Quarta-feira
02 de julho
OITAVO MANDAMENTO
Não furtarás. Êxodo 20:15

Ofilósofo Cícero disse: “Viver feliz nada mais é que viver com honestidade e retidão.” Mas, infelizmente, esse tipo de sabedoria não foi o bastante para refrear o apetite do homem por coisas. O oitavo mandamento, para desespero de muitos que tentam alinhar a cosmovisão bíblica com certas visões materialistas, pressupõe a propriedade privada e proíbe qualquer tentativa de apoderamento ilícito dos bens de outrem.

Em todos os lugares onde tentaram repartir os bens de uma população por meio do saque, os seres humanos ficaram mais agressivos, o convívio entre eles ficou mais difícil e não poucos assassinatos aconteceram. Logo, as coisas se tornaram mais importantes que as pessoas. Enquanto objetos ganhavam valor, a vida o perdia. Pessoas que agiam assim tinham comportamento autodestrutivo e eram um perigo à criação.

Para o oportunista, a ocasião faz o ladrão. Entretanto, vale ressaltar que o caráter não é modificado pelas circunstâncias. Na verdade, a honestidade não torna um homem rico, mas o torna livre. O furto pode assumir muitas formas, incluindo roubo (Mc 10:19), sequestro (Êx 21:16), tráfico humano (1Tm 1:10), receptação de furto (Pv 29:24), transações fraudulentas (1Tm 3:8), uso de pesos e medidas falsos (Pv 20:10), violação dos marcos de propriedade (Dt 19:14), injustiça nos contratos (Dt 24:15), extorsão (Sl 62:10), plágio, e assim por diante. Contra todas essas coisas, Deus simplesmente diz: “Não furtarás”.

Esse mandamento também é, indiretamente, uma valorização do trabalho, uma vez que proíbe a obtenção de coisas por meios ilícitos. O trabalho é elevado à condição de único meio pelo qual algo deve ser obtido. Assim, o trabalho honesto torna-se a defesa da sociedade contra o furto em qualquer que seja sua forma.

Segundo Dennis Prager, o mandamento que diz “não furtarás” engloba todos os outros. “Assassinato é o roubo de uma vida. Adultério é o roubo da confiança. A cobiça é o desejo de roubar algo de alguém. Dar falso testemunho é roubar a justiça.” Por isso, quem observa o oitavo mandamento em sua totalidade trata de observar toda a Lei. Que bom seria se todos agissem assim, mas ainda que nem todos o façam, eu convido você a fazer, pelo menos, a sua parte.