Ao criar o ser humano, Deus o fez de modo que se relacionasse pessoalmente com seu Criador. Para tanto, gravou Sua vontade na mente humana, transmitindo-a de geração em geração. A Bíblia declara: “Quando, pois, os gentios, que não têm a lei, fazem, por natureza, o que a lei ordena, eles se tornam lei para si mesmos, embora não tenham a lei. Estes mostram a obra da lei gravada no seu coração, o que é confirmado pela consciência deles e pelos seus pensamentos conflitantes, que às vezes os acusam e às vezes os defendem” (Rm 2:14, 15). Os milhares de anos de rebelião contra Deus têm ofuscado e apagado essa gravação, mas não completamente. O ser humano ainda possui uma lembrança dessa lei. Todos, não importa o lugar ou a época em que vivam, possuem tanto uma impressão da existência de um Ser Supremo quanto alguma noção do que é certo ou errado. Isso explica por que nunca foi encontrado um agrupamento humano onde não houvesse religião – nenhum povo, nenhuma cidade, nenhuma tribo indígena. O ser humano é, por natureza, religioso e, em seu distanciamento de Deus, possui um vazio que aguarda ser preenchido pelo Criador.
Além desse testemunho interno, todos recebem o testemunho do Espírito Santo (Jo 16:7, 8), que pode ser acolhido ou desprezado. Essa decisão resulta em uma importante diferença. Enquanto o não convertido a Cristo permanece apartado de Deus e possui apenas a natureza pecaminosa, escrava das paixões e centrada no ego, o indivíduo convertido possui dupla natureza. Ele continua tendo a natureza pecaminosa, carnal, comum a todos os seres humanos. Mas, quando aceitou a Cristo, passou a ser habitado pelo Espírito de Deus e recebeu também a natureza espiritual. Ele, então, é transformado mais e mais à semelhança de Cristo, em quem sua vida está centrada.
Vamos continuar seguindo as orientações do Espírito até aquele dia em que, ao Cristo retornar, cesse a luta e seja retirada para sempre de nós a natureza pecaminosa (1Co 15:51-57).