Terça-feira
05 de dezembro
Tesouros da neve
Embora os seus pecados sejam vermelhos como escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam rubros como púrpura, como a lã se tornarão. Isaías 1:18

Quando criança, eu parava diante da janela e olhava os primeiros flocos de neve do inverno. Havia quatro coisas das quais eu gostava no inverno.

A primeira de todas: eu aguardava a sua chegada, desde o cair das folhas e até a mudança do clima, trazendo as noites frias. Com expectativa, observava minha mãe tirando do guarda-roupa as luvas e os agasalhos para a neve. Isso fazia com que ele parecesse mais próximo. Observava meu pai e irmãos cortarem lenha e empilhá-la em filas sombrias. Somente a aproximação do Natal com suas belas canções e a decoração da árvore conseguiam me liberar da monotonia do inverno.

Outro tesouro do inverno era o “anjo” de neve. Os membros da minha família os criavam deitando-se de costas na neve recém-caída e movendo braços e pernas para lá e para cá. Nós criávamos obras-primas. Com cuidado, nos levantávamos para olhar as impressões que pareciam anjos voando.

Terceira: eu me encantava com os flocos de neve, individualmente. Minha professora me ensinou a usar luvas de cor escura quando nevava porque podíamos ver o desenho de cada floco que pousava na mão. Eu também considerava a brancura da neve um tesouro. Ela cintilava ao sol da manhã e pintava uma paisagem linda como a obra de um grande artista.

Agora, que não faço mais os anjos de neve, preciso recorrer às lembranças daqueles tesouros. Minhas reflexões me levam com frequência a pensar no meu Criador. Para cada anjo que me lembro de ter criado ao me deitar sobre a neve quando criança, penso em 10 mil anjos viajando entre a Terra e o Céu. Um deles é o que me guarda. E pensar nos flocos pousando sobre minhas luvas me faz lembrar de que Deus nos criou a todos com uma diversidade única e exclusiva de talentos e capacidades.

Lembro-me com saudade dos cobertores brancos de neve, cobrindo a monótona paisagem com uma leve cintilação. Essas recordações me fazem lembrar de que, embora vermelhos como o escarlate, nossos pecados se tornarão brancos como a neve. Esse é, na verdade, o maior de todos os tesouros – as paisagens de nossa vida pecaminosa serão transformadas em brilhantes campos cobertos de neve, cintilando ao sol.

Assim como fico à espera da neve, também aguardo com expectativa a segunda vinda de Jesus. Desejo, assim como você, captar aquele primeiro vislumbre do Salvador, descendo para nos livrar de toda a tristeza do pecado.

Vidella McClellan