Em agosto de 2018, acompanhei meu marido a Kigali, em Ruanda, onde ele foi o orador convidado durante uma reunião campal em uma igreja grande de lá. Depois do nosso primeiro programa naquela noite, algumas senhoras me abordaram, perguntando se eu poderia fazer algumas apresentações exclusivas para as mulheres. Depois que concordei, elas combinaram com o pastor distrital alguns programas noturnos para as mulheres. Durante três noites, desfrutamos juntas de palestras sobre o tema: “Como permanecer jovens e bonitas sem danificar nosso corpo.”
Certa noite, depois do programa, uma senhora me procurou e disse:
– Eu conheço você. Você se lembra que anos atrás, em 1994, você foi ao nosso dormitório, orou conosco e leu textos bíblicos para nós?
Eu me lembrei. Meu marido e eu paramos na universidade adventista em Ruanda, depois de fazermos um mês de reuniões evangelísticas em Kisangani, na República Democrática do Congo. No fim daquela semana, as meninas da universidade nos pediram que orássemos em todos os dormitórios. Oramos desde as 19:00 até às 2:00 da manhã! Na última sala, depois de orarmos, duas jovens nos presentearam com duas Bíblias e hinários religiosos em sua língua nativa, o Kiswahili. Foi difícil dizer adeus. Saí de Ruanda com aquela cena na cabeça. Algumas semanas depois, a guerra estourou no país. Quando soube que muitos haviam morrido naquele mesmo campus, pensei naquelas duas jovens, lembrando-me de seus rostos e sentindo a tristeza da separação.
Vinte e quatro anos se passaram. Agora, aqui em Kigali, essa mulher me disse:
– Eu sou aquela jovem cuja colega de quarto estava ao seu lado. Você orou por nós no último quarto do dormitório. Deus nos salvou e nós O servimos como esposas de pastor aqui em Kigali.
Oh, que alegria!
Acredito que será uma experiência maravilhosa encontrar nossos entes queridos no Céu quando Jesus voltar. Lá, viveremos com Ele para todo o sempre. Amém!
Angèle Rachel Nlo Nlo