Eu ainda não encontrei crianças que gostem de injeção. Para elas, não adianta explicações do tipo: “A vacina é para seu bem!” O tamanho da agulha e a invasão daquele líquido no corpo são o terror das crianças. Quase sempre, lágrimas e gritos dão o sabor e o tom do sofrimento dos pequenos na vacinação. Em geral, quando a gente alcança a idade adulta fica evidente a necessidade das agulhadas doídas para a manutenção da saúde.
Essa situação corriqueira da infância me faz pensar no sofrimento real a que a humanidade está exposta desde que o vírus do pecado nos contaminou. De uma forma ou de outra, todos sabemos o que significa sofrer. O cardápio da dor é extenso: pais que abandonam os filhos, doenças incuráveis e violências de todo o tipo fazem parte da dramática lista de consequências que o pecado trouxe.
No tempo de Cristo, os judeus enxergavam o sofrimento como resultado do castigo divino. Foi assim, por exemplo, que eles avaliaram a situação do cego de nascença do versículo de hoje. Seguindo essa lógica, os discípulos de Jesus perguntaram: “Mestre, por que este homem nasceu cego? Foi por causa dos pecados dele ou por causa dos pecados dos pais dele?” (João 9:2). A resposta do Senhor revela que Deus não é o causador do sofrimento e nos ensina a ter uma perspectiva positiva em relação às circunstâncias difíceis da vida.
Se o sofrimento é inevitável, a melhor coisa a fazer é aprender a lidar com ele, minimizar suas consequências e extrair lições importantes para a vida. Jesus curou o cego e usou a triste situação do homem como um meio de glorificar o nome de Deus. Os judeus acreditavam que, entre outras coisas, o Messias teria poder de curar cegos de nascença. Aquele cego, portanto, teve o grande privilégio de ser um instrumento da manifestação do poder de Jesus, o Messias esperado.
A Bíblia diz “que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8:28, ARA). Por isso, mesmo em meio ao sofrimento, “somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Romanos 8: 37, ARA). Quando a dor bate à porta, ela pode se tornar uma espécie de vacina espiritual que nos faz mais fortes. Isso depende da atitude que assumirmos. Então, diante do sofrimento, não caia na armadilha de culpar a Deus ao assumir uma posição de rebeldia ou vitimização. Imunize-se contra o pecado, encare os desafios pela fé e seja um instrumento precioso para glorificar a Deus.