–Estudamos sobre o “sol da meia-noite” na aula de geografia hoje – disse Melissa, saltando ao meu lado. – O sol realmente brilha à meia-noite na região do sol da meia-noite? Ele nunca se põe? Você já viu? – As perguntas foram feitas uma após a outra.
– Na verdade, eu vi o sol da meia-noite – respondi. – Uma vez. Quando apresentava palestras na Islândia. Na mesma viagem em que minha amiga Unnur e eu, como ovelhas, nos perdemos.
– Lembro-me dessa história – disse Melissa, rindo. – Como se sentiu?
– Em estar perdida? – perguntei, inocente.
– Não! – disse Melissa. – Eu conheço essa história. O sol da meia-noite!
– Ahhh – respondi, sorrindo. – Foi incrível. Num momento estávamos dirigindo em um vale e, no próximo, estávamos no topo de uma montanha islandesa. E lá estava ela, bem à nossa frente: uma enorme bola de fogo vermelho pairando acima do horizonte. Enquanto assistíamos, a bola de fogo lentamente começou a descer, descer, descer até que metade dela foi enterrada abaixo do horizonte. E então parou, quase exatamente no toque da meia-noite. E lá ficou.
– Você quer dizer que nunca se pôs? – gritou Melissa. – Nunca desapareceu abaixo do horizonte?
Eu concordei.
– Mas isso significava que não havia noite! – Melissa disse admirada.
– Praticamente – respondi. – Nas próximas horas, sempre que havia uma brecha entre as nuvens ou quando estávamos no topo de outra colina, aquela meia bola ardente parecia se mover horizontalmente, de oeste para leste. Algumas horas depois, o sol começou a subir até o céu, mudando gradualmente de sangue ardente para um globo reluzente de ouro. Foi uma recordação linda, única.
– Assim como não haverá noite na Nova Jerusalém – ponderou Melissa. – Agora você tem uma ideia de como poderá ser.
– Você encontra fotos do sol da meia-noite da Islândia na internet – sugeri, enquanto voltamos ao nosso impasse. Como um piscar de olhos, Melissa correu pela calçada até a porta da frente para acessar o computador. Seguindo um pouco mais devagar, era minha vez de ponderar. Não haverá mais noite. Eles não precisarão da luz do sol, pois o Senhor Deus os iluminará (ver Ap 22:5).
Sim! Agora eu tenho uma ideia de como poderá ser.
Arlene R. Taylor