Quinta-feira
16 de outubro
FUGA DA FELICIDADE
Por que vocês gastam o dinheiro naquilo que não é pão, e o seu suor, naquilo que não satisfaz? Ouçam com atenção o que Eu digo, comam o que é bom e vocês irão saborear comidas deliciosas. Isaías 55:2

Você já percebeu como o mundo está repleto de pessoas que se tornam infelizes enquanto perseguem desesperadamente a felicidade? Oscilam entre o que Schopenhauer descreveu como “a ânsia de ter e o tédio de possuir”. Vivem correndo atrás de algo que não têm e, mesmo quando conseguem, não se dão por satisfeitas. Então, começam a querer o que é do outro. Essa cobiça as cega para o que está ao seu redor. Quando finalmente abrem os olhos, percebem que o objeto de seu desejo não lhes trouxe a felicidade tão sonhada. Assim, a cobiça se torna uma fuga da realidade, alimentando uma insatisfação permanente.

O materialismo criou falsas necessidades, levando as pessoas a supor que a felicidade está sempre onde elas não estão. Se está chovendo, querem que faça sol; se faz sol, querem que chova. Parece que vivem brincando de pique-esconde com a felicidade! É contra esse sentimento que Deus quer nos prevenir.

Nos anos 1970, o economista americano Richard Easterlin defendeu a tese de que o aumento da riqueza não propicia, necessariamente, o aumento do bem-estar pessoal. Ele chegou a essa conclusão depois de estudar o Japão pós-guerra. Naquele país, onde a produção per capita aumentou 700% em 20 anos, a população se dizia efetivamente menos satisfeita. O mesmo se pode dizer de outras nações ricas, como os Estados Unidos e a Grã-Bretanha. Esse estudo ficou conhecido como “o paradoxo de Easterlin” e dominou os livros de economia do mundo inteiro.

Pesquisas recentes indicam que, em países pobres, as pessoas parecem estar mais satisfeitas com o pouco que têm do que cidadãos de países ricos com o muito que possuem. Uma família de refugiados que recebe uma cesta básica da ONU demonstra mais contentamento do que um executivo que compra um novo jatinho.

Não é errado satisfazer nossas necessidades. No entanto, a busca desenfreada, imoral e sem critérios pela satisfação pessoal pode nos levar ao isolamento, à inveja e à corrupção. Sentimentos que, certamente, não devem fazer parte da vida de quem deseja viver com Deus. Pense nisso.