No Universo, essencialmente, as coisas são classificadas como ondas ou partículas. As ondas são entidades físicas que podem se propagar pelo espaço, transportando energia sem transportar matéria permanentemente – como, por exemplo, as ondas de rádio que carregam o sinal de Wi-Fi. Já as partículas são os elementos que formam a matéria. Elas têm massa e forma definidas. A única exceção é a luz. Seria ela composta de ondas ou partículas?
No século 17, Isaac Newton propôs que a luz é composta de partículas. Entretanto, Christiaan Huygens acreditava no contrário. Para ele, a luz é uma onda. No início do século 19, Thomas Young conduziu seu famoso experimento da dupla fenda e concluiu que Huygens estava certo: a luz realmente é composta de ondas. Essa visão foi defendida e aperfeiçoada até que, em 1905, Albert Einstein postulou que a luz é composta de fótons, partículas que carregam energia.
A solução para o dilema que atravessou séculos veio em 1924, quando Louis de Broglie propôs que todas as partículas, incluindo os elétrons, têm propriedades de onda, introduzindo a dualidade onda-partícula, ou seja, um conceito de dupla natureza. Com o desenvolvimento da mecânica quântica, a dualidade onda-partícula foi formalizada. Dessa forma, compreendeu-se que a luz, assim como as partículas subatômicas, exibe propriedades de onda e de partículas, dependendo do tipo de experimento realizado. Esse histórico de pesquisas sobre a luz me levou a pensar na dupla natureza de Cristo.
Tentei, durante muito tempo, entender esse assunto. A ideia da coexistência homogênea do divino e do humano em um único ser pode parecer estranha. Mas a física me fez aceitar que existem muitas coisas no Universo que transcendem a nossa restrita capacidade de compreensão. Assim como a luz é partícula e onda, Cristo, a Luz do mundo, é, ao mesmo tempo, plenamente homem e plenamente Deus.
Em Cristo, o que parece ser excludente é harmônico. Ele é um de nós, mas não é um como nós. Plenamente homem para entender as nossas fraquezas. Plenamente Deus para nos livrar delas.
Hoje, convido você a meditar na singularidade de Cristo e na grandiosidade da Sua obra redentora.