era aberta (Ap 4:1), aquele sacerdote imolava um cordeiro (Ap 5:6-10) e derramava seu sangue nas bases do altar (Ap 6:9-11). Em seguida, o sacerdote pegava o incensário de ouro, o enchia com brasas ardentes retiradas do altar de sacrifício e entrava no templo para oferecer o incenso ao Senhor sobre o altar de ouro. Enquanto isso, outro sacerdote atirava uma pá entre a entrada do templo e o altar de sacrifícios, interrompendo os cânticos do templo, causando um grande silêncio (Ap 8:1). Depois, sacerdotes tocavam trombetas (Ap 8:2), assinalando o fim da cerimônia, e o sacerdote que oferecia o incenso saía do templo para abençoar o povo no pátio exterior.

Em Apocalipse 8:4, o incenso representa as orações dos santos oprimidos (Sl 141:1-2). O toque das trombetas, no verso 5, nos recorda da intervenção divina nos episódios mais críticos da história do povo de Deus Js 6:20; 2Cr 13:14, 15), como também nos lembra do dia em que o Senhor julgará a Terra (Is 27:13; Jl 2:1; Sf 1:6).

Agora o quebra-cabeças está montado e a imagem que aparece é a do juízo divino. Apocalipse 8 representa a cena do juízo como uma resposta às orações do povo de Deus. O Céu silencia para ouvir as orações agonizantes dos servos do Altíssimo. Não são orações voltadas a receber coisas, mas orações que clamam por justiça, por salvação.

E. M. Bounds disse que “sem fogo não há incenso; sem fervor não há oração”. Hoje, ore com mais fervor e aguarde a sentença de libertação do justo Juiz.