–Como está a “mãe” da minha filha?
A Sra. B me perguntou por telefone certa manhã. Sorri ao me lembrar do precioso incidente que nós duas havíamos compartilhado. Durante a semana de orientação dos calouros, quinze anos antes, os alunos estavam correndo em busca de conselheiros, horários e amigos. Uma caloura, Rebeca, entrou no meu escritório com a Sra. B, sua mãe, ambas chateadas. Eu as recebi com um sorriso.
– Não, mãezinha, eu vou ficar – insistiu Rebeca. – Sonhei em vir para esta universidade por anos. Você gastou muito dinheiro com isso, e eu vou ficar.
A mãe respondeu:
– Você pode ficar, mas eu farei você pegar o primeiro voo para casa se decidir fazer isso.
Mãe e filha se desmancharam em mais lágrimas com as palavras da mãe. Então a mãe se virou para mim com uma franqueza surpreendente e disse:
– Vou deixar minha filha com você.
Ficou claro, porém, que a Sra. B não pretendia que Rebeca realmente morasse comigo. Ela sabia que a filha precisava da amizade dos universitários que viviam no dormitório. Meses depois, a Sra. B me contou por que ela fez aquela escolha.
– Eu vi a graça de Deus em você.
Gostei de ver Rebeca amadurecer em feminilidade, se formar com honras, casar e galgar uma posição de prestígio. Rebeca, a filha que nunca dei à luz, ainda age como minha filha. Compartilhamos amor, ligações telefônicas internacionais e buquês de aniversário.
No mês passado, quando a Sra. B ligou para perguntar: “Como está a mãe da minha filha?”, sorri com o misto de nostalgia, amor e vínculo em sua saudação. Então ela disse: “Percebo o sorriso em sua voz.”
Retornando para aqueles anos, há muito tempo, ela reconheceu: “Minha filha aprendeu muito com você durante esses quatro anos. Agora, vocês duas inclinam a cabeça e sorriem do mesmo jeito. O Senhor olha para vocês duas com simpatia.” Fiquei tocada e feliz por ela conseguir ler tão profundamente o que estava por trás de um simples sorriso.
Obrigada, querido Deus, pela alegria dos sorrisos e pelo privilégio de compartilhá-los com outros ao longo do caminho. Eles nos trazem paz e contentamento.
Glenda-mae Greene