Como a arqueologia se relaciona com a história bíblica? Muitos não sabem, mas os achados arqueológicos são fragmentários. Grande parte da história antiga se perdeu, seja ela bíblica ou grega, por exemplo.
Não temos nenhuma prova da existência de Pitágoras, Platão ou Sócrates. Aqueles que questionam a existência de Salomão talvez não estejam cientes de que, apenas em 2014, foi achada a tumba de Senebkay, um poderoso faraó anteriormente desconhecido.
Sendo assim, como os arqueólogos afirmam a veracidade de um acontecimento? Além de contar com critérios historiográficos e epigráficos, a probabilidade de um testemunho textual é avaliada por meio de amostragem. Ou seja, que porcentagem do que ele diz foi confirmada?
Quando os institutos de pesquisa afirmam que um candidato receberia 57% dos votos válidos se a eleição fosse realizada naquele dia, por exemplo, é importante ressaltar que eles não entrevistaram 100% dos eleitores, mas apenas uma amostra deles. Mesmo assim, suas previsões se mostram, na maioria das vezes, corretas.
Com a arqueologia, é o mesmo princípio. Embora não tenhamos o controle estatístico sobre o que será encontrado, podemos ver se as descobertas confirmam o relato. A questão não é quanto da Bíblia já foi confirmado, mas se o que foi encontrado está contra ou a favor do que ela diz.
Normalmente, o que é usado para negar a Bíblia não é um achado que refuta diretamente o texto, mas a falta de provas que o confirmem. Por exemplo, a escassez de ossos de camelo encontrados em Canaã no período do Bronze levou alguns a sugerirem que esses animais ainda não
eram domesticados na região, logo Moisés teria errado quando inseriu camelos na história dos patriarcas.
No entanto, a ausência de evidência não é evidência da ausência. Durante muito tempo, a existência da Babilônia e do rei Nabucodonosor também foi questionada por respeitados acadêmicos europeus. Hoje, sabemos que todos estavam errados. Como o profeta disse: “A erva seca e as flores caem, mas a palavra do nosso Deus permanece para sempre” (Is 40:8).