Alguns indícios bíblicos e geográficos sugerem que a travessia do Mar Vermelho ocorreu em algum ponto ao norte do Egito, próximo ao moderno canal de Suez. Onde hoje é um grande deserto, no passado havia uma extensão de água de aproximadamente 20 por 15 km, com uma profundidade em torno de 6 metros. Para onde seguir? Voltar para os egípcios ou esperar a morte diante da água?

Cansado pela limitação humana, Moisés clamou a Deus, e a resposta foi: “Diga aos filhos de Israel que marchem.” É interessante notar que a primeira ordem não foi para ele erguer o cajado e abrir o mar, mas sim para que o povo marchasse. Naquele momento, o mar ainda não estava aberto; nenhum sopro divino havia separado as águas. Seguir parecia suicídio.

Aquela marcha deveria definitivamente ser um passo de fé, não na voz de Moisés, mas na palavra de quem o enviou. Deus não faria a obra pela metade, libertando-os para abandoná-los na primeira dificuldade.

Da mesma forma, hoje o Senhor pode nos conduzir a uma situação semelhante à dos hebreus na Península do Sinai. De um lado, o aperto das montanhas; do outro, a impossibilidade do mar. Entre esses dois obstáculos, há a oportunidade para Deus agir.

Nos momentos de maior desamparo humano, quando nossos próprios recursos se esgotam, Deus encontra a oportunidade para manifestar Seu poder. Ao libertar os hebreus, Ele não buscava apenas a salvação deles; Seu objetivo era também humilhar os opressores, mostrando ao mundo quem é o Senhor da história. Embora houvesse outras formas de resgatar o povo, Deus escolheu esse caminho para provar a fé deles e fortalecer sua confiança na providência divina.

Muitas vezes ressaltamos a falta de fé demonstrada pelos israelitas, mas é igualmente importante reconhecer quando confiaram de maneira exemplar. Esse foi um desses momentos. Apesar do medo e do cansaço, eles avançaram seguindo a ordem de Moisés, e foi a partir disso que o mar se abriu.

Nós também enfrentamos desafios e obstáculos. Muitas vezes clamamos: “Senhor, o que faremos?” A resposta divina permanece a mesma: “Marchem! Somente depois disso abrirei o mar diante de vocês.”