Na mentalidade popular, o sexo muitas vezes é associado ao pecado. De fato, por pouco os judeus não excluíram o Cântico dos Cânticos de sua edição do cânon bíblico. Contudo, um de seus sábios chegou à seguinte conclusão: “Os livros da Bíblia são santos, mas o Cântico dos Cânticos é o santo dos santos” (Rabi Aquiba). Entre versos ardentes e melodias celestiais, o amor desfila nesse texto sagrado em sua forma mais pura.
Entrelaçando imagens do amor romântico com figuras espirituais, o livro descreve uma verdade clara: o sexo é sagrado. Isso pode soar estranho para alguns, mas assim como as deturpações sexuais são desaprovadas por Deus, as relações sexuais que ocorrem dentro do padrão divino têm a bênção celestial.
Chegar a essa conclusão é mais simples do que parece. Sendo Deus o Criador da humanidade, por que a sexualidade humana estaria fora de Seu propósito? A noção de que o sexo é algo sujo vem de mentes contaminadas pelo pecado. Isso é o que o livro de Cânticos demonstra.
Talvez o clímax desse poema esteja no verso de hoje. Embora muitas traduções usem a expressão “veementes labaredas” no lugar de “labaredas do Senhor”, a segunda opção é mais assertiva. Dentro do matrimônio, o relacionamento sexual é uma centelha do amor divino, uma fagulha que incendeia a humanidade para cumprir seu propósito de perpetuar a obra do Criador.
Richard Davidson, em The Flame of Yahweh [A Chama de Yahweh], escreveu que: “O amor entre o homem e a mulher é […] um amor santo aceso pelo próprio Yahweh! A relação amorosa não é apenas bela, saudável e boa, mas santa. Aqueles que se amam, então, devem tratar um ao outro com piedosa abnegação porque foram movidos por um santo e abnegado Amor.”
O Cântico dos Cânticos alcança nossos dias sussurrando segredos de amor eterno para aqueles que ousam abrir o coração ao verdadeiro amor divino.
Guarde seu coração e seu corpo para as núpcias e você descobrirá o quanto o sexo pode ser divino e celestial.