No vento forte e na chuva, os bezerros recém-nascidos se amontoavam na barriga de suas mães, tentando encontrar abrigo no mundo cruel em que acabaram de entrar. De dentro de meu aconchegante veículo, eu não conseguia desviar o olhar daqueles recém-nascidos no pasto. Meu bebê estava aconchegado confortavelmente atrás de mim em sua cadeirinha. Protegido, pelo menos por enquanto, dos elementos do pecado neste mundo. Uma pontada passou por meu coração. A verdade é que o mau tempo não era muito mais suportável para aqueles bichinhos do que seria para nós se estivéssemos lá fora.
Uma segunda pontada atingiu meu coração. A realidade que me abalou foi que o desconforto, a dor e o sofrimento dos bezerros não eram culpa deles! Era nossa… era minha.
No recém-criado e bom mundo de Deus, a temperatura nunca era demasiada quente ou fria. Tudo era perfeito. Nenhum temporal atingia criaturas indefesas. Deus regava suavemente as plantas, árvores e grama com orvalho à noite. Deus criou um ambiente perfeito que trazia alegria contínua e sem fim para cada criatura viva. Mas quando o pecado entrou no mundo, a vida se tornou difícil não apenas para os humanos, mas também para toda a criação. Aqui está a diferença: Deus estendeu à humanidade o dom da salvação e da vida eterna em uma terra renovada. Recebemos um caminho para sair dessa miséria e um caminho de volta à perfeição. No entanto, para todas as outras criaturas vivas, a realidade é essa: elas conhecerão apenas o mundo pecaminoso que “criamos” para elas.
Já que nos foi dada uma segunda chance, é nosso dever sermos agradecidas a cada minuto de cada dia por este presente imerecido. Como gratidão, também devemos ser atenciosas, cuidadosas e amorosas em nossas interações com toda a criação, pois ela sofre diariamente as consequências do pecado humano.
Certa vez, li que nossos primeiros pais choraram quando viram a primeira folha morrendo após terem pecado, um conceito que você e eu dificilmente conseguimos entender hoje. Que possamos permitir que Deus nos dê Seu terno coração!
Enquanto dirigia para longe daquele campo de vacas naquele dia frio e chuvoso, silenciosamente pedi perdão ao Senhor por minha parte em perpetuar o pecado. Também agradeci a Ele por toda Sua bondade para conosco.
{ Naomi Striemer }