Muitos anos atrás, ganhei uma viagem à Espanha. Eu nunca tinha ganhado algo assim antes, e nunca mais ganhei depois disso. Meu esposo e eu sempre quisemos viajar para a Espanha, a terra de nossos antepassados. De repente, ali estava nossa chance! Passamos meses fazendo planos, buscando alguém para cuidar da nossa filha que, na época, estava no ensino fundamental, e dos nossos animais de estimação. Nossos quatro filhos faziam ensino médio e faculdade em um internato, então não estávamos preocupados com eles.

Dois meses antes da nossa viagem, meu esposo caiu de cima de uma motor home Mercedes-Benz na qual estava trabalhando e quebrou o tornozelo. Conversamos sobre a possibilidade de adiar a viagem, mas sua perna sarou e decidimos viajar na data planejada originalmente.

Ao chegar à Espanha, passamos pela alfândega, pegamos o carro alugado e nos dirigimos para o hotel. Carregávamos as câmeras, mas elas estavam guardadas, então pensamos que ninguém iria pensar que éramos turistas. Tudo foi bem até que abrimos a boca para falar! Todas as pessoas com quem conversávamos sabiam imediatamente que éramos turistas, estrangeiros. Meu sotaque deixou claro que eu era norte-americana, e o sotaque do meu esposo evidenciou que ele era de Cuba.

Durante a semana que passamos lá, visitamos museus, galerias de artes, catedrais e muitos outros lugares interessantes. Só não andamos muito pela cidade como havíamos planejado porque o tornozelo do meu esposo inchava quando ele ficava muito tempo em pé. Ele usou calçados ortopédicos, mas eles não ajudaram muito. Também ficávamos um pouco preocupados com nossos filhos, pois estávamos com saudade e mal podíamos esperar para vê-los novamente.

Sempre teremos as lembranças e as fotos que tiramos da nossa viagem, mas foi bom voltar para casa e rever nossa família e amigos.

Essa experiência nos levou à reflexão: Estamos nós tão confortáveis com nosso “lar” terrestre que esquecemos que aqui não é nosso lar e não sentimos vontade de ir para o Céu? Será que nos esquecemos de que aqui somos turistas, estrangeiros?

Anseio por nosso lar celestial, onde jamais seremos estrangeiros e forasteiros novamente! Jesus logo virá e nos dirá: “Bem-vindos ao lar, Meus filhos!”

Célia Mejia Cruz