Copie Jó 22:21-30 na versão bíblica de sua preferência. Você também pode reescrever as passagens com suas próprias palavras ou fazer um esboço do texto.
1. Leia Sl 53:1; Pv 15:3; Jo 3:16; Is 45:21; Lc 1:26-3. O que os textos revelam sobre a natureza da realidade?
É fundamental para toda educação cristã a realidade não apenas de Deus, mas do tipo de Deus que Ele é, um Ser pessoal que nos ama, interage conosco e faz milagres em nosso favor. Embora use as leis naturais, o Senhor não está limitado por essas leis e pode transcendê-las quando desejar (como na concepção virginal de Jesus). O ensino dessa visão é especialmente pertinente em nossos dias, pois grande parte do mundo intelectual ensina abertamente e sem nenhum arrependimento a cosmovisão ateísta e naturalista, afirmando erroneamente que a ciência sustenta essa cosmovisão.
A sabedoria, o propósito e a inteligência encontram-se em Deus. Portanto, Ele é o princípio e o fim da educação. Ser mais semelhante a Ele é o alvo e o propósito da vida aqui e no mundo futuro. Além de ser o princípio e o fim da educação, Deus também é seu meio. Conhecer a Deus é fundamental para a educação em três aspectos específicos.
Ele é a fonte. A Bíblia enfatiza que Jesus Cristo é a fonte primária de tudo, porque Nele “estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento” (Cl 2:3). Jesus como o fundamento da educação não é apenas um ideal interessante, Ele é o fundamento indispensável.
Sabedoria e conhecimento são tesouros escondidos que estão armazenados na pessoa de Jesus Cristo. O poder humano é incapaz de alcançar por si mesmo esses tesouros. A única maneira de acessar essas virtudes fundamentais é por meio da Fonte divina. Assim, a primeira tarefa da educação deve ser apresentar ao aluno Aquele que é a única Fonte desses recursos.
Ele é o objetivo. O Jardim do Éden foi uma escola na qual o primeiro casal deveria se desenvolver física, mental e espiritualmente, obtendo vislumbres cada vez maiores do poder, sabedoria e amor divinos. Desenvolver-se à imagem do Criador era o alvo educacional deles. E embora façamos parte da humanidade caída, nosso maior objetivo também deve ser nos tornarmos semelhantes a Deus (Mt 5:48).
À medida que a sociedade incorpora o processo da secularização, componentes espirituais e teológicos têm sido lentamente eliminados das instituições de ensino. O objetivo final da educação pode ser alcançado somente por meio da semelhança com o Criador.
Ele é o meio. Outro equívoco é pensar que o mero conhecimento intelectual seja capaz de nos levar a familiarizar com Deus. No entanto, as Escrituras ensinam que Deus não é apenas o princípio e o fim da educação, mas também o meio pelo qual usamos o que Ele nos disponibiliza para nos tornarmos mais semelhantes a Ele. A comunhão tem sido Seu método de educação. Foi assim com Adão e Eva e será assim no Éden futuro.
Há muitos anos, um pensador e escritor alemão chamado Gottfried Wilhelm Leibniz fez provavelmente a pergunta mais básica e fundamental: “Por que há algo em vez de nada?”
2. Leia Gn 1:1; Jo 1:1-4; Êx 20:8-11; Ap 14:6, 7; Jó 12:7-10. Como esses textos respondem à pergunta de Leibniz?
A existência de Deus é assumida na Bíblia. Gênesis não começa com um monte de argumentos lógicos apenas pressupõe Sua existência, Deus como Criador.
Deus é um Ser infinito. Diante dessa realidade, perguntamos: como alguém finito pode descobrir um Deus infinito? Não podemos esperar que uma criança pequena compreenda certas coisas complexas até atingir a maturidade. O ser humano finito não pode descobrir um Deus infinito. A ideia é mais absurda do que uma formiga descobrindo o significado da vida humana. Nesse sentido, coisas espirituais infinitas somente podem ser entendidas espiritualmente.
Como, então, podemos nos familiarizar com um Deus que, humanamente falando, não pode ser descoberto? A resposta é: Deus precisa Se revelar. Essa verdade é expressada na parábola da ovelha perdida (Lc 15:3-7). Embora a ovelha possa instintivamente reconhecer que está perdida, ela é incapaz de encontrar o caminho de volta. O Pastor divino precisa ir ao seu encontro, revelar-Se a ela, do contrário ela continuará perdida. Não importa o tamanho da inteligência humana, sozinha ela jamais conseguirá descobrir Deus. Ele precisa Se tornar conhecido.
A comunhão é o método de educação provido pelo Criador. No Jardim do Éden, Adão e Eva tinham o privilégio de desfrutar essa comunhão com Deus. Ao passarem tempo com o Criador, eles aprendiam mais a respeito do Seu poder, sabedoria e amor. Enquanto aprendiam mais e mais sobre Deus, eles desejavam se tornar mais parecidos com Ele. Assim, eram capacitados para crescer à Sua semelhança.
Também encontramos exemplos dessa comunhão na implementação do santuário terrestre, que foi construído para que Deus pudesse estar no meio do Seu povo (Êx 25:8). Além disso, quando Jesus andou na Terra com Seus discípulos, a comunhão foi Seu método de educação (Lc 6:13). Um fato extraordinário a respeito da comunhão com Deus é que ela pode ser experimentada em qualquer lugar e ocasião, apesar da influência do pecado.
Nosso conhecimento de Deus não se limita a uma sala de aula com um instrutor bíblico. Mesmo as Escrituras, embora sejam a revelação de Deus, não são a única forma de manter comunhão com Ele. A cada momento e a cada hora, Deus Se revela para quem O busca de todo o coração (Jr 29:13). O efeito dessa comunhão em nossa vida está além da estimativa, pois a mente finita é habilitada a receber as dádivas Daquele que é infinito.
3. Leia Ef 6:12; Mc 13:7; Rm 5:8; 8:28; Ec 9:5; Ap 20:5, 6. Quais verdades nesses textos podem nos ajudar a entender melhor a nossa realidade? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) A guerra espiritual que nos envolve, o amor de Deus e Seu sacrifício, a morte, a ressurreição, etc.
B. ( ) A ideia de que o diabo não existe e de que não haverá perseguição.
A Bíblia continua sendo o texto fundamental de nossa fé. Ela ensina a cosmovisão, o “filtro”, pelo qual devemos ver e compreender o mundo, que pode ser um lugar muito assustador e complicado. As Escrituras criam o modelo para nos ajudar a entender melhor a realidade em que nos encontramos, e que, muitas vezes, nos confunde e perturba. Portanto, toda educação cristã deve estar enraizada e fundamentada na Palavra de Deus, e todo ensino contrário a ela deve ser rejeitado.
Descubra a relação das passagens abaixo com o texto bíblico-chave (Jó 22:21-30) da lição desta semana:
Provérbios 2:1-6
Mateus 19:16-22
João 14:25-27
João 17:6-19
Quais outras passagens lhe vêm à mente em relação a conhecer a Deus?
4. De acordo com João 1:1-14, quem era Jesus e o que Ele fez por nós? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Jesus foi o primeiro ser criado.
B. ( ) Jesus é o Verbo encarnado de Deus. Ele é Deus, estava no princípio com Deus e veio para morrer por nós na cruz.
O conhecimento é tão importante para Deus que Ele o tornou parte essencial da experiência de Adão e Eva. No meio do jardim, o Criador colocou a “árvore do conhecimento do bem
e do mal” (Gn 2:9). A tentação de Satanás contra Eva teve como base a curiosidade por mais conhecimento. Ele alegou que, se Eva comesse do fruto da árvore, ela seria como Deus, e teria a capacidade de conhecer o bem e o mal. Até aquele momento, Eva tinha somente o conhecimento de tudo o que era muito bom (Gn 1:31). O argumento de Satanás foi de que ela precisava de conhecimento adicional para se desenvolver (Gn 3:5).
Com a história da queda de Adão e Eva aprendemos que “mais” não é necessariamente mais. Satanás tenta nos convencer da necessidade do que, no Éden, levou Eva a acreditar: que conhecer maior número de coisas é melhor do que conhecer apenas coisas boas. Devemos tomar cuidado com falsas comparações. Muitos ainda são tentados a comparar o bem e o mal como duas coisas de igual valor, usando a lógica para pensar que dois é melhor do que um. Mas é aqui que reside o grande engano.
Nas Escrituras, o sistema divino de valores contrasta o eterno com o temporal. A finalidade principal da educação cristã consiste em transmitir sabedoria para diferenciar entre coisas eternas e coisas temporais. Ela nos qualifica a enxergar as coisas da perspectiva de Deus, em vez de nosso ponto de vista limitado. Deus declarou por meio do profeta Isaías: “Por que gastar dinheiro naquilo que não é pão, e o seu trabalho árduo naquilo que não satisfaz? Escutem, escutem-Me, e comam o que é bom, e a alma de vocês se deliciará com a mais fina refeição” (Is 55:2).
É por meio de Jesus e de Seus ensinamentos que as realidades essenciais a respeito do conhecimento se tornam claras. Primeiro, nem todo conhecimento é de igual valor. Uma pessoa pode saber muito sobre assuntos que a tornariam rica, famosa e poderosa neste mundo. No entanto, o conhecimento de todas essas coisas não a colocará um centímetro mais próxima da esfera da eternidade. Esses dois mundos são incompatíveis. A vida eterna não vem pelo conhecimento de muitas coisas, mas somente em conhecer uma Pessoa, Jesus Cristo (Jo 17:13; 1Jo 5:11, 20).
Em segundo lugar, o Céu não nos mede pela quantidade de dias que vivemos, mas pela qualidade de vida que experimentamos com a oportunidade de crescer infinitamente à semelhança de Cristo por toda a eternidade. Jesus Se referiu a essa realidade como vida “em abundância” (Jo 10:10, NAA), ou “vida plena” (Jo 10:10, NVT). Essa é radicalmente mais valiosa do que um milhão de anos de vida terrena. As duas realidades de vida não podem ser comparadas. Fanny Crosby (1820-1915), a grande compositora de hinos sacros, entendeu essa verdade quando escreveu a música Take the World, but Give Me Jesus (“Tira de mim o mundo, mas dá-me Jesus”, tradução livre):
Tira de mim o mundo, mas dá-me Jesus,
Todas as alegrias da Terra não passam de palavras;
Mas Seu amor permanece para sempre,
Ao longo dos anos eternos, continua o mesmo.
5. Leia Dt 6:5; Mc 12:29-31; Ap 14:12. O que esses textos ensinam sobre conduta moral?
Se quisermos tornar a redenção central em nossa cosmovisão cristã, a Lei de Deus (os Dez Mandamentos) também deve ser central. Afinal, de que somos redimidos senão do pecado, que é a transgressão da Lei (Rm 3:20)? O evangelho não faz sentido sem a Lei de Deus. Essa é uma das razões pelas quais sabemos que a Lei ainda é obrigatória para nós, apesar de sua incapacidade de nos salvar. Por isso, precisamos do evangelho.
Portanto, toda a educação adventista do sétimo dia deve enfatizar o que Ellen White chamou de “perpetuidade da Lei” (O Grande Conflito, p. 63), que inclui o sábado. Se educar é restaurar em nós a imagem de Deus tanto quanto possível nesta vida, então, mesmo no nível mais fundamental, a Lei de Deus deve ser mantida, à luz do exemplo de Cristo, como o código moral que nos mostra o que realmente é bom aos olhos de Deus.
"Nossas ideias sobre educação têm sido muito limitadas. Devemos ter objetivos mais amplos e elevados. A verdadeira educação significa mais do que avançar em determinado programa de estudos. É muito mais do que a preparação para a vida presente. Diz respeito ao ser por completo, durante toda a vida. É o desenvolvimento harmonioso das aptidões físicas, mentais e espirituais. Prepara o aluno para a satisfação de servir neste mundo e para uma alegria mais elevada proporcionada por um serviço ainda mais amplo, relacionado com o mundo futuro.
“A fonte dessa educação é apresentada nestas palavras das Escrituras Sagradas, referentes ao Ser infinito: ‘Nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria’ (Cl 2:3). ‘Ele tem conselho e entendimento’ (Jó 12:13).
“O mundo tem seus grandes mestres, homens de poderoso intelecto e vasta capacidade de pesquisa, pessoas cujas palavras têm estimulado o pensamento e revelado extensos campos do saber. Esses indivíduos têm sido honrados como guias e benfeitores do gênero humano. Há, porém, Alguém que está acima deles. Podemos fazer uma lista dos grandes mestres do mundo no passado, de acordo com o que nos informa a História; entretanto, a luz já existia antes deles. Assim como a Lua e as estrelas do nosso sistema solar resplandecem pela luz refletida do Sol, também os grandes pensadores do mundo, tanto quanto são verdadeiros os seus ensinos, refletem os raios do Sol da Justiça. Cada raio de pensamento, cada lampejo do intelecto, procede da Luz do mundo. […]
“A verdadeira ‘educação de qualidade’ é transmitida por Aquele que possui a ‘sabedoria e a força’ (Jó 12:13) e de cuja boca ‘vem a inteligência e o entendimento’ (Pv 2:6).
“Todo saber e desenvolvimento real têm sua fonte no conhecimento de Deus. Para onde quer que nos voltemos, seja para o mundo físico, intelectual ou espiritual, em tudo que contemplamos, não considerando a mancha do pecado, esse conhecimento é revelado. Somos postos em contato com a Inteligência invisível e poderosa que atua em tudo e através de tudo, não importando o ramo de pesquisa que sigamos com sincero propósito de chegar à verdade. A mente humana é colocada em comunhão com a mente divina, o finito com o Infinito. O efeito dessa comunhão sobre os aspectos físico, mental e espiritual está além de toda estimativa” (Ellen G. White, Educação, p. 13, 14).
DISCUSSÃO
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Perguntas sugestivas para ser discutidas:
- Por que a comunhão com Deus é um conceito difícil de ser compreendido?
- O que nos tem impedido de desfrutar maior comunhão com Deus?
- De quais formas as ideologias modernas procuram eliminar Deus da educação acadêmica?
- Qual deve ser o objetivo principal da sua experiência educacional?
- Sua comunhão e relacionamento com Deus tem ajudado você a se desenvolver física, mental e espiritualmente?
- Em que Deus pode nos ajudar quando demonstramos arrependimento sincero por experiências educacionais equivocadas que tivemos?