Tenho costume de ler a Bíblia enquanto faço minha caminhada rotineira pela bela estrada que conduz à minha casa – sim, tenho o hábito de andar e ler! Por ser um caminho bem conhecido, o risco de acidentes é mínimo.
Numa dessas caminhadas, lembrei-me de Mateus 6:12. Ao tomar consciência da profundidade das palavras desse verso, lágrimas começaram a rolar por minha face. Pensamentos sobre o grande sacrifício de Cristo tomaram forma, e fui impressionada a resolver uma questão.
Moro atualmente no Instituto Adventista Paranaense e, justamente naqueles dias, estávamos tendo uma semana de oração. Porém, havia um problema: meu coração estava cheio de amargura e ódio por uma pessoa que chamarei de “Mara”. Imagine como fiquei ao ler esse texto e ir a uma semana especial de oração.
Naquele dia, aproximei-me do pregador, conversei com ele sobre o que estava sentindo, e ele me instruiu a esperar o sermão da terça-feira à noite, pois abordaria esse tema e chamaria à frente os que necessitassem de uma oração especial. Fiquei ansiosa e fiz vários planos, procurando saber onde “Mara” estaria sentada.
Chegou a hora do culto, mas o pastor decidiu falar sobre outro assunto. Frustrada, tomei a decisão de chamar Mara para conversar na sexta-feira pela manhã. Queria dizer a ela tudo o que eu sentia e tentar nos acertar de algum jeito, a fim de participarmos juntas da cerimônia de Santa Ceia e me livrar daquilo que me angustiava havia tantos anos.
A sexta-feira chegou! Estava “armada” com muitos argumentos para jogar minha raiva sobre ela. “Mara” entrou pela porta de casa e, antes que eu pudesse dizer qualquer palavra, veio um pensamento à minha mente: “Não fale nada.” Sem compreender no momento, não senti mais a necessidade de falar. Descobri que minha mágoa havia sido trocada pelo perdão. E como uma simples troca de blusa, o ódio foi tirado de mim. Eu e “Mara” nos abraçamos e choramos. Ela se desculpou, mas já não era preciso. Naquela noite participamos juntas da cerimônia que representava perdão e reconciliação.
Esse é o poder da oração; esse é o poder do amor de Deus em nós. Basta querer, confiar e permitir que o milagre aconteça!
Nancy Leme Pavam