Sábado
30 de agosto
DESERTO
Deus estava com o menino. Ele cresceu, viveu no deserto e tornou-se flecheiro. Gênesis 21:20

Vi um deserto pela primeira vez quando eu, Diego, viajei para Dubai. Enquanto passeava pelas dunas, rapidamente cheguei à conclusão de que era impossível viver em um ambiente como aquele. Meu guia, naquela ocasião, era árabe e muçulmano. Ele provavelmente passou a vida toda naquele lugar. Essa cena me fez lembrar da história de Ismael, que, após deixar a casa do pai, passou a viver no deserto de Parã.

Sentado sobre toneladas de areia incandescente, pensei: “Deus estava com Ismael, mas, mesmo assim, ele permaneceu no deserto.” Isso me pareceu duro demais, pois Ismael também era filho de Abraão, e Deus havia assegurado ao patriarca que seu primogênito também seria abençoado (Gn 21:12), mas, ainda assim, permitiu que ele vivesse em um lugar inóspito e ameaçador. Então me lembrei de que eu estava perto de uma grande metrópole construída naquela aridez escaldante.

Nas ardentes extensões do deserto, onde o sol aquece a areia e o vento sussurra a solidão, os beduínos desenvolveram um vínculo com a vastidão árida, transformando hostilidade em harmonia. O deserto, outrora indomável e desafiador, foi sobrepujado pela maestria desses destemidos habitantes das dunas, que aprenderam a triunfar sobre a escassez. Eles construíram impérios onde havia apenas sequidão.

Imagino que a vida de Ismael tenha sido semelhante à dos beduínos. Ele teve que aprender a superar as dificuldades impostas pelo deserto. Mas isso não significava que estivesse fadado a ter uma vida de dissabores. O relato bíblico diz que ele conseguiu prosperar. Viveu mais de 130 anos e foi pai de 12 príncipes (Gn 25:13-17).

Com a bênção de Deus, podemos superar circunstâncias e ambientes adversos. Entretanto, isso não significa que estejamos dispensados de nos esforçar para progredir. A união da bênção divina com o esforço humano é capaz de fazer grandes coisas.