Era um turno da tarde. Foi a primeira vez que eu trabalhei naquela unidade, que estava bem tranquila. Havia seis pacientes para cuidar. Fiz um exame rápido nos pacientes e planejei o tratamento de modo que eu pudesse gastar o tempo apropriado com cada um deles.
No canto da sala, estava uma senhora de meia-idade sentada na beira da cama de um dos pacientes. Logo me disseram que ela estava ali havia vários dias, vigiando e cuidando do seu esposo, que estava com uma doença terminal.
Antes que terminasse meu plano de tratamentos para aquele dia, a senhora se levantou e veio falar comigo, cochichando:
– Não como nada desde ontem. Também não vou para casa há vários dias e preciso de um banho. Posso deixá-lo aos seus cuidados por enquanto?
– Claro – respondi, e ela saiu.
Enquanto esperava que ela voltasse, tive oportunidade de conversar com aquele homem. Ele estava alerta e podia responder. Perguntei-lhe se havia algo que eu pudesse fazer por ele.
– Não sei se tem alguma coisa que você possa fazer por mim a esta altura – ele respondeu.
– Posso orar por você – eu disse. Então perguntei ao paciente se ele acreditava em Deus e no Seu Filho, Jesus, que salva aqueles que acreditam Nele. – Você confia Nele? – O homem respondeu que sim. – Senhor Deus – orei. – Que este homem tenha paz e conforto em Ti.
Alguns minutos depois, o paciente fechou os olhos. Corri até ele e vi que já não respondia. Chamei o médico, e ele verificou minha avaliação. Assim que o médico confirmou a morte do homem, a esposa do recém-falecido voltou da sua rápida viagem até em casa, e contamos a ela o que havia acabado de acontecer.
– Você gostaria que eu chamasse um pastor? – o médico perguntou.
– Não – a esposa respondeu. – Esta enfermeira já fez o papel do pastor. Ajudar pessoas que precisam é uma missão que Deus deu a todos os Seus trabalhadores. Ao fazer isso, abençoamos não somente a vida dos outros como também enriquecemos a vida daqueles que estendem a mão em nome Dele.
{ Esperanza Aquino Mopera }