Domingo
26 de janeiro
Uma carta inesperada
Mas seu Pai celestial já sabe do que vocês precisam. Mateus 6:32, NVT

A comida tinha acabado, e não tínhamos dinheiro para comprar mais ali- mento. Não que geralmente tivéssemos sobra de comida ou dinheiro. Éramos recém-casados, ambos de família pobre, e tínhamos nos sentido chamados para o ministério pastoral. Por mais que tentássemos, o que ganhávamos não era suficiente para cobrir todas as nossas despesas. 

Meu marido estava no quarto ano da faculdade de Teologia em uma universidade no centro do país. O trabalho que ele fazia dentro da universidade cobria as mensalidades da faculdade e os custos com os livros. Consegui um emprego como secretária em um escritório de contabilidade no centro da cidade. Porém, meu salário mal dava para cobrir as despesas. 

Naquela manhã, entreguei o último passe para o cobrador do ônibus e me dirigi para o fundo do veículo, imaginando quanto tempo levaria para que eu fosse a pé ao trabalho na manhã seguinte. Então percebi que eu teria que acordar umas 5h para conseguir chegar a tempo. 

Comecei a contar quantos quarteirões eu teria que caminhar para ir ao trabalho e voltar a partir do dia seguinte. Vinte e dois, vinte e três, vinte e quatro… Não queria contar mais. Quando o ônibus parou no ponto em frente à pequena mercearia do outro lado do campus, eu desci e fiquei observando-o partir, com dor no coração. Depois, comecei a subir os degraus da pequena escada que levava ao nosso apartamento, que ficava em cima da mercearia. 

Eu não esperava ser recebida pelo meu marido todo sorridente, mas radiante ele abriu a porta e contou que tinha recebido um carta da mãe dele. Então contou: 

– Ela vendeu meu casaco de lã de carneiro, aquele que usei trabalhando durante o inverno na equipe da seção ferroviária, e nos enviou os dez dólares que ganhou por ele! 

Fiquei abismada por Deus ter impressionado minha sogra a vender o casaco e nos enviar o dinheiro, de modo que ele chegasse bem a tempo de salvar uma jovem esposa de uma longa caminhada até o trabalho. Senti vergonha do meu desespero e da minha falta de fé. Eu tinha esperança de que Deus nos ajudasse a encontrar dez centavos para que eu pudesse pagar o ônibus no dia seguinte, mas Ele enviou cem vezes mais aquele valor! 

Teresa A. Sales