Nossos três netos moram no estado da Califórnia, nos EUA, e se encantaram com a natureza aqui no Sul, onde moramos, quando vieram nos visitar. Em uma tarde, depois de nadarmos no lago, Kent, de quatro anos, virou-se para o pai (meu filho, Andrew), apontou para alguns galhos de pinheiro que estavam muito acima de sua cabeça e pediu que o pai o levantasse para tocar nos galhos.
Meu filho colocou no chão um monte de toalhas de praia e agarrou o pequeno Kent pouco acima dos joelhos.
– Mantenha o corpo ereto e alcance lá no alto – ele instruiu.
Kent ergueu os braços curtos, enrijeceu o corpo e olhou para cima com expectativa enquanto seu pai lentamente o levantava, cada vez mais alto. Em segundos, na ponta dos braços do pai, mas seguro pelo aperto de suas mãos fortes, a criança animada esforçou-se para alcançar o galho de pinheiro mais próximo de sua cabeça.
– Papai, consegui! Também consigo ver mais céu azul! – ele gritou eufórico.
Nesse ponto, a “câmera” da minha memória registrou meu neto agarrando um galho de pinheiro com as duas mãos enquanto os braços estendidos e firmes de seu pai o mantinham alto o sufi ciente para realizar o desejo de seu pequeno coração.
Sempre que revejo essa imagem no álbum de fotos da minha mente, penso em lugares altos que também consegui “tocar” porque meu Pai me levantou, segurando-me com força. Em posições de destaque entre os ramos divinos, entreguei a Deus os resultados de um diagnóstico de câncer e de perdas familiares, a fim de me concentrar na esperança do porvir. Nos lugares altos, as promessas da Palavra de Deus substituem o medo, a tristeza e a amargura por conforto, confiança e paz. Em lugares elevados, podemos até conquistar sonhos – mesmo achando que tudo
está perdido – que nem sabíamos que tínhamos. Eu também me sinto abismada e clamo: “Papai, estou tocando no alto! E vejo céu azul agora!”
Não tenho palavras para descrever a sensação que é orar: “Pai, exalta-me” e depois experimentar Sua força substituindo a minha fraqueza, Sua plenitude preenchendo o meu vazio. Tudo o que posso fazer é agradecer e orar dizendo as verdades que Ele mesmo nos deixou: Eu te amo, ó Senhor, minha força. Tu me firmaste nas alturas. Tua mão direita me susteve. Tua clemência me engrandeceu. Tu és Aquele que me exalta (Sl 18:1, 33, 35, 48, parafraseado pela autora). Permita que Ele a exalte hoje também.
Carolyn Rathbun Sutton