Eu a via se balançar a dez metros acima do chão, os pés estavam agarrados a um pedaço de madeira polida, enquanto ela segurava firmemente as cordas pretas presas à corda principal. Seu cinto de segurança estava preso a um fio bem fino, que foi testado quando ela se desequilibrou algumas vezes. O desequilíbrio fez com que ela escorregasse da madeira onde caminhava cuidadosamente, a fim de chegar até a plataforma de aço do outro lado do percurso de cordas altas.
Como eu não gosto de correr riscos, fiquei contente por estar segura no chão assistindo à minha amiga e admirando sua coragem, especialmente quando ela parou no meio do caminho para recuperar o fôlego. Suas pernas tremiam por causa da tensão e dos músculos adormecidos. Suas mãos estavam inchadas de tanto segurar as cordas de proteção. Contudo, ela continuou a se balançar para a frente e para trás, esperando até estar perto o sufi ciente para passar rapidamente para o próximo par de cordas e tentar agarrar a madeira com os pés.
Foi nesse momento que ouvi um sussurro: “É isso que Eu faço por você. Eu sou o cin- to de segurança que a impede de cair. Quando você achar que a vida está difícil demais e que é impossível dar mais um passo, caminhe – na certeza de que Eu sou o pedaço de madeira maciça sob seus pés e o equipamento que a mantém em segurança.”
Quando a minha amiga chegou ao curso das cordas altas, a primeira seção parecia fácil. Tudo que ela precisava fazer era passar de uma prancha de madeira em formato de X para a outra. Porém, quando ela chegou na penúltima prancha, uma corda bamba exigiu que ela deslizasse o pé com bastante cuidado, enquanto usava o peso do corpo para se inclinar e manter o equilíbrio. Então, ela teve que encarar a última parte do trajeto. Era a mais difícil de todas. Não havia escadas para descer para o chão, o que a obrigava a seguir em frente.
A vida é assim também. Andamos por aí, achando que nem é tão difícil assim, mas de- pois de um tempo a vida começa a ficar bem mais complicada. Até que um dia nos deparamos com um desafio para o qual não estamos preparadas e parece impossível solucionar o problema. Porém, não temos escolha. Há coisas que temos que enfrentar, querendo ou não. É nessas horas que tiramos força da certeza de que Deus está nos segurando em Seus braços de amor, enquanto pulamos de uma madeira para a outra. Mas, como Ele sabe o que é melhor para nós, pode ser que Ele escolha nos deixar escorregar de vez em quando. Mas Ele promete que Seu amor nos sustentará em todos os momentos (Sl 94:18).
Todas as vezes será assim!
Maria Lombart