Copie Daniel 3 na versão bíblica de sua preferência. Se estiver com pouco tempo, copie somente Daniel 3:16-18. Você também pode reescrever as passagens com suas palavras ou fazer um esboço do capítulo.
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1. Leia Daniel 2:1-16. Qual foi a crise que os hebreus enfrentaram por causa do sonho que o Senhor deu ao rei? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) A ameaça de morte de todos os magos caso o sonho não fosse revelado.
B. ( ) Uma grande fome prevista no sonho e que afetou toda a região.
Os sonhos eram levados a sério no mundo antigo. Quando um sonho parecia um mau presságio, muitas vezes ele indicava um desastre iminente. Assim, é compreensível que Nabucodonosor ficasse tão ansioso com um sonho do qual não conseguia mais se lembrar.
Frustrado, o rei ordenou que os sábios de Babilônia fossem mortos. Daniel e seus companheiros haviam acabado de concluir o treinamento e tinham sido admitidos no círculo de especialistas do rei. Por isso, o decreto de morte se aplicava também a eles. Mas Daniel também conhecia o Deus que podia revelar tanto o conteúdo quanto a interpretação do sonho.
Os três amigos de Daniel estavam em meio à multidão na planície de Dura. Podiam ver a fumaça subindo da fornalha, e talvez, até sentir o calor do fogo que a abrasava. Quando os instrumentos tocaram a música, milhares de pessoas, como peças de dominó, se curvaram diante da imensa estátua de ouro que cintilava sob os raios do sol. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego permaneceram em pé. Ao seu redor, todos, até onde a vista alcançava, estavam prostrados. Logicamente, sua atitude de desobediência diante das ordens reais ficou evidente.
Naquele momento, a tentação de ceder deve ter sido quase irresistível. A coisa mais fácil a fazer teria sido racionalizar. Poderiam dar mil desculpas para se ajoelharem diante da imagem, até mesmo, quem sabe, simular estar abaixando para amarrar suas sandálias! Afinal de contas, que mal haveria em somente dobrar os joelhos? Talvez Deus entendesse que, na verdade, em seu coração, eles estavam se ajoelhando perante Ele, e não em reverência à estátua do rei Nabucodonosor.
Os três hebreus na planície de Dura preferiram comprometer sua vida a se ajoelharem diante de uma imagem. Eles mantiveram um comprometimento radical com a verdade e o dever, comprometimento que está se enfraquecendo cada vez mais entre os cristãos de nossa cultura pós-moderna. No entanto, é esse comprometimento radical que Deus está chamando Seus fiéis a imitar nesse tempo do fim. “Devemos escolher o que é correto porque é correto e deixar com Deus as consequências”, ainda que isso signifique nossa morte (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 460).
A ética bíblica do fim dos tempos não é situacional, ela é radicalmente fundamentada em princípios. Não vale a pena comprometer nossa fidelidade a Deus mesmo que tenhamos que sofrer perseguição, injúria ou morte. “Antes morrer do que pecar; é melhor passar necessidade do que defraudar; melhor passar fome do que mentir. Todos os que são tentados enfrentem Satanás com as palavras: ‘Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos Seus caminhos!’ (Sl 128:1”; Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, p. 495).
As cenas ocorridas na planície de Dura se repetirão no fim da história da Terra. Uma imagem à besta será instituída e todos serão forçados a adorá-la sob pena de morte. Mas um remanescente fiel se recusará a adorá-la. O chamado para ser fiel até a morte aos mandamentos divinos será atendido pelo verdadeiro povo de Deus. A fidelidade radical de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego tipifica a característica desse povo durante o fim do grande conflito.
2. Leia Daniel 2:17-23. Quais foram os dois tipos de oração feitos pelo profeta?
Dois tipos de oração são mencionados nesse capítulo. O primeiro é uma petição de Daniel a Deus para que Ele revelasse o conteúdo do sonho e sua interpretação (Dn 2:17-19). Em resposta ao fato de que o Criador atendeu sua petição, o servo de Deus e seus amigos irromperam em uma oração de gratidão e louvor. Quando oramos ao Senhor, podemos crer que Ele fará o que é melhor para nós e, portanto, devemos sempre louvá-Lo e agradecer-Lhe.
Hermenêutica. Nabucodonosor usou uma hermenêutica (interpretação) convenientemente distorcida para dar ao seu sonho (ver Dn 2) um sentido que se adequasse às suas ambições egoístas. Em vez de mandar erigir uma estátua com metais diferentes, como a que ele havia sonhado, o rei mandou construir uma inteiramente de ouro – sugerindo, é claro, que seu reino nunca teria fim. Infelizmente, o uso de uma hermenêutica errônea para interpretar a revelação divina continua até hoje.
As três principais escolas de interpretação profética são o preterismo, o futurismo e o historicismo. O preterismo defende que as profecias bíblicas remontam ao passado, portanto, elas não têm natureza preditiva. O futurismo, por sua vez, defende que as profecias não têm nenhuma relação com o presente, nem com a era histórica, porque ainda vão se cumprir no futuro. O historicismo interpreta as profecias bíblicas relacionadas ao povo de Deus ao longo da História, chegando aos dias atuais e estendendo-se até o futuro, com a segunda vinda de Cristo e o estabelecimento do reino de Deus. Esse foi o método utilizado por Cristo, pelos reformadores, pelos nossos pioneiros, e é o método adotado pela nossa Igreja.
Música. Nabucodonosor se valeu dos instrumentos musicais e da música para dominar as emoções e preparar o ambiente para a adoração da estátua. A música é mencionada quatro vezes no capítulo 3, incluindo detalhes repetitivos até dos tipos de instrumentos que eram tocados. Fica claro que a música era o sinal para que as pessoas se curvassem e adorassem a estátua que o rei havia erigido.
A música desempenha papel fundamental na adoração. Ela tem o poder de cativar as emoções e entorpecer a razão e a consciência. Certamente, ela também será uma das estratégias do inimigo na falsa adoração do tempo do fim.
Tribulação. Hoje há uma crença popular entre os cristãos de que os filhos de Deus, no fim dos tempos, não irão passar pela tribulação. Entretanto, a história da fornalha de fogo ardente ilustra o fato de que Deus não irá impedir Seu povo de passar pela tribulação, mas sim, que estará com Seus fiéis em meio à tribulação. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego não foram salvos do fogo, foram salvos em meio ao fogo.
Apocalipse 13 e Daniel 3. As provações relatadas em Daniel 3 ocorrerão novamente no fim dos tempos, como está descrito em Apocalipse 13. Assim como foi exigida a adoração à imagem de Nabucodonosor em Daniel 3, de maneira semelhante será obrigatória a adoração à besta romana no tempo do fim. Assim como houve uma ordem suprema para adorar a imagem de ouro, haverá um chamado mundial para dar poder à imagem da besta no fim do tempo, sob ameaça de morte.
3. O que foi dito em Daniel 2:24-30?
4. Leia Daniel 2:31-49. De acordo com o sonho, qual era o destino do reino de Nabucodonosor?
O sonho consistia em uma estátua majestosa, com sua cabeça de ouro, o peito e os braços, de prata, o ventre e os quadris, de bronze, as pernas, de ferro, os pés, em parte de ferro, em parte de barro. Por fim, uma pedra a destruiu e espalhou como palha ao vento. Daniel explicou que os diferentes metais representavam sucessivos reinos que substituiriam um ao outro ao longo da História.
Descubra a relação das passagens abaixo com o texto bíblico-chave (Dn 3) da lição desta semana:
Apocalipse 13:8-18
Daniel 6:8-15
Apocalipse 14:6-10
Apocalipse 16:1-12
Apocalipse 5:6-14
Quais outras passagens/promessas lhe vêm à mente em conexão com Daniel 3?
A profecia expressa pelo sonho de Nabucodonosor apresenta um esboço profético geral e funciona como o parâmetro para abordar as profecias mais detalhadas de Daniel 7, 8
e 11. Além disso, Daniel 2 não é uma profecia condicional, mas uma profecia apocalíptica: uma predição definitiva do que Deus anteviu e realizaria no futuro.
1. A cabeça de ouro: Babilônia (625–539 a.C.).
2. O peito e os braços de prata: Média-Pérsia (539–331 a.C.).
3. O ventre e os quadris de bronze: Grécia (331–168 a.C.).
4. As pernas de ferro: Roma (168 a.C.–476 d.C.).
5. Os pés em parte de ferro e em parte de barro: Europa dividida (476 d.C.–Segunda vinda de Cristo).
Qual foi a motivação que levou os três jovens hebreus a assumir posição tão radical na planície de Dura? Certamente, não foi o medo dos soldados babilônicos. Foi o temor a Deus. Não um temor no sentido de ter medo, porque para aqueles jovens a soberania divina importava mais do que a autoridade de seres humanos. Eles se importavam mais com o que Deus pensava do que com o que pensava qualquer outra pessoa no mundo!
O que mais importa é seu conceito sobre a pessoa que você mais ama. Porque você ama essa pessoa, em certo sentido você “teme” decepcioná-la. No fim da história deste mundo haverá apenas dois grupos de pessoas: os que temem a Deus e os que se submeterão às imposições da besta; os que adoram o Cordeiro e os que adorarão a besta. A besta usará medidas violentas para obrigar as pessoas a segui-la, ao passo que aqueles que seguem o Cordeiro fazem isso por amor.
Os jovens hebreus assumiram essa posição porque, para eles, Deus era uma realidade viva. Pelos olhos da fé, eles acreditavam no Deus invisível, e, quando a música soou, foi como se eles sentissem temor pela presença da única Pessoa que reconheciam como soberana em sua vida.
5. Leia Daniel 2:34, 35, 44, 45.
O foco do sonho está no que acontecerá nos “últimos dias” (Dn 2:28). Por mais poderosos e ricos que tenham sido, os reinos de metal (e barro) nada mais são que um prelúdio do estabelecimento do reino representado pela pedra. Embora cada um dos reinos anteriores deva chegar ao fim, o reino representado pela pedra durará para sempre. A metáfora da rocha, portanto, muitas vezes simboliza Deus (Dt 32:4; 1Sm 2:2; Sl 18:31), e a pedra também pode ser uma representação do Messias (Sl 118:22; 1Pe 2:4, 7). Sendo assim, nada é mais apropriado do que a figura de uma pedra para simbolizar o estabelecimento do reino eterno de Deus.
"Que considerável obra foi a que esses nobres hebreus executaram durante sua vida! Ao se despedirem do lar de sua infância, dificilmente poderiam ter sonhado com o elevado destino que lhes aguardava. Fiéis e firmes, entregaram-se à direção divina, de maneira que Deus pôde cumprir Seu propósito por intermédio deles.
“Deus deseja revelar hoje, por meio de jovens e crianças, as mesmas poderosas verdades que foram reveladas por esses homens. […]
“A maior necessidade do mundo é a de homens que não se comprem nem se vendam; homens que, no íntimo de seu coração, sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é certo, ainda que caiam os céus.
“Mas um caráter assim não é obra do acaso; nem se deve a favores e concessões especiais da Providência. Um caráter nobre é resultado de disciplina própria, da sujeição da natureza inferior pela superior – a renúncia do eu para o serviço de amor a Deus e à humanidade” (Ellen G. White, Educação, p. 57).
DISCUSSÃO
Compartilhe com sua classe o que você extraiu desta lição, por exemplo: descobertas, observações, dúvidas e pontos principais. Perguntas sugestivas para ser discutidas:
- Pelo que você está disposto a morrer?
- Quais você acha que foram as motivações pelas quais você assumiu essa posição?
- Você morreria por alguém que ama?
- Por que você acha que Deus nos pede que estejamos dispostos a morrer por Ele de preferência a comprometer algum princípio?
- De que maneira podemos cultivar o senso da presença de Deus em nossa vida?
- Como podemos chegar ao ponto em que a opinião de Deus seja para nós a mais importante?