Copie Apocalipse 14:6-12 na versão bíblica de sua preferência. Você também pode reescrever as passagens com suas próprias palavras ou fazer um esboço do texto.
1. Leia Romanos 1:18-21, Salmo 19:1-6 e Neemias 9:6. O que esses textos revelam sobre a obra de Deus como nosso Criador? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) A glória de Deus também é revelada nas obras de Suas mãos.
B. ( ) A criação revela toda a glória e toda a verdade do Senhor.
Há evidências poderosas não apenas de Deus como Criador, mas também do poder, amor e benevolência do Senhor. Paulo, em Romanos 1:18-21, declarou que aqueles que rejeitam a Deus serão “indesculpáveis” no Dia do Juízo, pois podemos descobrir o suficiente sobre Ele a partir do que Ele criou. Em outras palavras, eles não poderão alegar ignorância! Especialmente nesta época em que muitas pessoas passaram a adorar a criação em lugar do Criador, é crucial que a educação cristã nas artes e nas ciências sempre trabalhe partindo da premissa de que Deus é o Criador e Mantenedor de tudo que existe.
O Apocalipse raramente é visto como um livro que aborda o tema da educação. No entanto, Apocalipse 14:6 a 12 é um dos textos mais importantes para os adventistas. Ele apresenta o evangelho eterno que somos chamados a pregar. Esse texto contém uma tríplice mensagem entregue por três anjos (ou mensageiros) simbólicos: (1) “Temam a Deus e glorifiquem-No, pois chegou a hora do Seu juízo” (v. 7); (2) “Caiu! Caiu a grande Babilônia” (v. 8); e (3) “Se alguém adorar a besta e a sua imagem e receber a sua marca na testa ou na mão, também beberá do vinho do furor de Deus” (v. 9, 10). O texto conclui com um resumo da identidade do povo remanescente de Deus: “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (v. 12, NAA).
Os cinco primeiros versículos de Apocalipse 14 mencionam um grupo de pessoas que são redimidas da Terra. O texto também diz que elas “não se contaminaram” (v. 4), ou seja, praticam uma religião verdadeira. Uma das marcas desse grupo de fiéis, conhecido como os “144 mil”, é que eles “seguem o Cordeiro por onde quer que Ele vá”. Eles estão em constante comunhão com Deus em cada aspecto da vida. Desenvolveram o hábito de dar prioridade às coisas de Deus (devoção diária, testemunho, atividades da igreja), em detrimento de suas preferências pessoais (trabalho, entretenimento, relacionamentos). Eles se dedicam inteiramente ao Senhor, corpo, mente e forças. São cristãos genuínos e íntegros. Salvos pela graça de Cristo, eles são transformados cada vez mais à Sua imagem.
Quando lemos Apocalipse 14, observando os detalhes, percebemos que esse capítulo contém preceitos da educação cristã. Esse grupo fiel, redimido por Jesus, estará sobre o monte Sião, com o nome do Pai e do Cordeiro sacrificado escritos na fronte, simbolizando que desenvolveram o caráter de Cristo. Porque o objetivo final da educação é a redenção da humanidade.
A relevância da filosofia adventista da educação tem sua ênfase na Criação e na redenção. Essa verdade está estampada em nosso próprio nome: adventistas do sétimo dia. O sábado é o memorial da Criação, e a segunda vinda de Cristo, nossa bendita esperança. A obra da redenção terminará quando Jesus voltar nas nuvens do céu. No entanto, o processo de santificação, o desenvolvimento do caráter à semelhança de Cristo, deve ocorrer enquanto estamos neste mundo.
O remanescente de Apocalipse 14 é formado por cristãos que foram beneficiados pela verdadeira filosofia adventista da educação. Isso não quer dizer que todos tenham sido alunos matriculados em nossas escolas. Significa que os princípios bíblicos estarão refletidos no povo de Cristo quando Ele voltar.
2. Leia Salmo 96:9. Como entendemos o conceito de “beleza da santidade”? O que isso significa para um cristão e como deve impactar o que ensinamos sobre arte e a beleza muitas vezes associada a ela?
Se nosso mundo caído ainda é tão belo, imagine como deve ter sido antes da queda! Isso nos ensina que Deus realmente é o Criador do que é belo.
3. Leia Gênesis 3:6. O que esse texto ensina? (Veja também Pv 6:25; 31:30).
Anjos voando pelo meio do céu, clamando em alta voz, significa que esses mensageiros têm uma mensagem muito importante e urgente para proclamar aos habitantes da Terra. A mensagem não é outra senão o “evangelho eterno” (Ap 14:6). Ela contém as boas-novas da salvação.
A mensagem do primeiro anjo está dividida em três partes específicas: (1) “Temam a Deus e glorifiquem-No”; (2) “pois chegou a hora do Seu juízo”; e (3) adorem a Deus porque Ele é o Criador (v. 7).
Temam a Deus e glorifiquem-No – Temer a Deus e glorificá-Lo é um chamado imediato à ação em resposta às boas-novas da salvação. É o que Deus deseja que façamos. Tememos a Deus quando O buscamos de todo o coração. Temer a Deus significa obedecer-Lhe e reverenciá-Lo. Ser fiel aos Seus mandamentos é uma forma de temê-Lo. Também demonstramos temor ao Senhor quando não nos rebelamos contra Ele (1Sm 12:24), mas nos rendemos humildemente à Sua vontade.
Acima de tudo, temer a Deus significa ter fé em Sua graça, confiar Nele, crer que Sua misericórdia dura para sempre, e nos regozijarmos Nele, porque Ele sabe o que é melhor para nós. A educação cristã tem como objetivo, no temor do Senhor, desenvolver uma fé inabalável: “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12, NAA).
Chegou a hora do Seu juízo – Esse fato indica que há um limite de tempo e oportunidade para a salvação. A vida é um período de graça, pois Deus colocará fim ao pecado e à morte. A redenção tem data de validade: hoje é o dia de receber a graça redentora de Cristo. O evangelho eterno tem um chamado urgente e imediato!
Adorem o Criador – O convite para adorar é um chamado para lembrar de nosso Criador. Adoramos a Deus porque Ele nos criou, e tudo o que precisamos para desfrutar da vida que recebemos.
Como memorial da Criação, Deus instituiu o sábado. Diferentemente do ano e do mês, a semana de sete dias é uma instituição divina estabelecida pelo Criador ao terminar a criação deste planeta. O evangelho eterno do Apocalipse nos chama a adorar o Criador no dia em que Ele estabeleceu, para lembrar que não pertencemos a nós mesmos.
A obra primordial da educação cristã é apresentar ao estudante o conhecimento de Deus como Criador. Portanto, a Criação e a redenção são os fundamentos tanto no evangelho quanto na educação.
4. Leia 1 Timóteo 6:9 e 10. Quais são as atividades contra as quais Paulo advertiu?
5. Leia o restante de 1 Timóteo 6. Quais são as principais atividades apoiadas por Paulo? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Todas as atividades que envolvem lucro, poder e fama.
B. ( ) A prática da justiça, piedade, fé e amor, com constância e mansidão.
Observe em 1 Timóteo 6:20 como Paulo advertiu contra a “falsamente chamada ciência” (ARC). Embora ele estivesse trabalhando em um contexto diferente, o princípio ainda é aplicável. Ou seja, pense em todas as informações, ensinamentos e crenças, não apenas de hoje, mas ao longo de toda a História da humanidade, e que estavam completamente equivocados. As pessoas podem, de fato, ser especialistas em erros.
Descubra a relação das passagens a seguir com o texto bíblico-chave (Ap 14:6-12) da lição desta semana:
Eclesiastes 12:1-14
Gênesis 7:1-24
Daniel 1:3-20
Quais outros versículos vêm à sua mente quando pensa sobre educação e redenção?
6. Leia Provérbios 1:7. Qual é o segredo da verdadeira educação cristã? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) O temor do Senhor
B. ( ) O estímulo à sabedoria e ao conhecimento.
Os adventistas do sétimo dia creem que Apocalipse 14:6-12 seja uma mensagem profética que iniciou seu cumprimento histórico em 1844.
A igreja em Éfeso, que representa o período inicial do cristianismo, perdeu seu primeiro amor (Ap 2:4). Ellen White declarou: “Ao perderem o primeiro amor, aumentaram seu conhecimento de teorias científicas originadas pelo pai da mentira” (Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista, v. 7, p. 956). Do segundo ao sexto século ocorreram mudanças profundas nas igrejas cristãs, dentre as quais está a mudança do sábado para o domingo como dia do Senhor. Ao rejeitar o dia estabelecido por Deus na Criação, o cristianismo começou a se afastar do Criacionismo e abrir o caminho para o que, muitos séculos depois, se tornaria a teoria da evolução. Essa reflexão foi feita no livro Vida e Ensinos, quando Ellen White escreveu: “Foi-me mostrado que se o verdadeiro sábado tivesse sido guardado, jamais teria existido um cético ou ateu. A observância do sábado teria preservado o mundo da idolatria” (Vida e Ensinos, p. 86).
O que se seguiu foi um processo de adaptar e acomodar as Escrituras ao pensamento filosófico e científico de cada época. Agostinho, bispo de Hipona (354-430 d.C.), liderou a discussão inicial sobre ciência e teologia. Em 1785, o pai da geologia moderna, James Hutton, introduziu a noção do “tempo profundo” de milhões de anos, que levou muitos teólogos a considerar o relato da Criação meramente simbólico ou mitológico. Os pais da teologia moderna começaram a argumentar que ciência e religião deviam ser separadas. Foi nesse contexto que Charles Darwin (1809-1882) começou a substituir o conceito da criação divina da raça humana por uma força acidental da natureza. Por fim, alguns teólogos chegaram ao ponto de concluir que a crença na literalidade de Gênesis era prejudicial ao pensamento cristão.
Darwin questionou a criação bíblica em seus primeiros esboços do livro A Origem das Espécies. É interessante observar que, por essa época, a primeira mensagem angélica estava sendo proclamada: “Adorem Aquele que fez os céus, a Terra, o mar e as fontes das águas” (Ap 14:7), uma referência ao mandamento do sábado (Êx 20:8-11).
Essa rápida viagem pela história mostra que existe uma grande diferença entre os dois sistemas de ensino. De um lado, temos acadêmicos seculares que rejeitam a Criação e a redenção, que estão centradas na pessoa de Jesus Cristo. De outro, as Escrituras confirmam a existência de um Criador e Mantenedor de todas as coisas criadas no Universo.
7. Leia Jó 38. Como essa verdade importante deve influenciar nossa maneira de entender as artes e as ciências?
“Muitos ensinam que a matéria possui força vital: que certas propriedades são comunicadas à matéria que então passa a agir por sua própria energia inerente, e que os fenômenos da natureza são dirigidos de acordo com leis fixas, nas quais o próprio Deus não pode interferir. Isso é ciência falsa e não é apoiado pela Palavra de Deus. A natureza é serva de seu Criador. […]. A natureza testifica de uma inteligência, uma presença, uma energia ativa que opera em suas leis e por meio delas. O Pai e o Filho atuam de forma constante na natureza. Cristo diz: ‘Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também’” (Jo 5:17; Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 114).
"Aqueles pescadores da Galileia eram humildes e iletrados, mas Cristo, a luz do mundo, era plenamente capaz de habilitá-los para a função a que os havia chamado. O Salvador não desprezava a educação, pois, quando regida pelo amor de Deus e consagrada ao Seu serviço, a cultura intelectual é uma bênção. Contudo, Ele passou por alto os sábios de Seu tempo, porque eram tão cheios de confiança em si mesmos que não podiam se aproximar das necessidades da humanidade sofredora e se tornar colaboradores do Homem de Nazaré. Em sua hipocrisia, não queriam ser instruídos por Cristo.
“Jesus escolheu homens incultos porque não haviam sido instruídos nas tradições e costumes errados de seu tempo. Eram dotados de capacidade natural, humildes e receptivos ao ensino – homens a quem podia educar para Sua obra. Nas atividades comuns da vida, existem muitos que seguem a rotina dos trabalhos diários, sem saber que possuem habilidades que, se fossem exercitadas, os ergueriam à altura das pessoas mais honradas do mundo. […] Quando os discípulos saíram do treinamento ministrado pelo Salvador, já não mais eram ignorantes e sem instrução. Tinham se tornado como Ele no espírito e no caráter, e as pessoas reconheciam que eles haviam estado com Jesus. […]
“[…] Não há limites à utilidade de uma pessoa que, deixando de lado o próprio eu, oferece margem à atuação do Espírito Santo no coração e leva uma vida de inteira consagração a Deus. Caso as pessoas suportem a disciplina necessária, sem reclamações ou desânimo pelo caminho, Deus as ensinará a cada hora, a cada dia. Ele anseia revelar Sua graça. Se Seu povo remover os obstáculos, o Senhor derramará as águas da salvação em torrentes, mediante os canais humanos. […]
“Deus toma as pessoas como elas são e as educa para Seu serviço, quando se entregam a Ele. O Espírito de Deus, recebido na mente, renovará todas as suas aptidões. Sob a direção do Espírito Santo, o intelecto que se consagra sem reservas a Deus se desenvolve harmonicamente e é fortalecido para compreender e cumprir o que Deus requer. O caráter fraco e vacilante se transforma em outro, forte e firme. A devoção contínua estabelece uma ligação tão estreita entre Jesus e Seu discípulo que o cristão se torna como Ele em espírito e caráter. […] Pessoas da mais elevada educação em ciências e artes têm aprendido lições preciosas dos cristãos de condição humilde, classificados pelo mundo como sem instrução. Mas esses discípulos do anonimato foram educados na melhor de todas as escolas” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 249-251).
DISCUSSÃO
Compartilhe com sua classe o que você extraiu desta lição, por exemplo: descobertas, observações, dúvidas e pontos principais.
Perguntas sugestivas para ser discutidas:
- Como você explicaria a um amigo não adventista a filosofia adventista da educação?
- Existem elementos em comum entre nossa filosofia da educação e as instituições educacionais seculares? Quais?
- Você acredita que enfatizamos demais os elementos que nos diferenciam da sociedade em geral e dos demais cristãos? Por quê?
- Como a contribuição do adventismo para a educação poderia ser tão relevante quanto sua teologia e sua mensagem de saúde?