Quinta-feira
30 de outubro
A MENSAGEM DE MALAQUIAS
Pode um homem roubar a Deus? Contudo, vocês estão Me roubando. Ainda perguntam: – Em que Te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Malaquias 3:8

Quando a Bíblia fala sobre dízimos e ofertas, não está tratando apenas de recursos financeiros. A questão é mais profunda. Antes de falar sobre esse tema, Deus fez ao Seu povo um chamado à conversão: “Voltem para Mim” (v. 7). O povo questionou em que ponto havia necessidade de conversão, e Deus respondeu a esse questionamento com uma pergunta retórica: “Pode um homem roubar a Deus?” Na sequência, o Senhor mostrou que isso acontece quando Seu povo O rouba nos dízimos e ofertas.

Em outras palavras, é necessário compreender que o assunto dos dízimos e das ofertas está diretamente relacionado ao tema da conversão. Como vemos no livro do profeta Malaquias, o povo já tinha dado inúmeras provas de que estava afastado de Deus. Contudo, a temática dos dízimos e ofertas é o ponto crucial do tema da conversão.

É interessante perceber que o verbo traduzido por “roubar” (em hebraico, qaba) é raro no Antigo Testamento e tem o sentido de “tomar à força”. Curiosamente, o profeta Malaquias poderia ter utilizado, por exemplo, o termo ganav, traduzido em Êxodo 20:15, como furtar. Contudo, o ato de reter os dízimos e as ofertas não é comparado a um simples furto, mas a um ato violento e agressivo acompanhando o roubo.

Não é à toa que o livro de Malaquias é o último livro do Antigo Testamento. Depois de sua mensagem de advertência, seguiram-se 400 anos de silêncio divino. O Deus que havia declarado Seu amor por Israel (Ml 1:2) Se viu rejeitado a ponto de manter silêncio.

A “palavra do Senhor contra Israel” anunciada na abertura do livro (Ml 1:1) foi muito mais dura do que o esperado: Deus silenciaria. A maior desgraça que viria sobre o povo não seria a escassez da colheita, mas a surdez espiritual.

Nossos dias se parecem muito com a época do profeta Malaquias. Uma geração que responde ao amor de Deus com incredulidade. Um povo egoísta que está mais preocupado com seu próprio conforto do que com o avanço do reino. Se não tivermos uma atitude adequada no que se refere aos dízimos e às ofertas do Senhor, nosso maior problema não será a ausência de bênçãos. Será experimentar o doloroso silêncio do Céu.