O conselho de Paulo a Timóteo começa com um importante jogo de palavras. Ele fala do “firme fundamento”, relembrando as grandes construções de seu tempo.
Os alicerces feitos pelos antigos romanos eram tão fortes que, em 2020, arqueólogos encontraram em Malta os fundamentos de um templo datado dos dias de Paulo. O piso era composto de cerâmicas quebradas e cal triturada, mostrando-se tão resistente que suportou, por 2 mil anos, dezenas de outras construções que se ergueram sobre ele. A última foi uma fazenda do século 18, que resistiu por 200 anos graças ao alicerce bem estabelecido.
Paulo então cita dois ditados. O primeiro ecoa Números 16:5: “O Senhor fará saber quem é Dele.” O contexto era a rebelião de Corá, Datã e Abirão contra Moisés e Arão. Em vez de argumentar em favor de si mesmo, Moisés preferiu deixar que o Senhor revelasse quem era o verdadeiro sacerdote. Da mesma forma, Paulo enfrentava questionamentos sobre seu apostolado.
O segundo ditado vem de Isaías 52:11: “Purifiquem-se, vocês que levam os utensílios do Senhor.” Os que professam o nome de Jesus não podem flertar com a iniquidade. É imprescindível estar fundamentado em Deus. Pena que a palavra “fundamentalista” tenha hoje uma conotação
tão negativa!
Em um podcast recente, três influenciadoras falavam abertamente sobre liberar seus maridos para uma aventura extraconjugal e expressaram arrependimento por não terem experimentado um número maior de parceiros sexuais.
Esse bate-papo explícito não é um caso isolado. De alguma forma, as pessoas estão saindo da hipocrisia – quando o pecado é cometido secretamente – para entrar na fase do escancaramento, quando o pecado sai da privacidade para se tornar motivo de orgulho.
Por isso, é imprescindível ter claro o selo do firme fundamento e edificar somente nele as estruturas de nossa vida. A beleza do prédio pode encantar os olhos, mas é o alicerce que garante sua permanência.