No inverno passado, eu me vesti com camadas de roupa dentro de casa, quando a temperatura caiu bem abaixo de zero por muitos dias e noites. As temperaturas em nossa região revelaram que estávamos passando pelo décimo inverno mais frio já registrado. A capa de neve fazia com que ele parecesse ainda mais frio. A melancolia do inverno se instalou antes mesmo de eu reconhecer o que estava acontecendo. A neve cintilante era bonita, especialmente quando eu a olhava pela janela, observava as árvores perenes carregadas de branco e localizava um pássaro vermelho pousado num galho. A natureza de Deus é incrível, mas a beleza daquilo tudo não era suficiente para satisfazer meu insípido estado mental. Nem mesmo minha sala de trabalhos manuais, cheia de projetos de inverno por terminar, captava meu interesse. A cama quentinha parecia ser meu único fator de consolo.
Uma revista (Missouri Conservationist) chegou no dia em que me sentia mais vulnerável às chatices do inverno. A revista sempre trazia um desenho relacionado à natureza. Na edição de janeiro eram retratados dois coelhos. Um estava à porta do dormitório, e o outro se mexia na cama com uma expressão muito sonolenta que parecia refletir o sentimento do: “Não me perturbe até a primavera.” A legenda dizia: “Os coelhos não hibernam. Você é simplesmente preguiçoso!” Ri e me diverti, já que os coelhos faziam paralelo com meu dilema e me alertaram de que eu me inclinava rumo a uma atitude de hibernação.
Pode parecer engraçado, mas quando parafraseei a legenda, ela me trouxe de volta à realidade. “Os humanos não hibernam. Seus desejos nos fazem lembrar de Laodiceia.” Naquela época, minha igreja estava estudando o livro do Apocalipse durante as reuniões de quarta-feira. A atitude laodiceana, uma doença da igreja, quer coisas confortáveis e seguras. No entanto, esse estado de mornidão pode ser vencido.
Um relacionamento pessoal com Jesus, que está à porta do coração e bate, é a solução. Que possamos abrir a porta e permitir que Ele entre. Jesus vai nos curar, se pedirmos com fé.
Retha McCarty