06. Maldição sem causa?: 29 de outubro a 5 de novembro

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[cv_toggle title=”SÁBADO À TARDE (Ano Bíblico: Jo 1-3)” tags=””]

[disponivel em=”2016-10-28″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 28 de outubro de 2016″]

VERSO PARA MEMORIZAR: “Poderá algum mortal ser mais justo que Deus? Poderá algum homem ser mais puro que o seu Criador?” (Jó 4:17, NVI).

Leituras da semana: Sl 119:65-72; Jó 2:11-13; 4:1-21; Rm 3:19, 20; 1Co 3:19; Hb 12:5; Mt 7:1

Na semana passada destacamos a importância de nos colocarmos no lugar de Jó, pelo menos até onde for possível. Em certo sentido, isso não deve ter sido tão difícil, pois todos nós já tivemos essa experiência; isto é, todos nós, até certo ponto, já nos encontramos imersos em sofrimento que parecia não fazer sentido e que aparentemente não era justo.

Devemos manter essa perspectiva no restante da lição. No entanto, precisamos também observar a perspectiva dos outros personagens da história: os homens que foram lamentar e sofrer juntamente com Jó.

E isso também não deveria ser tão difícil. Quem já não viu o sofrimento de outras pessoas? Quem já não buscou consolá-las em sua dor e perda? Quem não sabe o que é tentar encontrar as palavras certas para falar a pessoas cuja dor também corta nosso coração?

Na verdade, grande parte do livro de Jó é dedicada ao diálogo entre Jó e esses homens, à medida que todos eles tentavam encontrar sentido naquilo que muitas vezes parece não fazer sentido algum: a sucessão infinita do sofrimento e tragédia humana neste mundo criado por um Deus amoroso, poderoso e cuidadoso.

12 de novembro será o dia do Espírito de Profecia. Para essa data, planeje um sermão sobre o tema. Faça um programa especial à tarde sobre esse importante assunto.

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[cv_toggle title=”DOMINGO – As grandes questões (Ano Bíblico: Jo 4-6)” tags=””]

[disponivel em=”2016-10-28″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 28 de outubro de 2016″]

A maior parte das ações no livro de Jó é relatada nos dois primeiros capítulos. Neles é levantado o véu que separa o Céu e a Terra, e obtemos um vislumbre de um aspecto da realidade que, de outro modo, continuaria oculto a nós. Por mais longe que nossos telescópios possam alcançar e examinar o Universo, eles sequer chegam perto da possibilidade de nos revelar o que foi mostrado nesse livro, escrito há milhares de anos em um deserto que muito provavelmente esteja localizado na atual Arábia Saudita. O livro de Jó também nos revela a íntima relação entre o mundo sobrenatural (o mundo de Deus e dos anjos) e o mundo natural (a Terra e os que nela habitam).

Após os dois primeiros capítulos, grande parte do livro de Jó consiste no que chamamos na televisão de “conversa” ou “bate-papo”, ou seja, apenas diálogos. Nesse caso, o diálogo foi entre Jó e os homens que foram discutir com ele as questões difíceis da vida: teologia, sofrimento, filosofia, fé, vida e morte.

E por que não discutir, considerando tudo o que havia acontecido com Jó? É muito fácil ficar preso às coisas comuns da vida, aos afazeres do cotidiano, e esquecer quais são as grandes e importantes questões da vida. Não há nada como uma calamidade, seja nossa ou de outros, para nos sacudir da nossa letargia espiritual e fazer com que comecemos a levantar as perguntas importantes.

1. Leia Salmos 119:65-72. O que o salmista disse nesse trecho? Marque falso (F) ou verdadeiro (V):

( ) O sofrimento não traz nenhum benefício.

( ) Deus não permite que os fiéis passem por aflições.

( ) O Senhor permite as aflições para que nos afastemos do erro e aprendamos mais sobre Sua lei.

( ) Por Seu poder e por Sua Palavra, o Senhor nos livra dos resultados dos nossos erros e das injustiças dos perversos.

O salmista foi capaz de enxergar o bem proveniente dos sofrimentos que o afligiram. Às vezes, os sofrimentos podem ser bênçãos disfarçadas, no sentido de que nos conduzem de volta ao Senhor ou nos aproximam dEle pela primeira vez. Quem nunca ouviu histórias de pessoas cuja vida entrou em crise, e somente então voltaram para os braços de Deus ou finalmente se renderam a Ele? Às vezes, as provações, por mais terríveis e trágicas que sejam, podem ser usadas para um bem que, com o tempo, podemos entender. Outras vezes elas parecem arbitrárias e sem propósito.

Você consegue olhar para as provações passadas e ver o bem que surgiu delas? Como você lida com as provações que aparentemente não lhe trouxeram nada de bom?

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[cv_toggle title=”SEGUNDA – Já pereceu algum inocente? (Ano Bíblico: Jo 7-9)” tags=””]

[disponivel em=”2016-10-28″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 28 de outubro de 2016″]

2. Leia Jó 2:11-13. Como os amigos de Jó viram a situação dele? Marque a alternativa correta:

A. ( ) Com muito desdém, pois acharam que ele merecia tal situação.

B. ( ) Ficaram muito tristes e expressaram empatia, rasgando seus mantos e colocando pó sobre a cabeça.

C. ( ) Com indiferença, pois não sentiam nada por ele.

D. ( ) Tiveram bons olhos, pois achavam que Jó aprenderia muitas coisas com aquelas tragédias.

Quando ouviram sobre o que havia acontecido com Jó, aqueles homens “combinaram ir juntamente condoer-se dele e consolá-lo” (Jó 2:11); isto é, planejaram se reunir para visitar o amigo. Os versos transmitem a ideia de que eles ficaram espantados com o que viram, e começaram a compartilhar do sofrimento de Jó.

Os amigos de Jó se sentaram em silêncio e não disseram uma única palavra. Afinal, o que você diz a alguém naquela situação? No entanto, assim que Jó falou pela primeira vez, externando suas queixas, aqueles homens tiveram muito o que dizer.

3. Leia Jó 4:1-11. Qual é a essência das palavras de Elifaz a Jó? Preencha as lacunas de acordo com o referido texto bíblico.

Elifaz insinuou que __________________ não era __________________, pois aquele que __________________ o mal, colhe também o __________________.

Talvez a fala de Elifaz pudesse ser um bom começo para um livro sobre aconselhamento aos enlutados. O capítulo inicial poderia ser intitulado: “O que não dizer para um enlutado”. Embora aqueles homens tivessem se compadecido de Jó, essa compaixão tinha limite. Para Elifaz, a pureza teológica era mais importante do que o consolo. É difícil imaginar que alguém chegue até um sofredor e diga, basicamente: “Você deve ter merecido isso, pois Deus é justo, e somente os perversos sofrem desse jeito.”

Que proveito haveria em dizer isso para Jó? Imagine que um motorista, dirigindo em alta velocidade, se envolvesse em um acidente de carro em que toda a sua família acabasse morrendo. Você consegue imaginar alguém indo até esse motorista logo depois, em meio ao seu luto, e dizendo bruscamente: “Deus está punindo você por seu excesso de velocidade”? O problema com as palavras de Elifaz não era somente a teologia questionável; a grande questão era sua insensibilidade para com Jó e tudo que ele estava sofrendo.

Pense numa situação em que pessoas confortaram você em meio a perda e dor. O que elas lhe disseram? Como disseram? Que lições você aprendeu com essa experiência?

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[cv_toggle title=”TERÇA – Um homem e seu Criador (Ano Bíblico: Jo 10, 11)” tags=””]

[disponivel em=”2016-10-28″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 28 de outubro de 2016″]

Com suas primeiras palavras, Elifaz jamais ganharia um prêmio por “tato e solidariedade”. Basicamente, ele estava dizendo que era fácil para Jó ser uma luz e conforto a outras pessoas quando as coisas lhe iam bem. Mas, depois que o mal lhe havia ocorrido, ele estava “perturbado”. Porém, ele não deveria estar. Afinal de contas, Deus é justo e, portanto, o mal que nos sobrevém é merecido.

4. Leia Jó 4:12-21. Que outro argumento Elifaz apresentou a Jó?

Há muitas coisas interessantes que poderíamos observar nesse texto, inclusive a maneira pela qual aqueles homens entendiam a natureza e o caráter do verdadeiro Deus, mesmo antes do surgimento da nação de Israel. O livro de Jó nos revela que, de fato, outras pessoas além dos patriarcas e dos israelitas tinham algum conhecimento do Senhor. Vemos Elifaz tentando defender o caráter de Deus.

O que Elifaz tinha ouvido em suas “visões noturnas” era uma teologia muito sólida e correta em muitos aspectos (veja Sl 103:14; Is 64:7; Rm 3:19, 20). Nós, seres humanos, somos barro; somos transitórios e podemos ser tão facilmente esmagados como a traça. E, naturalmente, quem pode ser mais justo do que Deus?

Por outro lado, as palavras de Elifaz foram banais e fora de contexto. A questão com Jó não era se ele era melhor do que Deus. Não era essa a queixa dele. A maior parte do tempo Jó falava de quanto ele era miserável, quanto estava sofrendo, e não que ele fosse de algum modo mais justo do que Deus.

Elifaz, no entanto, parece ter interpretado tudo isso na fala de Jó. Afinal, se Deus é justo, e o mal vem apenas sobre os maus, então Jó devia ter feito algo para merecer o que estava passando. Portanto, as queixas de Jó não eram justas. Ansioso para defender Deus, Elifaz começou a “dar um sermão” em Jó. Mais do que alguma sabedoria coletiva que ele acreditava ter sobre Deus, Elifaz tinha algo mais: uma espécie de revelação sobrenatural que apoiava sua posição. O único problema, no entanto, é que a posição que ele tomou estava equivocada.

Mesmo que estejamos certos em algum ponto, às vezes podemos não expressar a questão da maneira mais útil e redentora. Como evitar esse erro?

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[cv_toggle title=”QUARTA – O louco lançando raízes (Ano Bíblico: Jo 12, 13)” tags=””]

[disponivel em=”2016-10-28″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 28 de outubro de 2016″]

No capítulo 5, Elifaz continuou com sua argumentação. Basicamente ele disse a mesma coisa que tinha dito no capítulo anterior: o mal acontece apenas com pessoas más. Imagine como Jó deve ter se sentido, sabendo que isso não podia estar correto e que ele não merecia sua condição deplorável.

No entanto, há um problema aqui: nem tudo o que Elifaz disse estava errado. Ao contrário, muitos desses mesmos pensamentos são ecoados em outras partes da Bíblia.

5. Como os seguintes textos refletem as opiniões expressas em Jó 5?

Sl  37:10

Pv 26:2

Lc 1:52

1Co 3:19

Sl 34:6

Hb 12:5

Os 6:1

Sl 33:19

*Lembrete: Aproveite mais o estudo da lição e envolva cada aluno na busca das respostas para as perguntas de cada dia, com base nas respostas e atividades para a semana, sugeridas no fim da lição de sexta-feira.

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[cv_toggle title=”QUINTA – Julgamento precipitado” (Ano Bíblico: Jo 14, 15)” tags=””]

[disponivel em=”2016-10-28″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 28 de outubro de 2016″]

Muito do que Elifaz disse a Jó estava correto. Isto é, ele fez muitas colocações válidas, que foram expressas na Bíblia posteriormente. Contudo, havia algo muito errado em sua resposta a Jó. O problema foi o contexto, pois as verdades que ele estava expressando não se aplicavam àquela situação.

Veja esta afirmação de Ellen G. White: “Nenhuma verdade a Bíblia ensina mais claramente do que aquela segundo a qual o que fazemos é o resultado do que somos. Em grande parte, as experiências da vida são fruto de nossos próprios pensamentos e ações” (Educação, p. 146).

Contudo, você poderia imaginar um “santo” bem-intencionado indo até alguém numa situação como a de Jó e lendo para essa pessoa a afirmação de Ellen G. White mencionada acima? Teria sido muito melhor se esse “santo” bem-intencionado tivesse, em vez disso, seguido este conselho: “Muitos pensam que estão representando a justiça de Deus, enquanto deixam inteiramente de Lhe representar a ternura e o grande amor. Muitas vezes aqueles a quem eles tratam com severidade e rispidez se acham pressionados pela tentação. Satanás está lutando com essas pessoas, e as palavras ásperas, destituídas de compaixão, desanimam-nas, fazendo-as cair presa do poder do tentador” (A Ciência do Bom Viver, p. 163).

Havia muito mais coisas acontecendo ali do que Elifaz e todos os outros, inclusive Jó, sabiam. Portanto, o julgamento precipitado de Elifaz, mesmo com toda a sua teologia correta, era dificilmente a coisa certa a se fazer, dadas as circunstâncias.

6. Por que os seguintes textos devem ser os primeiros em nossa lista quando lidamos com alguém que, segundo pensamos, tenha cometido erros? Mt 7:1, 2; Rm 2:1-3; 1Co 4:5. Avalie as afirmações abaixo e marque as alternativas corretas. Os textos revelam que:

A. ( ) Estamos na mesma condição das outras pessoas e, portanto, não podemos julgar.

B. ( ) Com a medida com que julgarmos, também seremos julgados.

C. ( ) Não sabemos das intenções do coração; elas serão reveladas somente quando Deus trouxer à luz aquilo que está oculto.

D. ( ) Ao julgar, estamos cometendo os mesmos atos daquele que é julgado.

Mesmo que Elifaz estivesse certo e Jó, de fato, fosse o responsável por aquele sofrimento, as palavras de Elifaz foram imprudentes e inoportunas. Todos nós, em algum momento, precisamos de compaixão e solidariedade, não de um sermão. É evidente que há um momento e lugar para receber uma advertência. Mas quando um homem está sentado num monte de cinzas, com sua vida arruinada, seus filhos mortos e seu corpo coberto de feridas, esse com certeza não é o momento certo.

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[cv_toggle title=”SEXTA – Estudo adicional (Ano Bíblico: Jo 16-18)” tags=””]

[disponivel em=”2016-10-28″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 28 de outubro de 2016″]

Como vimos, não é que Elifaz não tivesse compaixão de Jó; é que simplesmente ela ficou em segundo plano, pois ele via como sua maior necessidade defender o caráter de Deus. Afinal de contas, Jó estava sofrendo muito, e Deus é justo. Portanto, Jó devia ter feito algo para merecer o que havia acontecido com ele. Elifaz concluiu que essa seria a essência da justiça de Deus. Portanto, Jó estava errado em sua queixa.

É evidente que Deus é justo. Mas isso não significa automaticamente que veremos a manifestação de Sua justiça em tudo que ocorre neste mundo caído. A verdade é que muitas vezes isso não acontece. A justiça e o juízo virão, mas não necessariamente agora (Ap 20:12). Parte do que significa viver pela fé é confiar em Deus, crendo que a justiça tão escassa hoje será revelada e manifestada um dia.

O que vemos com Elifaz também aparece na atitude de alguns escribas e fariseus para com Jesus. Aqueles homens estavam tão presos ao seu desejo de ser “fiéis” e religiosos, que sua ira por causa das curas que o Senhor realizava no dia de sábado (Mt 12) superou a alegria que eles deveriam ter sentido, pois o enfermo havia sido curado, e o sofredor, aliviado. Por mais específicas que tenham sido as palavras de Cristo no texto a seguir, elas têm um princípio que nós, que amamos a Deus e somos zelosos por Ele, devemos sempre nos lembrar: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas” (Mt 23:23).

Perguntas para reflexão

1. Como podemos saber quando uma pessoa precisa de compaixão e solidariedade, e quando ela precisa de um sermão ou talvez até de uma repreensão? Por que muitas vezes seria melhor escolher o lado da compaixão e solidariedade ao lidar com os que sofrem, mesmo que seja por causa de seus próprios pecados e erros?

2. Leia novamente o que Elifaz disse a Jó nos capítulos 4 e 5. Em que situação essas palavras teriam sido mais apropriadas do que foram naquele momento?

3. Suponha que você fosse um amigo de Jó e fosse vê-lo enquanto ele estivesse sentado no monte de cinzas. O que você teria dito para ele? Por quê? Se você estivesse no lugar de Jó, o que gostaria que as pessoas lhe dissessem?

Respostas sugestivas: 1. F; F; V; V. 2. B. 3. Jó – justo – semeia – mal. 4. O ser humano é injusto e impuro; Deus não confia nos Seus anjos, muito menos na humanidade; a vida é transitória. Elifaz tinha razão em parte de seu raciocínio, mas omitiu a esperança do perdão, que nos torna dignos na presença de Deus, e a promessa de vida eterna, que neutraliza o medo da transitoriedade da vida. 5. Conforme o tamanho de sua classe, com antecedência, forme duplas de estudo e distribua um ou dois textos para cada dupla, solicitando-lhes que encontrem a relação entre seus textos e o capítulo 5 do livro de Jó. 6. Todas as afirmações estão corretas.

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[disponivel em=”2016-10-28″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 28 de outubro de 2016″]

TEXTO-CHAVE: Jó 4:1-21; Mateus 7:1

O ALUNO DEVERÁ

Conhecer: O papel dos amigos de Jó quando chegaram para se juntar a ele em seu luto.

Sentir: A vulnerabilidade e a frustração de Jó, à medida que Elifaz começou a falar sobre a causa do sofrimento de Jó.

Fazer: Abster-se de julgar as outras pessoas com facilidade e, ao mesmo tempo, não negligenciar a importância da exortação bíblica.

ESBOÇO

I. Conhecer: Aconselhando os aflitos

A. Como outras pessoas reagiram em relação a você numa situação em que você sofreu?

B. Que reação delas mais lhe ajudou em seu sofrimento? O que você gostaria que essas pessoas tivessem feito de modo diferente?

II. Sentir: Elifaz fala

A. Estava Elifaz realmente equivocado quando falou sobre a causa e o efeito do pecado? Por que ele estava muito equivocado?

B. O que podemos aprender com Elifaz (e com a reação de Jó a Elifaz) em termos de respostas teológicas apropriadas ao sofrimento?

III. Fazer: Julgar e exortar

A. Como devemos compreender a ordem de não julgar, dada em Mateus 7:1?

B. Existe uma linha tênue entre julgar os outros e o conceito bíblico de exortação. Onde você a colocaria?

RESUMO: Embora a chegada dos amigos de Jó tenha trazido certo conforto ao seu sofrimento, uma vez que eles começaram a falar, de maneira cautelosa, porém, impiedosa, julgaram Jó com base naquilo que entendiam como a teologia correta. Ainda que nem tudo estivesse equivocado nessa teologia, ela é muito falha. Além disso, respostas fáceis e generalizações teológicas nunca devem ser respostas ao sofrimento.

Ciclo do aprendizado

Motivação

Focalizando as Escrituras: Salmo 119:65-72

Conceito-chave para o crescimento espiritual: O julgamento bom e verdadeiro só pode vir da instrução de Deus (Torah, em hebraico). O salmista reconheceu essa verdade no mais longo dos três salmos (Sl 119:66) dedicados à Torá (Sl 1; 19; 119). Às vezes, o julgamento verdadeiro é surpreendentemente heterodoxo, de acordo com a sabedoria deste mundo (1Co 3:19). Quer a sabedoria seja heterodoxa ou convencional, ao aplicá-la, precisamos ter cuidado para não assumir o papel de Deus em julgar (como Elifaz fez), para que não sejamos condenados.

Para o professor: Quem, diante de uma cena de sofrimento, já não tentou dar uma resposta fácil, na tentativa de entender o que não faz sentido, até mesmo para dar algum tipo de esperança, independentemente do quanto essa esperança possa parecer distorcida? “Talvez Deus tenha permitido que o seu filho morresse nesse acidente de carro porque Ele sabia que, mais tarde na vida, ele iria virar as costas para Deus e para a igreja.” Embora essas tentativas quase soem absurdas na vida normal, de repente, elas levantam suas cabeças disformes em momentos de sofrimento, proferidas por vizinhos, amigos e até mesmo membros da família bem-intencionados. Os amigos de Jó não são exceção; talvez, não devamos julgá-los precipitadamente; afinal de contas, eles vieram para consolar Jó.

Discussão de abertura

Enquanto trabalhavam como missionários no belo país da Bolívia, na América do Sul, um homem e sua família receberam uma notícia trágica. O pai do homem havia falecido em um acidente doméstico do outro lado do mundo. Depois do choque inicial, o missionário saiu de casa para falar com os administradores da própria instituição na qual ele e sua família estavam trabalhando naquela época. Ele precisava informá-los de sua perda e verificar a logística da viagem de volta para casa, a fim de cuidar do funeral e da partilha da herança de seu pai.

Algum tempo depois, passado tudo isso, o homem já não se lembrava bem do que havia dito aos administradores. Mas de uma coisa ele se lembrava com clareza: o momento em que os quatro homens, incluindo ele próprio, estavam sentados juntos em um banco, nos jardins em frente ao prédio da administração. Todos choravam e se apoiavam uns nos outros. Os administradores derramaram lágrimas de tristeza pela perda daquele homem. Em consequêcia de sua dor, o homem, de repente, passou a valorizar os amigos de Jó um pouquinho mais, pois eles vieram de todas as direções, sentaram-se durante sete dias com Jó, choraram e compartilharam da sua tristeza sem dizer uma palavra (Jó 2:11-13).

O que podemos aprender com os amigos de Jó nesse ponto da história?

Compreensão

Para o professor: Provavelmente, neste estudo da lição, seja fácil criticar e condenar a teologia equivocada de Elifaz como sendo insensível e distante do amor de Deus. No entanto, podemos ter a mesma atitude que Elifaz teve para com o sofrimento de Jó: condená-lo de acordo com um sistema teológico de certo e errado, que nem sempre se encaixa com a realidade. Assim como devemos nos abster das atitudes pelas quais Elifaz e os outros amigos de Jó o condenaram, devemos abster-nos de condenar os amigos de Jó por sua teologia equivocada e pela abordagem impiedosa para com o sofrimento de Jó.

A questão mais importante é: como nós, adventistas do sétimo dia, podemos aliviar o sofrimento ao nosso redor e encontrar palavras apropriadas para as pessoas que o experimentam?

Comentário bíblico

Como podemos responder de forma adequada às pessoas que estão sofrendo? Como podemos ser compassivos como os amigos de Jó, que se sentaram e choraram com ele por sete dias, e, ao mesmo tempo, não cair em clichês e respostas fáceis para as situações desconcertantes que a vida apresenta? Como lidar com nosso próprio sofrimento a partir da perspectiva bíblica?

I. Angústia
(Recapitule com a classe Jó 2:11-13; Eclesiastes 7:2; Salmo 30:5.)

Os amigos de Jó foram e se sentaram com ele por sete dias, o que, possivelmente, deu origem ao ritual judaico de luto chamado “sentar shiva” (sete). Sete dias de empatia e compaixão. É interessante notar que foi Jó quem rompeu o silêncio no fim dos sete dias, numa tentativa de processar sua dor.

Há alguns denominadores comuns na forma como nós, seres humanos, processamos o luto. Como cristãos, podemos ajudar outras pessoas (e, às vezes, a nós mesmos) prestando atenção nesses passos:

(1) A causa da nossa dor precisa ser aceita como uma realidade. Existe uma tendência interessante na mente humana: fechamos as nossas portas mentais para as coisas das quais não gostamos, esperando que, assim, elas desapareçam de algum modo. Se você deseja processar a dor e o sofrimento, o primeiro passo é aceitá-los como realidade.

(2) O segundo passo no “processo de luto” é a disposição de realmente sofrer a dor e a perda. Ninguém gosta de sofrer. Evitar a dor é um instinto humano. No entanto, se quisermos avançar em direção à cura interior, temos que estar dispostos a andar pelo vale da sombra da morte, como diz o Salmo 23:4. Precisamos confrontar e expressar a dor.

(3) Se você deseja processar sua dor, precisa se reintegrar na vida. Se o seu cônjuge ou filho faleceu, você pode querer voltar aos lugares familiares que vocês visitaram juntos. Não é saudável viver tentando evitar tudo o que possa lembrá-lo do seu ente querido. Caminhar na mesma praia que vocês sempre caminharam juntos pode ser uma experiência dolorosa, mas também o início de algo novo. Às vezes, passamos tanto tempo traçando cuidadosamente nossas lembranças e enchendo nossa vida com elas que não há espaço para uma vida nova. As lembranças são boas e importantes, mas a vida continua. E ela não deve ser um museu empoeirado de fotografias da pessoa falecida.

(4) O último passo é dizer adeus a seu ente querido. Seja ele o cônjuge falecido, o feto perdido ou o animal de estimação que morreu – a dor da perda ocorre em todos os níveis. Mas temos que chegar ao ponto em que conscientemente dizemos: “Adeus”.

 

Pense nisto: Você foi ajudado durante o processo de luto, de acordo com esses quatro passos?

II. Elifaz fala
(Recapitule com a classe Jó 4 e 5.)

A resposta inicial ao lamento de Jó no capítulo 3 veio de Elifaz, o temanita (Temã se localizava em Edom. Em Gênesis 36:11, vemos que Temã era um descendente de Elifaz, da linhagem de Esaú). Ah, se Elifaz, o temanita, tivesse permanecido em silêncio! Mas, infelizmente, ele falou. Suas palavras (Jó 4; 5) são marcadas pela teologia da retribuição, estabelecendo uma relação direta entre o pecado de Jó e o castigo de Deus. Elifaz partiu de um ponto de vista muito positivo, elogiando Jó por ter, antes, sido conselheiro de outras pessoas (Jó 4:1-4). Mas então ele mudou o tom no verso 5 (“Mas agora que você se vê em dificuldade”, NVI), indicando que os inocentes não pereciam (Jó 4:7, 8). Ele justificou essa alegação por meio de suas observações pessoais, bem como por uma revelação divina secreta recebida num sonho descrito de maneira estranha (Jó 4:12-16), ambas fontes muito subjetivas de conhecimento.

No capítulo seguinte, Elifaz enfatizou sua opinião, concluindo que Jó devia ter agido como tolo (Jó 5:1-5), e finalizou com um apelo para que ele se voltasse para Deus (Jó 5:8) em arrependimento e buscasse o favor divino mais uma vez (Jó 5:11-18). O grande problema é que, embora exista uma relação bíblica entre obediência e bênçãos (ou desobediência e maldições), na maioria dos casos, a situação é mais complicada do que aquilo que nossas observações humanas podem desvendar. Nossa responsabilidade é erguer a cana quebrada, não derrubá-la (Is 42:3), algo que Elifaz imponentemente deixou de fazer.

Pense nisto: Por que é tão fácil cair no mesmo raciocínio que Elifaz utilizou em seu discurso?

III. Julgamento e exortação
(Recapitule com a classe Mateus 7:1, 2; Romanos 3:19; Hebreus 12:5.)

Muitos comentaristas têm apontado a aparente contradição entre a afirmação categórica de Mateus 7:1 (“Não julgueis”, compare também com Rm 2:1; 14:10, 13; Tg 4:11, 12; 1Co 4:5) e outras afirmações na Bíblia que parecem incentivar o julgamento (por exemplo, 1Co 2:15; 5:12, 13; 6:1-4). O contexto desempenha papel importante na resolução dessa tensão: embora a Bíblia proíba claramente o julgamento fundamentado na tradição humana ou em uma atitude hipócrita, ela o incentiva de acordo com os padrões de Deus e de Sua Palavra (Jo 7:24), mas acima de tudo, em amor.

Pense nisto: Qual é o lugar da advertência bíblica na vida cristã?

Aplicação

Para o professor: Parece muito natural relacionar o sofrimento ao pecado. Muitas vezes, baseamos essa relação em fontes subjetivas, semelhantes às que Elifaz utilizou para formar o seu argumento.

Perguntas para reflexão e aplicação

1. Quando falamos com outras pessoas sobre o caráter de Deus, que fontes utilizamos para o nosso raciocínio? Elas são baseadas em algo que não seja a Bíblia?

2. Devemos relacionar o sofrimento com o pecado? Em caso afirmativo, quando e em quais circunstâncias?

Criatividade e atividades práticas

Para o professor:  Como adventistas do sétimo dia, às vezes somos acusados de ser legalistas, assim como pensamos que os amigos Jó eram legalistas. A boa notícia é que não somos!

Atividades individuais ou em classe

1. Crie uma lista do que se pode ou não fazer no sábado. Em seguida, discuta essa lista com a classe e levante a importante questão: seria essa lista de permissões e proibições a melhor maneira de observar o sábado? Por quê?

Planejando atividades: O que sua classe pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição?

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