Na Bíblia percebemos várias formas de adoração. Ao longo da trajetória do cristianismo também houve versões diferentes de adoração. No entanto, é preciso ter como referência o que Deus deseja quando O adoramos. Para adorarmos de acordo com Seus padrões, precisamos entender o que significa a verdadeira adoração.
“Temos livros suficientes de como proceder na adoração, mas não refletimos o suficiente sobre a adoração como uma ideia totalmente bíblica. A adoração é um assunto que deveria dominar nossa vida sete dias por semana.”*
A essência da adoração é a experiência íntima e autêntica do coração. Cristo disse: “No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura” (Jo 4:23). Adorar o Criador em espírito e em verdade é se envolver em um ato de reverência, adoração e louvor que é correto, bom e agradável a Deus.
Se adoramos um ídolo, o dinheiro ou qualquer coisa que interfira em nossa devoção ao Criador, estamos Lhe prestando uma adoração pela metade. A verdadeira adoração exalta Deus acima de todas as coisas e produz um relacionamento correto com o Criador, com nossos irmãos de fé e semelhantes, mostrando compaixão, misericórdia e amor uns para com os outros.
O pecado da idolatria que cegou os filhos de Israel também existe hoje. Muitas pessoas, mesmo frequentando a igreja, têm adorado o Criador com coração dividido. Elas prestam adoração, louvor e reverência a posses materiais.
Sendo jovens cristãos, precisamos entender que a verdadeira adoração inclui nossa maneira de viver o dia a dia. Outra parte importante da adoração é a forma como nos relacionamos com Deus e com o próximo. Quando conhecemos intimamente o Senhor e O colocamos acima de tudo, podemos experimentar a alegre satisfação de praticar atos de bondade para com os outros e manter intimidade com o Criador.
Kepha Otieno › Nairóbi, Quênia
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David Peterson, Engaging With God: A Biblical Theology of Worship (Downers Grove, IL: InterVarsity, 1992), p. 21.
1. Leia o Salmo 115:1-8. Qual ponto crucial o autor está defendendo?
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É uma tendência humana nos tornarmos como o objeto ou pessoa a quem adoramos e focalizamos. Portanto, era natural que o interesse pelo próximo e pela justiça diminuísse quando o povo de Deus deixasse de adorar o Deus de justiça para adorar os falsos deuses das nações circunvizinhas, que eram, muitas vezes, projetados na forma de criaturas de guerra ou da fertilidade. Quando escolhiam outros deuses, o povo mudava de atitude em muitas coisas, inclusive em sua maneira de tratar os outros. Se os israelitas tivessem sido fiéis ao Senhor, teriam compartilhado de Seu interesse pelos necessitados entre eles.
O ato de adorar tem dois aspectos principais: a essência interior e a expressão pública. A última se refere aos atos e serviços relacionados à adoração. Paulo se referiu a esse aspecto em Romanos 12:1: “Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês.” Uma coisa se destaca nesse texto: o que quer que façamos precisa estar de acordo com os padrões celestiais.
Para ilustrar a essência interior da adoração, Cristo censurou os escribas e fariseus quando disse: “Este povo Me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim” (Mt 15:8). Esse tipo de adoração não tem valor nenhum para Deus. Mesmo que realizemos atos bons e frequentemos todos os cultos, se não tivermos uma ligação íntima com Deus nossa adoração será vazia
Podemos exaltar a Deus por meio de ações e reações (Jó 1:20; Jo 12:2, 3). O conceito de exaltação ajuda a reconhecer quem Ele é e o que Ele faz. A proclamação da Sua grandeza, autoridade e magnificência como Criador é nosso dever diante de um mundo incrédulo.
Há também o conceito da expressão pública da adoração. A expressão pública trata da declaração de verdades que Deus nos revelou na Bíblia. Ela pode ser física ou verbal. Os cânticos de louvor, o ato de ajoelhar em reverência, o ato de ofertar são exemplos de expressões físicas. Por outro lado, a expressão verbal acontece quando declaramos a nosso Deus, nosso anseio por Ele e nossa necessidade de Sua graça e santidade. Tanto a exaltação como a expressão precisam demonstrar fé na obra consumada de Cristo e glorificar a Deus.
Beatrice Bernard › Kasarani, Nairóbi, Quênia
2. Leia Deuteronômio 10:17-22; Salmos 101:1; 146:5-10; Isaías 5:16; 61:11. Quais são as motivações para adorar e louvar a Deus nesses versos? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Sua imutabilidade e severidade.
B. ( ) Sua justiça, bondade e misericórdia.
Essas razões para adorar o Senhor não eram novas para o povo. Alguns dos mais animados momentos de adoração dos israelitas recém-libertados aconteceram em resposta à evidente intervenção de Deus em favor deles. Por exemplo, depois que eles foram tirados do Egito e atravessaram o Mar Vermelho, Moisés e Miriã conduziram o povo em cânticos de louvor a Deus pelo milagre que tinham acabado de ver e porque tinham sido resgatados da ameaça dos egípcios (Êx 15).
O povo não deveria se esquecer da justiça e da misericórdia de Deus reveladas nesses acontecimentos. Enquanto mantinham essas histórias vivas ao recontá-las regularmente, os atos de Deus e a Sua justiça continuaram sendo uma inspiração para sua adoração nos anos seguintes e em gerações posteriores. Um exemplo dessas histórias recontadas e dessa adoração está registrado em Deuteronômio 10:17-22.
Na Bíblia encontramos orientações divinas sobre a verdadeira adoração. A forma e o estilo que escolhemos para adorar a Deus precisam estar de acordo com Seus padrões, não com os nossos.
Em Êxodo 20:2-6, o Senhor lembrou aos israelitas que Ele é o Criador e Sustentador de todas as coisas criadas, tanto as visíveis quanto as invisíveis. Assim, Ele é digno de toda adoração, glória, honra e louvor. Se não adoramos ao Senhor de acordo com os padrões bíblicos, perderemos o rumo, espiritualmente falando, e começaremos a alimentar emoções egoístas. Isso pode nos levar à morte espiritual.
O salmista também adverte contra a falsa adoração de ídolos ou coisas que podem ser colocadas involuntariamente no lugar do Criador (Sl 115). Os primeiros quatro mandamentos da lei do Senhor (Êx 20:3-11) dizem respeito ao relacionamento que deve existir entre Ele e Seus filhos. Somos chamados a adorar o Criador que é o Autor da vida. Quando isso acontece desenvolvemos relacionamento correto com Ele.
Nossos valores e práticas devem ser orientados pelas Escrituras para que nos relacionemos com o próximo de maneira a glorificar e honrar o nome do Senhor. A idolatria, como diz o salmista, simplesmente nos leva de volta à escravidão do pecado e aos interesses mundanos.
Motivo para adorar (Sl 146:5-10). O Salmo 146 exalta Deus como o grande Criador do Universo, e que, se confiarmos Nele, seremos grandemente abençoados.
Em contraste com os ídolos, que não podem prestar nenhum tipo de ajuda (Sl 115:1-8), podemos confiar no poder do Criador. Como diz a carta aos Hebreus: “Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos, pois Aquele que prometeu é fiel” (Hb 10:23).
Outra lição que o salmista destacou é que Deus Se deleita em socorrer os fracos e necessitados. Na maioria das sociedades os necessitados e sofredores são vistos como pessoas insignificantes. Às vezes achamos que eles fizeram alguma coisa errada para merecer
o que estão sofrendo.
Contudo, a Bíblia declara que os oprimidos ocupam lugar especial no coração de Deus. O Senhor “defende a causa dos oprimidos” (Sl 146:7). Qualquer ato de opressão contra os excluídos da sociedade será julgado, nenhum opressor escapará da ira de Deus.
Opressores religiosos (Is 1:17). O Senhor deseja que pratiquemos boas ações e que não sejamos inativos. O profeta Isaías enfatizou que os oprimidos precisam de proteção e apoio. Na sociedade atual, os oprimidos são os mais vulneráveis e estão expostos a injustiças, especialmente quando a aplicação da justiça é deficiente e fraca. Nessas situações é nosso dever proteger e ajudar os fracos e oprimidos.
Aos olhos de Deus todos somos Seus filhos, não importa qual seja a posição ou o nível social a que pertencemos. Mas, como filhos de Deus, também temos o dever de aliviar os oprimidos oferecendo apoio quando necessário. O juízo divino recairá sobre os que negligenciarem esse dever e cometerem injustiças contra os pobres e os sofredores. Quando praticamos atos de bondade, justiça e apoio para com as viúvas, os órfãos e os necessitados estamos seguindo o exemplo de Cristo.
Quando realizamos tais ações passamos a viver de maneira a exaltar o caráter de Deus. Há uma boa notícia para os filhos fiéis ao Senhor: Deus mesmo está lutando por eles. “O Senhor será nosso vingador. Embora os homens nos ignorem, Ele cuida de nós. Ele ajudará os necessitados e defenderá a causa deles.”*
Misericórdia e fidelidade (Mc 12:38-40). Durante Seu ministério terrestre, Cristo presenciou situações em que líderes religiosos se aproveitavam da sua posição para explorar os mais vulneráveis. Usando o exemplo dos escribas, que eram professores da lei, Jesus declarou que essas pessoas estavam mais interessadas no que podiam obter e não no que podiam doar. Os escribas usavam sua posição religiosa para tirar dinheiro do público inocente e dos oprimidos.
E nós, somos diferentes? Gostamos de receber tratamento especial, dar muito valor a títulos e exigir respeito, no entanto, essas coisas podem se tornar prejudiciais e afetar nosso relacionamento com o Criador. Cristo ensinou que, se alguém quiser ser o primeiro, precisa antes ser um servo (Mc 9:35). Precisamos nos lembrar de que a responsabilidade não é somente dos líderes e pastores, mas de todos os membros da igreja.
* João Calvino, Calvin’s Commentary on the Bible, comentário sobre Isaías 1:17, https://www.studylight.org/commentaries/cal/isaiah-1.html.
Seline Khavetsa › Pipeline, Nairóbi, Quênia
3. Leia Isaías 1:10-17; Amós 5:21-24; Miqueias 6:6-8. O que o Senhor disse a essas pessoas religiosas acerca de seus rituais?
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Por intermédio de Seus profetas, Deus usou uma linguagem forte para ridicularizar a religião e a adoração incoerentes e em contraste com o sofrimento e a opressão daqueles que os rodeavam. Em Amós 5:21-24, Deus diz que Ele “aborrece”, “despreza” e não tem prazer na adoração deles. Suas reuniões foram descritas como assembleias que não exalam bom cheiro (Am 5:21, ACF), e suas ofertas e músicas foram consideradas menos do que inúteis. Em Miqueias 6, vemos uma série de sugestões cada vez mais infladas, até mesmo zombeteiras, de como eles podiam adorar a Deus de maneira mais adequada. No fim, porém, o que o Senhor realmente desejava era que eles praticassem a justiça, amassem a misericórdia e andassem humildemente com seu Deus (Mq 6:8).
J eová, o Ser eterno, autoexistente, Aquele que ninguém criou, sendo o originador e mantenedor de todas as coisas, é o único que tem direito à absoluta reverência e adoração. Ele proíbe ao ser humano conferir a qualquer outro objeto o primeiro lugar em suas afeições ou serviço. Qualquer coisa que valorizemos, que tenda a minimizar nosso amor a Deus ou venha a interferir no culto que deve ser prestado somente a Ele, torna-se um deus para nós.”
“O segundo mandamento proíbe o culto ao verdadeiro Deus por meio de imagens ou semelhanças. Muitas nações pagãs alegavam que suas imagens eram meras figuras ou símbolos pelos quais adoravam a Divindade; mas Deus declarou que esse tipo de adoração é pecado. A tentativa de representar o Eterno por meio de objetos materiais rebaixa a concepção do ser humano com relação a Deus. Desviada da perfeição infinita de Jeová, a mente é atraída para a criatura, e não para o Criador. E, à medida que sua concepção sobre Deus é rebaixada, o ser humano também se torna degradado.”
Cerca de dois dias após Deus ter ordenado como Ele desejava que os filhos de Israel O adorassem, o povo cedeu às pressões do mundo.
“Arão [...] rendeu-se às exigências da multidão. Seu primeiro ato foi ordenar que os brincos de ouro fossem recolhidos dentre todo o povo e trazidos a ele, esperando que o orgulho os levasse a recusar tal sacrifício. Contudo, voluntariamente cederam seus ornamentos; e, derretendo-os, Arão fez um bezerro, imitando os deuses do Egito.
“Poucos dias tinham se passado desde que os hebreus haviam feito um concerto solene com Deus, para obedecer à Sua voz. [...] A glória de Deus ainda pairava sobre o Sinai à vista da congregação; mas desviaram-se e pediram outros deuses.”
1. Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 305.
2. Ibid., p. 306.
3. Ibid., p. 317.
Bernard Okoth, Kasarani, Nairóbi, Quênia
4. Conforme a descrição da primeira parte de Isaías 58, o que estava errado no relacionamento entre Deus e Seu povo? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
A. ( ) Deus havia feito o povo perecer nas mãos dos inimigos.
B. ( ) O povo buscava a Deus de modo egoísta, e jejuava para violência e contendas.
Como vimos anteriormente, essa crítica foi dirigida a um povo ativamente religioso. Os adoradores aparentavam buscar a Deus com sinceridade, mas parece que essa busca não estava funcionando. Então, o Senhor declarou que eles deveriam tentar mudar sua maneira de adorar; deveriam servir a Deus de maneira diferente.
Essas atividades não são apresentadas como a única maneira de adorar, mas Deus as recomendou como uma forma de adoração preferível a algumas práticas de culto mais tradicionais do povo.
A adoração no século 21 parece estar cada vez mais complicada. Nesta época em que a tecnologia predomina, podemos facilmente nos distrair e mudar o centro de nossa devoção. Mas, apesar de tantas distrações que há por aí, ainda temos a razão principal para adorar a Deus: Ele criou o Universo e tudo o que há nele. Quando aceitamos essa verdade, começamos a andar em Seus caminhos.
A Bíblia deixa claro que Deus “defende a causa do órfão e da viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe alimento e roupa” (Dt 10:18). O que isso nos diz? Enquanto exaltarmos o governo de Deus e Sua importância em nossa vida, pelo fato de Ele ser o Criador, seremos capazes de praticar atos de misericórdia e bondade para com nosso próximo que estiver necessitado.
Mesmo nessa época em que Satanás está fazendo de tudo para enganar as pessoas, induzindo a humanidade a não acreditar na existência do Criador, temos razões para adorar o Deus dos deuses. Essas razões são:
Ele é o Criador e é fiel. Deus criou o Universo e nos criou. As maravilhas criadas por Ele, como os planetas, as galáxias e as estrelas, são provas da Sua existência e poder. Os seres humanos foram criados à Sua imagem e semelhança (Gn 1:26, 27).
Ele ama incondicionalmente. Seja como for que nos sintamos em relação a Ele, sejam quais forem as circunstâncias em que nos encontremos, Deus nos ama incondicionalmente. E Ele tem um plano para cada um de Seus filhos. “‘Sou Eu que conheço os planos que tenho para vocês’, diz o Senhor, ‘planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro’”(Jr 29:11).
Jayne George › Homa Bay, Quênia
5. Leia Marcos 12:38-40. O comentário de Jesus de que eles devoravam “as casas das viúvas” parece não “caber” nessa lista, ou era essa ideia que Jesus estava tentando defender? Por que essas pessoas sofreriam “juízo muito mais severo”?
Talvez o sermão mais assustador de Jesus, especialmente para os religiosos, seja aquele que se encontra em Mateus 23. Cristo não apenas descreveu a religião deles como algo que não ajudava os desfavorecidos, mas considerou essa forma de culto um acréscimo aos fardos desses religiosos. Por suas ações ou, às vezes, pela omissão e falta de cuidado, Jesus disse que eles fechavam “o reino dos Céus diante dos homens” (Mt 23:13).
Mas, ao ecoar os profetas dos séculos anteriores, Jesus também tratou diretamente da discrepância entre as sérias práticas desses religiosos e as injustiças que eles toleravam e das quais tiravam proveito.
A maneira de adorar a Deus diz muito sobre a condição da igreja. Quando adoramos devemos exaltar, glorificar, honrar e louvar o Criador da forma que Lhe seja agradável.
Como igreja, de que maneira podemos colocar isso em prática? O fato de a igreja adorar de forma coletiva, cumpre um importante papel na busca do poder do Espírito Santo como foi no dia do Pentecostes (At 2:1-4). Estudar a Palavra de Deus, orar e desfrutar do companheirismo dos irmãos, é uma das melhores maneiras de conservar e reavivar a fé.
A adoração particular tem seu lugar, porém, como diz um escritor, “há um elemento da adoração e do cristianismo que não pode ser experimentado no culto particular nem ao se assistir a um culto pela televisão. Há algumas graças e bênçãos que Deus só concede quando nos ‘reunimos’ com outros crentes.”
A adoração corporativa desperta o vigor espiritual. Quando adoramos juntos apoiamos um ao outro. Martinho Lutero disse: “Em minha própria casa, não há calor nem vigor em mim; mas na igreja, quando a multidão está reunida, acende-se um fogo em meu coração, e ele se espalha.”
Ser parte da igreja assegura que somos uma família em Cristo. A adoração coletiva nos faz crescer na fé e na santificação. “E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a Sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito” (2Co 3:18).
À medida que vamos crescendo juntos, como igreja, podemos adotar práticas que nos capacitem a praticar a justiça social coletivamente, como um só corpo em Cristo.
1. Donald S. Whitney, Spiritual Disciplines for the Christian Life (Colorado Springs, CO: NAVPRESS, 1991), p. 92.
2. David Mathis, “Kindle the Fire in Corporate Worship”, 19 de maio de 2014, https://www.desiringgod.org/articles/kindle-the-fire-in-corporate-worship.
Phyllis Nafula › Kakamega, Quênia