Sábado
18 de outubro
ASSASSINOS
Vocês ouviram o que foi dito aos antigos: “Não mate.” E ainda: “Quem matar estará sujeito a julgamento.” Mateus 5:21

Elevando-se imponentemente no sopé do monte Hermom, em Israel, encontra-se um castelo conhecido como Ninrode. Diz a lenda que, durante uma visita ao local, o fundador de Babel ficou incomodado com os mosquitos e, na tentativa de resolver o problema, substituiu sua cabeça por uma de ouro através de magia, acreditando que os insetos não iriam se aproximar dele. No entanto, o resultado foi fatal. Ninrode acabou morrendo, e seus súditos o enterraram no vale, que continua infestado de mosquitos até hoje.

Lendas à parte, a verdade é que o castelo foi construído na Idade Média e não tem nada a ver com o Ninrode bíblico. Ele pertenceu ao governador Al-Maliq al-‘Aziz e serviu como posto militar para impedir o avanço dos cruzados. Conta-se que ali se estabeleceu uma célula dos hashashin, um grupo islâmico que praticava assassinatos sob encomenda.

Alguns estudiosos dizem que o nome hashashin deriva de uma antiga palavra árabe que significa “fundamentalistas”. Outros sugerem que vem do fato de eles se drogarem com haxixe antes de cometerem o crime, pois a substância estimulava a matança a sangue frio. Seja como for, o nome “assassinos” veio de hashashin, inspirando até mesmo o jogo Assassin’s Creed.

Embora o termo seja novo, a diferença entre matar e assassinar era um conceito claro antigamente. Por isso, eles não viam contradição entre o mandamento “não matar” e a ordem para combater um exército inimigo. O termo era especificado para diferenciar a morte criminosa da acidental ou defensiva.

Jesus foi em sentido contrário. Em vez de estreitar o significado para evidenciar quando não é pecado matar, Ele o ampliou para abarcar atitudes que, mesmo não indo a júri popular, são dolosas aos olhos de Deus. Isso inclui o assassinato de reputações.

Aquele que insulta seu irmão e se ira por motivos fúteis está quebrando o mandamento de Deus. A raiva, assim como a droga dos hashashin, entorpece o bom senso e conduz à rivalidade. As aparências podem esconder o crime, mas a perícia de Deus revela em nossas mãos o sangue de quem assassinamos, assim como fez com Caim. Somente o arrependimento sincero pode eliminar o delito que nos impede de ver a Deus.