“Certo casal procurou o pastor para realizar a cerimônia de casamento. O pastor disse que eram necessárias algumas sessões de aconselhamento pré-matrimonial antes de casá-los. Eles responderam: ‘Não precisamos de aconselhamento. Nós dois já passamos por vários casamentos.’”*
Vivemos a era da autoajuda e da filosofia do “faça você mesmo”. Às vezes, pensamos que somos imunes às questões e problemas que cruzam nosso caminho. Achamos que temos as respostas, mas elas podem piorar a situação. Será que estamos nos tornando sábios aos nossos próprios olhos?
Embora estejamos nos aproximando cada vez mais da volta de Jesus, as influências deste mundo pecaminoso continuarão a invadir não somente a igreja, mas também nosso lar. Satanás está fazendo tudo para destruir a unidade da família por meio do divórcio. Ele deseja perpetuar esses problemas para as próximas gerações e desviar nossos olhos de Jesus.
Quando os israelitas saíram do Egito, Moisés os advertiu de que, embora Deus fosse cheio de graça e misericórdia, não iria perdoar sua desobediência voluntária. As transgressões acarretariam consequências sobre seus filhos e as gerações futuras (Êx 20:5, 6; Nm 14:18, 19). No entanto, os israelitas não deram ouvidos às admoestações divinas.
Temos muito a aprender nesta Terra, e teremos ainda mais quando chegarmos ao lar celestial. Os caminhos de Deus são os melhores, mas a humanidade prefere se desviar deles. Após comerem do fruto proibido, Adão e Eva foram expulsos do Jardim do Éden. Os resultados de sua desobediência tiveram consequências sobre seus filhos. Caim matou Abel por ciúmes, depois, misturou-se com idólatras. As escolhas erradas afetam as famílias e destroem os lares.
Mesmo que ainda não sejamos casados, provavelmente, alguém já tenha sido afetado, de uma ou de outra maneira, pelas escolhas dos pais. Os que são casados, certamente, estão fazendo tudo o que podem para manter a família unida em meio ao caos, às tentações e distrações que Satanás tem produzido.
Nesta semana estudaremos como manter nossa família unida. Paulo disse que podemos fazer tudo por meio de Cristo (Fp 4:13), portanto, mantenhamos os olhos fixos Nele!
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* Reader’s Digest, maio de 2009.
Alden J. Ho, Jefferson, TX, EUA
1. Que ilustração Paulo usou para descrever a nova unidade em Cristo? Como Cristo fez “um” de “dois”? Ef 2:11-22; Gl 3:28. Assinale a alternativa correta:
A. ( ) O arco-íris, símbolo da unidade entre as pessoas.
B. ( ) O corpo humano e um edifício nos quais muitas partes formam um todo.
2. Uma coisa é citar textos bíblicos sobre a unidade em Cristo; outra, é realmente vivenciá-la. Quais mudanças práticas Cristo traz à nossa vida? Rm 6:4-7; 2Co 5:17; Ef 4:24-32
Antes do pecado, havia harmonia e unidade no Jardim do Éden. Adão e Eva refletiam perfeitamente a imagem e semelhança do Criador (Gn 1:26, 27). O casamento foi instituído por Deus antes da entrada do pecado. O Senhor também deu instruções ao casal definindo seu trabalho (Gn 2:15), regime alimentar (Gn 2:16, 17) e relacionamento (Gn 2:21-24).
Em sua breve descrição a respeito da esposa, Adão mencionou seu valor e sua ligação com ele. Eva devia ser sua auxiliadora, o que não sugere que ela fosse inferior, pois o Espírito Santo também é chamado de nosso Auxiliador. Aquela nova criatura era ke negdo (no hebraico), “uma pessoa individual”, “diferente”, mas ao mesmo tempo igual a Adão – seres humanos criados pelo Senhor. Ele terminou de apresentar sua esposa descrevendo como deveriam ser formadas as futuras famílias na Terra: “Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne” (Gn 2:24). Esse relacionamento deve ser exclusivo, permanente e íntimo.
Famílias desunidas. Quando Adão e Eva tiveram seu primeiro filho, o pecado já havia entrado no mundo. Nosso planeta já havia experimentado os resultados da desobediência ao Criador (Gn 3:24). O pecado se tornou o grande fator de separação familiar (Is 59:2). E a separação de Deus produziu desunião e desentendimento entre os seres humanos (Gn 3:12, 13).
A vida nunca mais seria a mesma que havia sido no Jardim do Éden, e a prova disso é claramente vista na humanidade até os dias de hoje. Os seres humanos, em vez de adorar o Criador, passaram a adorar a criatura (Rm 1:23). As famílias têm sofrido as consequências de nossos primeiros pais terem desobedecido a Deus.
Observe a história de Caim e Abel, Isaque e Ismael, Jacó e Esaú, Hofni e Fineias, e outros. Note quantos provérbios de Salomão tratam de relacionamentos familiares.
Famílias abençoadas. Embora vivamos neste mundo imperfeito, cheio de famílias imperfeitas, Deus pretendia abençoar todas as famílias por meio da linhagem de Abraão (Gn 12:1-3; 28:14). O Antigo Testamento registra que o Senhor fez aliança com Abraão para que dele viesse uma grande nação. Isso é reforçado nas múltiplas promessas que Deus fez “por amor de Davi” (1Rs 11; 2Rs 8; 19; 20; Is 37:35). Embora nossos primeiros pais tenham caído em pecado e o povo de Israel se desviado do propósito divino, todos os que aceitam Cristo como Salvador se tornam parte da família de Deus. Por meio do sacrifício de Jesus, o Senhor deseja restaurar a imagem divina em Seus filhos. Dessa maneira, podemos ter famílias cristãs vivendo neste mundo como se estivessem no Céu. Elas irão refletir a unidade da família celestial que é perfeita.
O Unificador da família. Em quem as famílias podem encontrar esperança? Embora todos estejam sujeitos à morte por causa do pecado, há esperança em Jesus (1Co 15:18-22). Quando Ele esteve na Terra, foi tentado em tudo, à nossa semelhança, mas não pecou (Hb 4:15). Ele refletiu perfeitamente a imagem de Deus porque Ele mesmo “é a imagem do Deus invisível” (Cl 1:15).
Como as famílias cristãs podem refletir a imagem divina? Somente por meio do testemunho do evangelho que penetra no coração daqueles que creem (2Co 4:4). Jesus é “o resplendor da Sua glória, e a expressa imagem da Sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder, havendo feito por Si mesmo a purificação dos nossos pecados” (Hb 1:3, ARC). Na verdade, antes de falar aos casais em Colossenses, primeiramente Paulo falou sobre a conversão por meio de Jesus. Ele disse que o ser humano pode ser “renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador” (Cl 3:10).
Paulo repetiu essa temática quando escreveu aos efésios. De acordo com ele, a pessoa renovada refletirá um “novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade” (Ef 4:23, 24). É um filho da luz, e produz o fruto do Espírito, que “consiste em toda bondade, justiça e verdade” (Ef 5:8, 9).
Depois de explicar a necessidade de conversão, o apóstolo orientou como marido e mulher devem viver, e os pais, governar a casa (Ef 5:22-23; 6:1-4).
Deus nos predestinou para ser conforme à imagem de Seu Filho (Rm 8:29). “E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a Sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito” (2Co 3:18).
Jesus, então, Se torna o supremo Unificador da família. Vivendo neste mundo imperfeito, Ele deu o exemplo de que o amor pode vencer o ódio, a luz pode transcender a escuridão, e a paz pode vencer a guerra.
Malcolm S. Douglas, Tucson, AZ, EUA
3. Jesus orou ao Pai para que Seus seguidores fossem um (Jo 17:22). Resuma o que Ele quis dizer com isso, concentrando-se especificamente na função do amor necessário para alcançar essa unidade.
4. Leia 1 Coríntios 13:4-8. Coloque seu nome onde aparece a palavra “amor”. Você se ajusta bem na descrição? Quais mudanças o Espírito precisa levar você a fazer para alcançar esse ideal cristão?
“Se o orgulho e o egoísmo fossem colocados de lado, cinco minutos bastariam para remover a maioria das dificuldades.”1 Quantas vezes batemos o pé para defender uma ideia simplesmente por causa do orgulho? A maioria das discussões poderia terminar rapidamente se usássemos de humildade.
“Há um círculo sagrado em torno de cada família que deve ser preservado. Ninguém mais tem qualquer direito a esse sagrado círculo. Esposo e esposa devem ser tudo um para o outro. A esposa não deve ter segredos que guarde do marido e permita que outros conheçam, e o marido não deve igualmente ter segredos para com a esposa e torná-los conhecidos de outros. O coração da esposa deve ser a sepultura das faltas do marido, e o coração do marido a sepultura das faltas da esposa. Nunca devem, nem um nem outro, permitir gracejos à custa dos sentimentos do parceiro. Não devem jamais, marido ou mulher, quer por brincadeira ou por qualquer outro meio queixar-se um do outro para outras pessoas, pois da prática frequente desta imprudência, o que pode parecer uma brincadeira perfeitamente inocente acabará em conflito entre ambos e talvez em afastamento.”2
A família é um círculo sagrado e o poder governante deve ser o amor. Dentro do lar cristão o dinheiro não é o poder, o amor é o poder.
“A maior prova do poder do cristianismo, que se pode apresentar ao mundo, é uma família bem ordenada, bem disciplinada. Isso recomendará a verdade como nenhuma outra coisa poderá fazer, pois é um testemunho vivo de seu efetivo poder sobre o coração.”3 Quantos poderiam ser ganhos para a verdade simplesmente pelo testemunho fiel de uma família cristã?
“Do ponto de vista do mundo, o dinheiro é poder; mas do ponto de vista cristão o amor é poder. Há envolvida neste princípio força intelectual e espiritual. O amor puro tem especial eficácia para o bem, e não pode fazer senão o bem. Ele previne a discórdia e o sofrimento e leva à verdadeira felicidade. A riqueza é não raro uma influência corruptora e destruidora, a força é forte para ferir, mas a verdade e a bondade são propriedades do puro amor.”4
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1. Ellen G. White, Primeiros Escritos, p. 119.
2. ___________ , O Lar Adventista, p. 177.
3. Ibid., p. 32.
4. Ibid., p. 195.
Gabriel J. Taylor, Jefferson, TX, EUA
5. O que os seguintes textos revelam sobre uma vida de abnegação?
Fp 2:3-5: __________________________________________________________________________________
1Jo 3:16-18: ________________________________________________________________________________
Paulo instruiu as esposas a se submeterem ao marido como ao Senhor (Ef 5:22). Muitos hoje ficam confusos quanto ao termo “submeter-se”. Na conotação grega significava “dispor-se, segundo o estilo militar, sob comando de um líder”, e também “uma atitude voluntária de ceder, cooperar, assumir uma responsabilidade e levar um fardo”.* No entanto, o surgimento de movimentos feministas extremistas e dos direitos da mulher fez com que o termo passasse a ser considerado inferioridade e fraqueza. Como resultado, a hierarquia do lar se tornou indefinida e os papéis de gênero ficaram confusos. Agora as mulheres não estão lutando mais por igualdade, mas por superioridade.
Em Gênesis 2, Deus fez Eva como uma “auxiliadora” (ARA) para Adão. Mas Satanás tem tentado destruir a unidade da família ao destruir o modelo que Deus criou. “Pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o Seu corpo, do qual Ele é o Salvador” (Ef 5:23). A esposa representa a igreja, e o marido representa Jesus. Cristo é o cabeça da igreja, da mesma forma que o marido é o cabeça (representante) do lar. Se o modelo bíblico fosse seguido os casamentos teriam êxito.
O marido não deve abusar dessa responsabilidade. Sua liderança deve seguir o modelo de Cristo, que “amou a igreja e entregou-Se a Si mesmo por ela” (Ef. 5:25). Esses versos não estão defendendo uma obediência tola e uma licença para agir de maneira abusiva. Estão retratando uma humildade afetuosa e uma liderança servidora, produzidas pelo amor cristão.
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*https://www.blueletterbible.org/lang/lexicon/lexicon.cfm?Strongs=G5293&t=KJV.
Brandy Taylor, Jefferson, TX, EUA
6. Que conselho Paulo deu em relação à humildade e serviço nos relacionamentos? (Ef 5:21). Como essa atitude contribui para a unidade na igreja? Por que ela é tão importante no lar? (Ef 5:22–6:9).
Sujeitar-se (Ef 5:21) significa colocar-se humildemente diante de outra pessoa com base em uma escolha voluntária. Esse princípio singular começou com Cristo (Mt 20:26-28; Jo 13:4, 5; Fp 2:5-8).
7. Por que Paulo falou consistentemente, em primeiro lugar, com os mais fracos socialmente em sua cultura – esposas, filhos e escravos? Quais expressões qualificadoras estão vinculadas à submissão nos seguintes textos? Ef 5:22; 6:1; 6:5. Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
A. ( ) De acordo com seu desejo; na sua sabedoria; como a cultura orienta.
B. ( ) Como ao Senhor; no Senhor; como a Cristo.
Nossa natureza caída faz com que enfrentemos dificuldades. O egoísmo que tomou lugar no coração tem atrapalhado o plano divino e provocado desunião nos lares. Há muitos relacionamentos conturbados e rompidos.
A família sempre foi o alvo principal dos ataques de Satanás. Ela é a espinha dorsal da igreja. Satanás sabe que se for bem-sucedido em destruir as famílias a igreja sofrerá. A falta de união desestabiliza os lares e a igreja. Sem unidade, nem a igreja nem as famílias podem cumprir sua missão. Deus tem um plano para restaurar a unidade nos lares e dentro da igreja, mas precisamos cooperar.
Orar fervorosamente pela presença do Espírito no lar e na igreja. Cristo passou por diversas provas e tentações, Ele pode nos ajudar quando enfrentamos desafios (Hb 2:18). Por meio do Espírito Santo, podemos vencer o egoísmo (Rm 7:14-25). Somente a presença de Cristo pode tornar feliz e completo o lar. O Salvador pode solucionar os problemas familiares transformando a água em vinho (ver Jo 2).
Demonstrar amor e compaixão pelos outros (Fp 2:3-5). Muitas vezes, as pessoas que nos são mais íntimas são as que mais magoamos. O que as famílias, a igreja e este mundo sofredor precisam é ver um cristianismo prático. Comecemos a demonstrá-lo dentro de casa. Assim, o Espírito Santo poderá unir e capacitar a igreja para realizar a grande obra de dar a última advertência ao mundo.
Entrar, com fé, na presença do Senhor. É preciso ser submisso e seguir as instruções do Bom Pastor. A Palavra de Deus deve ser o fundamento de toda a verdade para alcançar a unidade dentro da família e na igreja (Ef 2:20). A Bíblia é “útil [...] para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça” (2Tm 3:16), ela contém o antídoto contra o mal.
Luc Brank, Fruemsen, Suíça
8. Examine as seguintes famílias e seu nível de comprometimento. Como o compromisso poderia ter sido fortalecido em algumas famílias? O que incentivou a dedicação demonstrada nas outras?
Compromisso entre pais e filhos (Gn 33:12-14; Êx 2:1-10):________________________________________________
Compromisso entre irmãos (Gn 37:17-28): __________________________________________________________
Compromisso familiar (Rt 1:16-18; 2:11, 12, 20; 3:9-13; 4:10, 13):_____________________________________________
Compromisso conjugal (Os 1:2, 3, 6, 8; 3:1-3):__________________________________________________________
Dois mil anos atrás, quando Cristo andou nesta Terra, já havia divisões entre as pessoas, quer por etnia, religião ou classe social. Houve divisão entre Seus próprios discípulos. Jesus orou ao Pai em favor deles para que todos fossem um, assim como Ele o Pai são um (Jo 17:20-23).
Sua oração foi respondida. Os discípulos se uniram após Sua ascensão, e no dia de Pentecostes, quando todos estavam reunidos, o Espírito Santo desceu sobre eles de maneira poderosa. Eles pregaram e milhares se converteram. Deus deseja que as famílias estejam unidas para receber o poder celestial.
“Quando você vê gansos canadenses voando em sua conhecida formação em ‘V’, e se dirigindo para o Sul a fim de passar o inverno, talvez você fique curioso em saber por que eles voam assim. A ciência descobriu que, quando cada pássaro bate as asas, isso cria uma sustentação para o pássaro que está imediatamente atrás dele. Voando na formação em ‘V’, o bando, unido, tem alcance de voo 70% maior do que se cada pássaro voasse sozinho.
“Como os gansos, as pessoas que seguem na mesma direção e têm senso de unidade podem chegar ao objetivo de maneira mais rápida e fácil, porque estão viajando com o impulso uns dos outros.”* As famílias que são unidas dão testemunho mais eficiente em favor do evangelho.
Dois mil anos depois, temos divisões semelhantes, se não maiores, desde política até religião. O apelo de Cristo continua sendo o mesmo: que sejamos unidos na fé para pregar o evangelho a todas as nações.
Quando as divisões forem vencidas e a igreja se unir no conhecimento de Jesus Cristo, ela receberá a chuva serôdia. Isso capacitará cada membro com o poder do Espírito Santo para levar a última mensagem a todas as nações. Nosso propósito neste mundo estará concluído e iremos com o Salvador para o lar celestial. Imagine que alegria será ir para o Céu, unidos, como família de Deus!
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* Http://familieslead.org/files/7614/1175/6396/Lessons_from_the_Geese.pdf.
Ivan Joshua Raj, Nova York, NY, EUA