Uma família com um garotinho de cinco anos morava ao lado de um casal de idosos simpáticos, que residiam numa casa antiga, mas muito aconchegante. Certo dia, a senhora faleceu, deixando seu marido desconsolado. Era comum vê-lo deprimido, sentado na varanda em sua cadeira de balanço por longos períodos.

Em uma ocasião, os pais do garotinho sentiram sua falta e descobriram que ele estava sentado ao lado do solitário “vovô”. Quando o menino voltou para casa, os pais perguntaram por que ele havia ido fazer aquela visita. Ele disse que viu o idoso muito triste e decidiu ir até lá. Então os pais lhe perguntaram: “Mas o que você disse a ele?” E o garoto respondeu: “Eu não falei nada, só o ajudei a chorar.”

Há ocasiões na vida em que as palavras são dispensáveis. Nesses momentos, a atenção, o carinho, o cuidado e o amor falam mais alto. Ellen White declarou que isso é natural na vida do cristão: “Contemplando o alto ideal que [Jesus] colocou diante de nós, subiremos a uma atmosfera santa e pura, que é a própria presença de Deus. Quando aí permanecermos, sairá de nós uma luz que irradia sobre todos os que estiverem em contato conosco” (Como Conviver com os Outros, p. 22).

O mundo carece de amor discreto e bondade desinteressada. Palavras frequentemente são excessivas e desnecessárias. “As mãos que ajudam são mais santas que os lábios que oram” é uma frase atribuída à Madre Tereza de Calcutá. E o apóstolo Tiago afirmou: “Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se […]. A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo” (Tg 1:19, 27).

A Bíblia não afirma que a religião verdadeira se evidencia pelos bons conselhos ou por pregar sermões poderosos, mas pela bondade e pelo amor ao próximo. Essas são virtudes discretas, mas essenciais e poderosas. E o melhor de tudo é que elas estão ao alcance de todos!