A vida de oração constrói uma vida de submissão à vontade de Deus. Falar é fácil; afinal, quem não confiaria sua vida a um Deus que não mente, não erra? Ocorre que, na prática, o desafio é gigantesco, pois a entrega deve ser total, para que o Pai do Céu nos guie segundo Sua vontade.
Há anos tenho percebido que esse é o melhor caminho. Sempre fui uma pessoa que fez planos. Eram inúmeros os projetos que, em minha mente, seriam o melhor para mim. Deus frustrou todos os meus planos. Todos eles. Mas isso não foi nem um pouco negativo, muito pelo contrário, tenho vivido cada dia mais em paz com Deus.
Cerca de sete anos atrás, vivendo um dia comum, descobri que eu e meu marido estávamos esperando um bebê. A novidade veio assustadoramente de repente. Não eram os nossos planos. Mas não era só isso. Após a primeira ultrassonografia, veio a maior das novidades. Não era um bebê. Eram dois. Eu me lembro da minha reação como se fosse hoje. Chorei muito. Não entendi direito o porquê de tudo aquilo. Justamente quando, nos meus planos, a maternidade não poderia se encaixar. Passei alguns dias questionando
a Deus. De verdade. Na minha opinião, eu não era alguém apta para a maternidade, quanto mais de gêmeos! Foi então que Deus falou comigo. E falou de uma maneira que nunca havia falado. Foi a partir da minha gravidez que entendi o que é uma vida de completa submissão à vontade de Deus. Meus planos não são bons, os de Deus é que são.
Nenhuma história bíblica mostra mais que os sonhos de Deus são maiores que os nossos do que a de José. Um moço querido pelos pais, com sonhos e projetos pela frente, acaba como escravo no Egito. Quando parece que tudo se acalma, é injustamente condenado à prisão, pela mentira de uma mulher. Lá na prisão recebe visitas ilustres e pensa que esse é o momento da grande virada de sua vida. Mas não. Continua lá, com seus planos frustrados. Até que, quando as esperanças parecem desvanecidas, tudo muda. O escravo passa a governador e é usado para salvar todo o povo de Israel.
Ellen White, no livro A Ciência do Bom Viver, diz: “Deus não conduz jamais Seus filhos de maneira diferente da que eles escolheriam se pudessem ver o fim desde o princípio, e discernir a glória do propósito que estão realizando como Seus colaboradores” (p. 479). E quanto a minha história? Sou mãe de um casal de gêmeos, Helena e Joaquim. Nunca me senti tão completa. Não sei como vivi sem eles. Agradeço a Deus por ter sonhado por mim.
Ellen Almeida de Souza