Sábado
23 de agosto
Uma igreja para Charlie
Eu lhes dou um novo mandamento: que vocês amem uns aos outros. Assim como Eu os amei, que também vocês amem uns aos outros. Nisto todos conhecerão que vocês são Meus discípulos: se tiverem amor uns aos outros. João 13:34, 35

Quando minha neta Charlie tinha três anos, fui visitá-la no estado do Texas, nos Estados Unidos. Eu morava no estado de Maryland, então só conseguia ver meu filho e sua família duas vezes por ano. Apesar de me ver tão raramente, Charlie veio correndo, com os braços estendidos, gritando:

– Vovó! Vovó! Vovó! – E deu um abraço apertado e caloroso nas minhas pernas.

Meu coração se derreteu porque minha querida netinha ficou tão feliz em me ver quanto eu em vê-la! Agora adolescente, ela ainda fica feliz em me ver, mas menos animada. No entanto, a lembrança daquela doce recepção sempre aquece meu coração.

Tenho outra lembrança de um “bem-vinda” que teve o efeito oposto em mim. Em uma manhã de sábado, fui visitar pela primeira vez uma pequena igreja onde tinha um compromisso para falar à tarde. O estande da recepção fi cava a uns dois metros da porta e havia três pessoas lá, conversando. Elas me viram, mas continuaram conversando. Então, fiquei na frente do estande e solicitei um boletim. Um dos três, obedientemente, me entregou a folha sem dizer uma palavra, depois voltou-se para os outros. Eu me perguntei se é assim que eles cumprimentam
todos os visitantes.

Minha ideia de igreja é um lugar que acolhe calorosamente a todos, sejam membros ou visitantes. Um lugar onde os membros ficam tão felizes em ver os visitantes e uns aos outros quanto Charlie ficou em me ver naquele dia. Um lugar seguro para todos que entram, onde ninguém é julgado pelo que veste, pela cor da pele ou pelo seu passado. Os membros não precisam ser tão animados quanto a pequena Charlie, de três anos, mas, mesmo assim, devem ser calorosos.

Eu imagino a igreja como um verdadeiro refúgio para os pecadores (que inclui todas nós), não um clube para “santos”. Um lugar onde as pessoas possam ser sinceras sobre seus problemas e não serem julgadas como indignas de comunhão.

Um lugar onde uma adolescente como Charlie seja bem-vinda e, sim, amada. Suspeito que todas nós queremos que nossos filhos e netos sejam bem-vindos em nossa igreja. Já que todos são filhos de alguém, por que não tratar todos como se fossem nossos filhos também?

Carla Baker