Sexta-feira
18 de julho
Às margens do rio Araguaia
Louvem o Senhor, todos os gentios; que todos os povos O louvem! Porque grande é a Sua misericórdia para conosco, e a fidelidade do Senhor dura para sempre. Aleluia! Salmo 117:1, 2

Era madrugada, cerca de 4h, quando uma forte dor me acordou. Logo percebi o que era: nosso bebê estava nascendo! Liguei para meu marido e lhe contei o que se passava. Ele ficou bastante surpreso e ligou para todos a fim de contar a novidade. Minha irmã estava comigo naquele momento e, com a esposa do enfermeiro, ajudou-me a me arrumar.

Morávamos entre os indígenas Karajá, ensinando na escola missionária da nossa igreja, na Ilha do Bananal, no Rio Araguaia, região Central do Brasil. Nosso principal problema era que o hospital mais próximo, na cidade de São Félix do Araguaia, fi cava a quatro horas de barco rio acima – se o barco tivesse um motor de 15 cavalos de potência. Nossa missão tinha apenas um barco de 12 cavalos e, com aquele motor menos potente, demoraríamos o dia inteiro para chegar ao hospital!

Havia ali um indígena Karajá que tinha um barco de 15 cavalos de potência, mas, quando perguntaram se ele poderia ir para São Félix, ele respondeu que iria dentro de dois dias. Ninguém conseguiu convencê-lo de que se tratava de uma emergência e que não poderíamos esperar tanto tempo.

Então as pessoas decidiram usar o barco de 12 cavalos para atravessar o rio e pedir ajuda ao irmão Luís. Ele era membro da igreja e morava em uma fazenda do outro lado do rio. Seus dois filhos também estudavam na escola. Além disso, ele tinha uma lancha de 15 cavalos. Um indígena cristão ia até lá ligar para ele. Enquanto o homem atravessava o rio, o motor parou repentinamente. Esse barco muitas vezes se recusava a funcionar, e as pessoas eram obrigadas a remar. Meu coração quase parou. Aquele barco era nossa única esperança! De repente, o motor voltou a funcionar. O irmão Luís veio, e eu pude começar a viagem para o hospital às 8h. Chegamos lá ao meio-dia, mas nosso bebê só nasceu à noite. Mais tarde, fomos informados de que o indígena havia orado quando o motor do barco parou, e ele voltou a funcionar. Deus respondeu à oração. Que coisa incrível!

Nossa estação missionária existia para ensinar as pessoas sobre o Deus verdadeiro. Os indígenas tinham aprendido a orar e aplicaram esse conhecimento para nos ajudar. Nossa missão foi cumprida!

Het Jane Silva Carvalho