Quarta-feira
24 de outubro
Sociabilizando Angel
Não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados. Mateus 7:1, 2

Espiei pela janela. Dentro de pouco tempo apareceria um carro, trazendo um novo cão para que o avaliássemos, tendo em vista uma possível adoção. Pouco tempo antes, tivemos que nos despedir de nosso pastor-alemão, que deixara um buraco enorme no meu íntimo. Um veículo com o logotipo da loja, estacionou em frente de casa. Uma senhora atraente saiu e abriu a porta traseira. Um belo pastor-alemão desembarcou do assento traseiro. Era fêmea. Em pouco tempo, ela estava deitada aos meus pés, cutucando minha mão para que eu afagasse sua cabeça. Após um período de dois dias de teste, decidimos ficar com Angel.

Pouco depois de termos dado um lar para Angel, começamos a perceber que ela apresentava alguns problemas. Primeiro, saltava com facilidade por cima da cerca do quintal. Depois, toda vez que eu a colocava fora, no quintal, ela permanecia junto à porta dos fundos e tremia durante horas. Tentava, a cada oportunidade, perseguir nossa velha gata, Moomba; porém, com o tempo e paciência, tornaram-se amigas. Angel também era superprotetora. Toda vez que alguém chegava para uma visita, ela se encostava nas minhas pernas, agitada e rosnando se a pessoa se mexesse. Por fim, depois de vários meses, entrei em contato com um treinador para que viesse à nossa casa prestar ajuda.

Depois de várias visitas e de muitas sessões de treinamento, estávamos encantados ao ver o progresso. Decidi entrar em contato com o proprietário anterior de Angel para saber mais a respeito de sua história. Informaram-nos que éramos a quarta casa onde ela havia ficado durante seu período de dois anos de vida, e que havia sofrido maus-tratos. Então entendemos por que ela chegara até nós com problemas não resolvidos.

Toda vez que eu me lembro de Angel, vejo como somos rápidos ao julgar as pessoas. Encaramos o seu comportamento como sendo estranho, mau ou inapropriado, sem tomar tempo para conhecê-las e fazer amizade com elas. Seu passado pode bem revelar graves cicatrizes, que causam os seus atos. Talvez essas pessoas queiram chamar atenção porque se sentem solitárias, temerosas ou tristes. Não passemos por alto a oportunidade de demonstrar amizade e estimular, com paciência, uma mudança em seu comportamento.

Certamente Jesus fez isso em favor de cada uma de nós!

Rose Neff Sikora