Com mapas, mochilas, botas e demais itens necessários para uma árdua caminhada, o grupo de aventureiros se reuniu ao pé da montanha. Eles imaginavam que, no fim da longa trilha, iriam encontrar um lugar paradisíaco, um verdadeiro vislumbre do Éden perdido! Quem sabe, uma cachoeira desaguando num lago cristalino rodeado de árvores e flores maravilhosas. A caminhada começou. A maioria do grupo subiu devagar desfrutando a paisagem e curtindo o percurso. No entanto, os mais ansiosos aceleraram o passo e se distanciaram. Sua autoconfiança na experiência em caminhadas e o conhecimento que achavam possuir os impediu de se sentirem ameaçados por algo.
Chegaram a uma bifurcação. Dominados pela dúvida quanto ao caminho a seguir, alguns decidiram esperar pelos demais participantes e consultar o mapa. Outros, rapidamente descartaram a ideia. Após discutirem, o grupo se separou. Alguns optaram por ficar e esperar, enquanto outros, confiando em seu próprio “tino”, escolheram o caminho que acharam melhor e seguiram em frente. Horas depois, cansados, frustrados e isolados, tiveram que admitir a realidade: estavam perdidos.
Seu fracasso foi causado pela autoconfiança, autossuficiência e recusa em consultar o mapa. O comportamento deles provocou a desunião e a discórdia entre o grupo.
A vida é como uma trilha, e Deus, o Cartógrafo-mestre, nos deixou um mapa: Sua santa Palavra, e Sua lei, contida nela. A desconsideração aos Seus mandamentos, que nos orientam e protegem, e a confiança em nosso “eu” como guia, podem nos levar a nos sentir perdidos e ao caos. Mas, a obediência à Sua Palavra pode nos levar, no fim de tudo, a um lugar paradisíaco e à vida eterna.
A vontade divina é que escolhamos a segunda opção. Nesta semana vamos estudar a respeito da desobediência, da autoconfiança e dos resultados negativos que elas provocam, como por exemplo, a falta de unidade no corpo de Cristo.
Steven Ignacio, Arima, Trinidad e Tobago
A história do povo de Israel é repleta de episódios de desobediência e anarquia, seguidos por um retorno à obediência, e depois sucedidos novamente por mais desobediência.
1. Leia Deuteronômio 28:1-14 e enumere as bênçãos que Israel receberia se obedecesse à vontade de Deus:
2. Leia Jeremias 3:14-18. O que aprendemos com o chamado de Deus para que Israel se arrependesse e retornasse ao Senhor? O que isso revela sobre o amor e a paciência de Deus para com Seu povo?
No livro de Jeremias é surpreendente como Deus foi amoroso, misericordioso e generoso para com Seu povo, apesar da sua rebelião, desunião e idolatria. Deus está constantemente convidando Seu povo a retornar a Ele e se arrepender de suas rebeliões. Repetidamente Deus prometeu restauração e esperança para o futuro.
A guerra do Vietnã foi um conflito longo e dispendioso para os Estados Unidos. Ela provocou inquietação social e foi responsável pela queda nos índices de aprovação de governantes. Muitos historiadores apresentaram razões convincentes para a derrota dos americanos. O tenente-coronel, James Rothrock, em seu livro Divided We Fall: How Disunity Leads to Defeat (Divididos, Caímos: Como a Desunião Leva à Derrota)1, argumentou que o fator determinante para o fracasso dos Estados Unidos foi a desunião no país, causada por ideologias conflitantes sobre a guerra que estava ocorrendo. Essa falta de unidade, afirmou ele, encheu de coragem e ousadia os inimigos para lutar contra os americanos e seus aliados. A mídia, os tecnocratas, os políticos e militares não estavam unidos para confrontar o inimigo, o que resultou numa derrota esmagadora dos Estados Unidos.
Esse evento trágico nos oferece a oportunidade de compará-lo com as causas para a falta de unidade no corpo de Cristo, a igreja. O apóstolo Paulo apelou aos coríntios: “Suplico a todos vocês que concordem uns com os outros no que falam, para que não haja divisões entre vocês, e, sim, que todos estejam unidos num só pensamento e num só parecer” (1Co 1:10). A preocupação quanto à falta de unidade entre os cristãos primitivos, mencionada com frequência nas cartas paulinas, era pelo fato de que o apóstolo entendia que seu impacto era negativo sobre a missão da igreja.
A igreja deve ser vista como uma unidade, o corpo de Cristo e estar totalmente unida em propósito e ação. Embora possa haver discordância sobre certos pontos, precisamos submeter ao Espírito Santo nossas ideias e posicionamentos pessoais. Assim, nossas diferenças serão resolvidas e a falta de união desaparecerá do nosso meio.
Chadwick Noel, Arouca, Trinidad e Tobago
As histórias do livro de Juízes mostram as diversas consequências negativas da desobediência de Israel à vontade do Senhor. Logo depois de entrar em Canaã, o povo começou a moldar sua vida espiritual de acordo com as falsas religiões dos cananeus que os cercavam – exatamente o que o Senhor lhes havia dito que não fizessem! Infelizmente, esse não era o único problema que enfrentavam.
3. De acordo com Juízes 17:6 e 21:25, que outro problema surgiu entre o povo de Deus? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Os homens começaram a abandonar suas esposas.
B. ( ) Não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto.
Essa realmente era uma receita para a divisão e desunião do povo de Deus! A unidade da nação devia ser encontrada na leal obediência à aliança que o Senhor tinha feito com ela. Todos somos pecadores e, se formos deixados por nossa conta, para seguir as inclinações do nosso coração, nos desviaremos do caminho que Deus nos chama a trilhar.
4. Quais eram as condições espirituais e sociais de Israel no tempo dos juízes? (Jz 2:11-13; 3:5-7). Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
A. ( ) O povo finalmente retornou aos caminhos do Senhor.
B. ( ) Houve casamentos entre Israel e povos pagãos, e idolatria generalizada.
O ser humano falha continuamente em sua fidelidade aos preceitos do Senhor. O profeta Jeremias descreveu Israel como uma mulher que se separou do marido e cometeu adultério espiritual com os povos aos quais ela deveria ter sido uma luz. No entanto, inúmeras vezes, Deus em Sua infinita misericórdia perdoou Seu povo e renovou Sua aliança na esperança de que eles voltassem a ser fiéis a Ele. Israel falhou em seguir as orientações divinas e se tornou uma nação rejeitada para cumprir a missão. Como um pai ou mãe é responsável por seus filhos, Deus também é responsável pelos Dele. Ele sabe muito bem quais são as consequências da desobediência à Sua lei em nossa vida: confusão e falta de unidade. O Espírito Santo nos orienta por meio das Escrituras, nos capacita a ser humildes e a permitir que Ele nos dirija a fim de receber as bênçãos celestiais. O Senhor nos concede inúmeras oportunidades para fortalecer nossa obediência e fidelidade a Ele, mas, como Israel, persistimos em ser rebeldes.
Fizeram o que lhes parecia certo (Jz 2:11-13; 3:5-7; 17:6; 21:25). Juízes 17:6 repete a triste história da rebeldia humana. A nação de Israel devia testemunhar das bênçãos de um povo que andava em justiça e retidão diante de Deus e das pessoas. Entretanto, o povo escolhido de Deus não viveu à altura das expectativas que o Senhor tinha para ele. O livro de Juízes descreve o quadro de uma nação egoísta em que “cada um fazia o que lhe parecia certo” (Jz 17:6). Os filhos de Israel condescenderam com o ego e os desejos da carne, agradando a si mesmos e permitindo a mistura com as nações pagãs ao seu redor. Isso contrariou o plano divino para eles. Escolheram a ‘sabedoria’ humana em lugar da que vem do Senhor, a verdadeira Fonte de sabedoria.
Quando adorou os baalins, Israel caiu ainda mais fundo em sua apostasia e se colocou sob a ira de Deus. A Bíblia relata muitos exemplos que mostram as consequências de se desviar dos planos do Senhor. Por exemplo, o rei Salomão deixou de adorar a Deus e Lhe prestar serviço. Suas esposas pagãs o coagiram a servir os deuses pagãos. Se Salomão, que tinha toda a sabedoria, não conseguiu evitar que seu reino se tornasse dividido por causa de suas fraquezas carnais, que dizer de nós? Precisamos compreender que, na verdade, somos vulneráveis se não estivermos apegados a Jesus e seguindo a direção do Espírito. Quando desobedecemos às diretrizes divinas, acabamos confiando em nossa justiça própria, e o que ganhamos é sofrimento, tristeza e arrependimento. Sem a direção divina a fé perde seu vigor e podemos arruinar nossa vida espiritual.
A divisão da nação israelita (1Rs 12:1-16; Pv 4:1-9; 9:10; Tg 1:5). As intrigas, discórdias e desunião entre as doze tribos de Israel começaram antes da ruptura com o rei Roboão. Esse incidente somente revelou a devastadora realidade da falta de unidade que havia em Israel. Durante a coroação de Roboão, o povo lhe fez um pedido. Eles desejavam que o rei aliviasse o jugo e os pesados impostos colocados sobre o povo por Salomão, seu pai.
Roboão pediu tempo para pensar, e prometeu dar a resposta dentro de três dias. Ele consultou tanto os mais velhos quanto os jovens de sua idade sobre o assunto. Os conselheiros de seu pai, sabiamente, recomendaram que ele adotasse uma atitude mais branda e tolerante com respeito ao pedido. No entanto, seus amigos jovens recomendaram que ele não cedesse aos reclamos do povo e demonstrasse ainda mais autoridade. Roboão não deu ouvidos às palavras escritas por seu pai: “O orgulho só gera discussões, mas a sabedoria está com os que tomam conselho” (Pv 13:10).
A divisão das tribos aconteceu devido ao orgulho do rei Roboão. Ele falhou em guiar o povo no momento em que mais precisava de uma liderança forte, um líder que servisse, mostrasse misericórdia, humildade e que promovesse a unidade. Para mostrar sua autoridade, ele “desprezou o conselho dos homens mais velhos e falou duramente com o povo” (1Rs 12:13, NTLH). Hoje corremos o risco de cair no mesmo erro. Temos boas intenções, mas fracassamos porque estamos tentando executá-las sem a orientação divina e o conselho das pessoas que têm íntimo relacionamento com Jesus. Nesse processo, podemos facilmente nos tornar agentes da desunião em nossas igrejas. Sem consultar a Bíblia, podemos estar tomando decisões com base nos padrões aceitáveis pelos nossos colegas.
Marie Tracy, Trinidad e Tobago
O caminho da apostasia e suas consequências desastrosas não foi percorrido de um dia para o outro. Mas as escolhas e decisões erradas que se acumularam nos longos séculos finalmente acarretaram algumas consequências terríveis para o povo de Deus.
5. Leia a história do rei Roboão em 1 Reis 12:1-16. O que causou essa terrível divisão entre o povo de Deus? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) O fato de Roboão ter aceitado maus conselhos.
B. ( ) A disputa por terras melhores.
6. Por que é necessário ter sabedoria para tomar decisões corretas? Qual é a fonte da verdadeira sabedoria?
Pv 4:1-9 _______________________________________________________________
Pv 9:10 ________________________________________________________________
Tg 1:5 __________________________________________________________________
Roboão tomou uma decisão precipitada e imprudente, ao impor mais trabalho ao povo. Esse foi um evento triste. O rei buscou o conselho de dois grupos, mas sua decisão de seguir o conselho de jovens menos experientes, da sua idade, levou a uma catástrofe no reino que seu pai, Salomão, e seu avô, Davi, haviam estabelecido durante 80 anos. O conselho de que o rei devia intimidar a multidão, declarando que era mais severo do que seu pai, foi um conselho tolo. Os conselheiros acreditavam que compadecer-se das demandas do povo por um trabalho menos rigoroso não era o estilo de liderança que o rei devesse adotar. Em vez disso, ele deveria, segundo eles, apresentar-se como implacável e cruel. Ele se mostrou um valentão que não merecia a lealdade do povo. Assim, ocorreu uma divisão que não deveria ter existido e que não havia sido o plano divino.
“Há uma grande e solene obra a ser feita pelos adventistas do sétimo dia, se tão somente eles se converterem. O grande problema é a falta de unidade entre eles. Isso é um pecado à vista de Deus – pecado que, a menos que o povo de Deus se arrependa dele, o impedirá de receber Sua bênção.”1
“Se todos se consagrassem completamente ao Senhor e por meio da santificação vivessem em perfeita unidade, que poder convincente acompanharia a proclamação da verdade! Como é triste que tantas igrejas representem mal a influência santificadora da verdade por não manifestar a graça salvadora que as tornaria uma em Cristo, assim como Ele é um com o Pai! Se todos revelassem a unidade e o amor que deveriam existir entre os irmãos, o poder do Espírito Santo seria manifestado em sua influência salvadora.”2
“Na obra de salvar pessoas, o Senhor chama, obreiros que tenham diferentes planos e ideias, e vários métodos de trabalho. Mas, com essa diversidade de mentes, deve ser revelada uma unidade de propósito.”3
“Eles não estarão em divergência, um crendo uma coisa e outro tendo fé e opiniões inteiramente opostas, e movendo-se cada qual independentemente do conjunto. Pela diversidade dos dons e governos que Ele pôs em Sua igreja, todos alcançarão a unidade da fé.
“Se alguém forma seu próprio conceito no tocante à verdade bíblica, sem atender à opinião de seus irmãos, e justifica seu procedimento alegando que tem o direito de pensar livremente, impondo suas ideias então aos outros, como poderá cumprir a oração de Cristo? E se outro e outro ainda se levanta, cada qual afirmando seu direito de crer e falar o que lhe aprouver, sem atentar para a fé comum, onde estará aquela concórdia que existia entre Cristo e Seu Pai, e para cuja existência, entre Seus irmãos, Cristo orou?”4
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1. Ellen G. White, Review and Herald, 14 de abril de 1903.
2. __________ , Bible Training School, 1o de fevereiro de 1906.
3. __________ , Review and Herald, 6 de fevereiro de 1908.
4. __________ , Vida e Ensinos, p. 201, 203.
Bernice Batson, Arima, Trinidad e Tobago
Infelizmente, o problema da desunião entre o povo de Deus não terminou nem mesmo nos tempos do Novo Testamento. Os quatro primeiros capítulos da Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios são um apelo à unidade. Paulo foi informado de que muitas divisões haviam surgido na igreja de Corinto.
7. De acordo com 1 Coríntios 1:10-17, qual foi o motivo de desunião, divisões e disputas? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) A preferência pelos apóstolos. Uns preferiam Paulo, outros Pedro ou Apolo.
B. ( ) A circuncisão dos gentios.
Paulo ficou preocupado com a igreja de Corinto. Suas palavras iniciais revelam a isso: “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões” (1Co 1:10). Sua solução foi lembrá-los de que, como cristãos, eles deveriam se unir “na mesma disposição mental e no mesmo parecer” (1Co 1:10). Não importando qual fosse a causa exata dessa disputa e divisão, Paulo queria que ela cessasse.
Isso revela que, como adventistas do sétimo dia, não podemos dar por certa nossa unidade de fé e missão. Divisões e disputas podem enfraquecer a unidade da igreja hoje, a menos que o amor e o senhorio de Cristo nos unam a Ele.
Você pode estar doente e não saber. Refiro-me a uma doença espiritual: a síndrome do “ego”, uma doença muito perigosa. Eu mesma já sofri desse mal sem me dar conta disso. Eu me sentava na igreja e, internamente, desprezava as pessoas, deixando que os efeitos colaterais repugnantes da doença afetassem minha igreja e família. Essa síndrome é traiçoeira. Se você não estiver alerta contra seus sintomas, a doença pode acabar com você.
Sintomas da síndrome do “ego”:
Quando a lei divina não é lei em sua vida. Você negligencia o estudo da Palavra ou a usa de maneira contrária à direção de Deus. Percebe que está confiando em sua própria inteligência e sabedoria em vez de buscar a que vem do Alto, que está desconsiderando o conselho divino em sua vida. Então, passa a criar suas próprias leis. Entra em conflito com os irmãos e líderes na igreja, pois “sua” lei e “a lei” simplesmente não podem coexistir em harmonia.
Quando a oração é negligenciada. Você está doente. Experimenta pensamentos negativos e desvarios provocados pelo seu mal-estar e pelo inimigo. Você é verdadeiramente levado a crer que pode resolver sozinho seus problemas. E, por sua falta de submissão a Deus e de comunicação com Ele, você se sente desolado, longe da influência do Espírito e do companheirismo dos irmãos.
Quando prefere ser servido a servir. Você não tem vontade de ajudar os outros, somente ajuda se for para receber elogios. Satisfaz primeiramente a você mesmo, seus desejos e prazeres, sem se importar com as necessidades daqueles que o cercam.
Quando parece que está conduzindo um ônibus que não vai para lugar algum. As pessoas afetadas pela síndrome do “ego” percebem que estão isoladas e em desarmonia com a irmandade. Continuam a controlar sua própria vida. O fato de não permitir que Cristo assuma a liderança somente as torna mais doentes. Entraram num ônibus que não tem GPS e que está se afastando cada vez mais do cuidado do seu Salvador e Redentor.
Khaffi Beckles; Arima, Trinidad e Tobago
8. Leia Atos 20:25-31. Sobre o que Paulo advertiu os anciãos de Eféso? O que eles deveriam fazer para evitar que isso acontecesse?
Muitas vezes Paulo enfrentou oposição, e ele sabia que seria difícil preservar a pureza do evangelho. Em sua carta de despedida aos anciãos de Éfeso, ele utilizou a analogia do atalaia (Ez 33:1-6) para dizer aos líderes que eles eram responsáveis pela salvaguarda do evangelho. Eles deveriam ser pastores fiéis de suas congregações. A expressão “lobos ferozes” (At 20:29, NTLH) relembra-nos da advertência de Jesus, de que os falsos mestres se disfarçariam em ovelhas (Mt 7:15).
9. Leia 2 Timóteo 2:14-19 e 3:12-17. O que Paulo disse a Timóteo de como combater os falsos mestres e preservar a unidade da igreja?
Primeiramente, Timóteo devia conhecer as Escrituras, manejando “bem a Palavra da verdade” (2Tm 2:15). O antídoto para as disputas e especulações inúteis é entender e ensinar corretamente a Palavra. A segunda recomendação de Paulo foi que Timóteo evitasse “os falatórios inúteis e profanos” (2Tm 2:16). Assuntos triviais e especulativos não deviam fazer parte do ministério de Timóteo, se ele quisesse ser um ministro fiel. Essas conversas levam a mais impiedade e não edificam a fé (2Tm 2:16). Por fim, a obediência à Bíblia é o antídoto para o falso ensino (2Tm 3:14-17) que ameaça a unidade da igreja.
Você está sentado na sala de concertos. Todos estão em silêncio, esperando o som harmonioso que sairá dos instrumentos da orquestra. O maestro levanta a batuta e as primeiras notas enchem o ar. À medida que o concerto avança, ele se empenha ao máximo para que a harmonia continue. Mas, alguns músicos decidem não mais seguir a partitura nem a regência do maestro. Outros, por não gostarem dele, decidem tocar uma música diferente para deixá-lo envergonhado. Ao procederem dessa maneira, eles produzem uma dissonância e acabam com a atmosfera inspiradora criada pelo maestro.
Da mesma forma, quando nos desviamos de um claro “assim diz o Senhor” provocamos desarmonia e prejuízo à Causa de Deus. Ela ocorre porque resolvemos desobedecer Sua regência e as diretrizes contidas em Sua Palavra. Há ocasiões em que preferimos interpretar os mandamentos segundo nossa vontade. Assim como um músico que está aprendendo um instrumento aceita a ajuda de seu professor, não deveríamos nós buscar o auxílio divino para compreender as coisas espirituais e andar nos caminhos de Deus (Tg 1:5)?
Algumas vezes, abrigamos certos preconceitos em relação aos nossos irmãos da igreja. Podemos desenvolver esses preconceitos em razão da cultura da qual a pessoa veio, ou devido à sua vida antes de aceitar a Cristo. Às vezes, formamos “panelinhas”, ou nos recusamos a interagir com certos membros só porque não gostamos deles, mesmo que não saibamos explicar por quê. Embora essas pessoas, pelo seu testemunho, possam transmitir inspiração espiritual para nós e reconheçamos que o que elas dizem e fazem é cristão, nos rebelamos ou não damos atenção por causa das nossas ideias preconcebidas.
Paulo enfrentou isso na Galácia. Os membros reconheceram que o que ele estava pregando era, de fato, a verdade, mas desconsideraram a mensagem devido a preconceitos pessoais (Gl 2:4-8).
É erro crasso adotar o ditado: “Vamos concordar que discordamos”. Ao fazer isso, estamos promovendo o espírito de discórdia (ver 1Co 1:10).
Danielle Ignacio, Arima, Trinidad e Tobago