Aos quarenta e três anos de idade, minha mãe descobriu que estava grávida novamente. Eu já era adulta. Mamãe ficou muito assustada e quase entrou em depressão, temendo que a criança nascesse com problemas de saúde porque ela seria parturiente com mais idade – especialmente após um intervalo tão longo de tempo, mais de vinte anos.
Mamãe também temia as possíveis complicações que poderia ter durante o parto. No entanto, depois de um belo chá que ela e eu organizamos, um bebê lindo e saudável nasceu. O pequeno Victor chegou em meio a um parto calmo e normal.
Ele cresceu e se tornou um menino inteligente e cheio de energia, que também logo se tornou o queridinho da família. Seu cântico favorito é “Mansão Sobre o Monte”. Sua flor preferida é o girassol. Gosto de contar-lhe histórias bíblicas. Ele fica entusiasmado quando alguém na família fala sobre o Céu e a Nova Terra. O interesse do meu irmãozinho por temas espirituais me impressiona profundamente. Suas escolhas sinceras na infância frequentemente são lições para o restante da família.
Certa vez, a caminho da igreja, mamãe e Victor encontraram um gatinho. Victor, que gosta muito de animais, ficou com pena da criatura e pediu para levá-lo para casa. O gatinho miava sem parar. Victor o segurou firmemente e perguntou: – Mamãe, podemos ficar com ele?
– Você sabe que o papai não permitiria isso. Lembre-se de que você tem alergia – respondeu a mãe.
Victor respondeu: – Economizei bastante dinheiro desde o ano passado. Posso dá-lo ao papai se ele me deixar ficar com este gatinho! – Àquela altura, uma conhecida que morava perto chegou com sua filha e parou o carro. Victor, desesperado agora pelo bem-estar do gatinho, aproximou-se da menina e lhe entregou o pequeno animal. – Este é um presente para você – disse ele.
A garota vibrou ao aceitar o bichinho e começou a acariciá-lo.
Não sei se ela obteve permissão para ficar com o gatinho ou não. O que me impressionou, porém, foi a disposição do meu irmãozinho de abrir mão de tudo o que tinha por causa de um gato que ele queria resgatar da rua. Exatamente como Jesus, que deu o Seu tudo em nosso favor.
E quanto a nós? Estamos dispostas a dar tudo o que temos para o Senhor e para benefício de outros?
Daniela Santos de Oliveira