Domingo
06 de julho
ESCRAVOS MODERNOS
De que adiantará uma pessoa ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará uma pessoa em troca de sua alma? Mateus 16:26, NAA

Workaholic é o termo inglês usado para nomear uma pessoa viciada em trabalho. Os trabalhadores compulsivos estão se multiplicando. A cada dia, mais pessoas estão sendo infectadas pelo vírus do trabalho excessivo. O que se vê são pessoas com jornadas semanais de 12 horas diárias de trabalho. O tempo de descanso é reduzido ao mínimo necessário, e os períodos de lazer são rotulados como improdutivos. As demandas do século 21 impõem um ritmo de vida frenético às pessoas. Alguns séculos atrás, um ritmo de vida como esse seria impensável.

Na Idade Média, o dinheiro era visto de forma negativa por determinados círculos cristãos. Os votos de pobreza monásticos eram considerados uma demonstração de virtude religiosa; e a nobreza abastada enxergava o trabalho como uma atividade degradante, reservada às classes menos nobres. Tais pensamentos perduraram até a época da Reforma Protestante.

Os reformadores pregavam que o trabalho é um dever que dignifica o homem, o qual, com a bênção divina, pode se esforçar para prosperar sem peso na consciência. O trabalho, então, passou a ser visto como um bem sagrado que beneficia o indivíduo e a sociedade. Essa compreensão colaborou para a formação da mentalidade ocidental contemporânea sobre o tema. De certa forma, também fez com que o mundo se desenvolvesse, e a vida das pessoas se tornasse melhor.

Contudo, não podemos ignorar o efeito colateral dessa mudança de visão. John Wesley certa vez disse: “Eu temo, em toda parte onde os ricos se multiplicaram, que a essência da religião declinará na mesma proporção.” O acúmulo egoísta de bens é a raiz da injustiça social.

O texto de hoje atinge a nossa sociedade workaholic em cheio. O dinheiro não nos recomenda a Deus. Além disso, ele é incapaz de aumentar nosso tempo de vida. Mesmo assim, muitos se prendem cegamente ao trabalho movidos pela cobiça. Vivem trabalhando como se fossem escravos dela.

Fuja desse novo modelo de escravidão. Não permita que o trabalho impeça você de ter tempo para comunhão e para viver segundo a vontade de Deus.