Sábado
23 de dezembro
Um filho nos nasceu
Era este menino que eu pedia, e o Senhor concedeu-me o pedido. 1 Samuel 1:27

Ah, setembro! Mês de beija-flores e miosótis – e do nascimento do meu primeiro filho. Nenhum bebê foi tão esperado com tanta alegria, e ali estava ele, logo abaixo do meu coração. Naturalmente, eu não sabia que o bebê era “ele”. Em 1968, não havia ultrassom ou outros exames para anunciar a presença dele.

A cada consulta, eu ouvia atentamente todas as palavras do médico, ansiosa por detalhes sobre aquele milagre em desenvolvimento, que me dava vontade de cantar e sorrir, correr pelas ruas e gritar! Eu lavava roupas minúsculas e as pendurava ao sol da Nova Inglaterra para secar, como felizes anúncios ao mundo. Então eu as dobrava e guardava na cômoda branca de quatro gavetas, feita à mão por um amigo, e enfeitada com decalques de ursinhos.

Meu bebê devia chegar no dia 21 de setembro, mas não chegou. Embora fosse um cálculo aproximado, fiquei muito desapontada. Lancei-me em um redemoinho de atividades sociais e da igreja, preenchendo os dias. Então, na quarta-feira seguinte, ficou evidente que algo aconteceria. Eu devia ir para o hospital na manhã seguinte, cedo, disse o doutor. Na manhã seguinte? Não acreditei. Certo, eu havia esperado nove meses, e minha mala estava arrumada – mas olha só a casa! Eu precisava passar um pano no chão da cozinha, limpar os banheiros e seria melhor fazer pão! (Eu esqueci de acrescentar o sal.) Por algum motivo, deixei cair o vidro de picles, espalhando o líquido grudento pelo chão. Sobre os joelhos e as mãos, esticando-me sob a geladeira e ao redor das cadeiras da cozinha (com minha enorme barriga), tive que lavá-lo de novo.

No hospital, designaram-me uma ala cheia de mulheres em vários estágios do trabalho de parto e de tudo o que lhe diz respeito. Naquela época, não havia algo como acompanhantes de trabalho de parto, e as quatro aulas a que assisti sobre isso nem sequer começavam a cobrir essa realidade. Mesmo assim, sussurrando ininterruptamente a frase “as mulheres têm passado por isso desde Eva”, e me agarrando com força à grade da cama, enfrentei as seis horas seguintes.

Então ele nasceu, quieto e de olhos bem abertos, virando a cabeça para ingressar nesse novo ambiente. Ele era lindo e perfeito, ali deitado sobre o meu coração. O júbilo de Sara, Ana e Maria me dominou. Desejei cantar e rir, correr pela rua e gritar. Agora que o Natal se aproxima, penso no Bebê especial que veio para mudar a história da humanidade, e oro para que nos lembremos dEle todos os dias!

Jeannette Busby Johnson