As bromélias fazem parte de uma família vegetal com mais de duas mil espécies conhecidas. O abacaxi é uma delas. As epífitas vivem no alto das árvores, associadas com orquídeas. Entre elas estão os gravatás e a barba-de-velho. Mas há também as que vivem nas planícies, nas encostas dos montes e no chão das matas. O caraguatá-acanga é uma bromélia cujas folhas chegam a dois metros de comprimento. As cores vivas e as flores exóticas das bromélias as tornaram um item obrigatório nos jardins.
A maior parte das bromélias tem em sua parte central um depósito natural de água de chuva. No cálice da quimea polystachia, por exemplo, cabe meio litro de água. Em regiões próximas ao mar e onde a água é salobra, esses depósitos naturais se transformam em pequenos lagos de água doce. Nesse ambiente, a luta pela vida é constante. Desde o emaranhado das folhas espinhentas no solo, até a ponta de suas flores, as bromélias atraem uma fauna que inclui os mais diversos tipos de animais.
Larvas de mosquitos, algas verdes, baratas, grilos, libélulas, aranhas, rãs, pequenos roedores e até serpentes se hospedam ali. O louva-a-deus aguarda em silêncio a hora de atacar. No chão, sob as folhas de uma bromélia, um lagarto foge de um gavião e aproveita a sombra protetora para acasalar. As bromélias são complexos habitacionais onde esses bichinhos se abrigam longe da vista de seus predadores, e onde encontram água e alimento.
Nos tempos do Antigo Testamento, Deus orientou Moisés a separar algumas cidades para servir de refúgio aos que praticassem algum mal involuntário. Ninguém deve ser condenado antes de ser ouvido, pois as ações nem sempre correspondem às intenções. Às vezes fazemos algo errado tentando ajudar: você pega a jarra para servir alguém, tropeça e derrama o suco em cima da pessoa. Em seguida, você ganha um puxão de orelha.
É claro que isso não está certo. O amor demonstrado a quem fez algo errado sem querer permite o abrigo em uma cidade de refúgio. Ouvir antes de condenar é uma cidade de refúgio. Ter paciência com quem erra é facilitar para que a pessoa conheça o amor de Jesus.