Lição 13
21 a 27 de março
Identidade Adventista
Prévia da semana: Relacionamento e crença Na época em que vivemos, o mais importante é ser aceito por um grupo, de preferência, a defender crenças. As pessoas estão mais preocupadas em ser aceitas em uma comunidade e se conectarem a outras pessoas. Mesmo entre cristãos, crenças e doutrinas são consideradas secundárias. Mas Deus nos chama para adorá-Lo em espírito e verdade (Jo 4:24). Não é um caso de relacionamento ou crença, mas de relacionamento e crença. O Senhor deseja que sejamos uma comunidade que esteja alicerçada na verdade. Para que tenhamos certeza e convicção das crenças fundamentais que defendemos, é preciso que estejamos seguros da identidade adventista. Precisamos nos certificar de que os conceitos doutrinários de nossa fé estejam fundamentados sobre uma sólida base bíblica. Por exemplo, Ellen White declarou que a profecia dos 2.300 anos (Dn 8:14) é a “coluna central” da fé adventista. Se estivermos errados quanto à “coluna central”, a estrutura toda desmorona. Quão sólidas são as evidências de que nossa interpretação de Daniel 8:14 está correta? Essa é uma questão de identidade que não podemos deixar de lado. Precisamos examinar as evidências por nós mesmos.
Leitura adicional: Daniel 9:20-27
Domingo, 22 de março

Copie Daniel 9:20-27 na versão bíblica de sua preferência. Se estiver com pouco tempo, copie somente Daniel 9:24-27. Você também pode reescrever as passagens com suas palavras ou fazer um esboço do capítulo.

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Mãos à Bíblia

1. Leia Daniel 12:1. Quem muda o curso da História no tempo do fim? Como Romanos 8:34 e Hebreus 7:25 nos ajudam a entender o significado desse texto?

Cada capítulo de Daniel até agora começou mencionando o governante de uma nação pagã. Daniel 12 também inicia com um governante, mas ao contrário de todos os outros capítulos, o governante é um Príncipe divino que Se levanta para libertar o povo de Deus das mãos de seus inimigos.

Como vimos no estudo de Daniel 10, Miguel é o mesmo ser celestial poderoso que aparece a Daniel no rio Tigre. Ele surge ali como o representante celestial do povo de Deus. Ele também aparece em outras partes do livro de Daniel como o Filho do homem (Dn 7), o Príncipe do exército (Dn 8) e o Ungido, o Príncipe (Dn 9). Portanto, Miguel, cujo nome significa “quem é como Deus?”, não deve ser outro senão o próprio Jesus Cristo.

Pense Nisto
- Quais são os motivos que levam você a acreditar que a igreja adventista é um movimento profético?
Segunda-feira, 23 de março
Fundamentados no Messias

No capítulo 8, Daniel teve a visão do carneiro, do bode, do chifre pequeno, e dos 2.300 dias/anos. O anjo Gabriel veio para a explicar a visão ao profeta, porém não explicou totalmente a profecia dos 2.300 dias/anos referente à purificação do santuário. Daniel havia estudado a profecia de Jeremias e estava aguardando o fim dos 70 anos do cativeiro babilônico sobre seu povo. Ele ficou confuso e atormentado com a exposição do anjo. Talvez ele tivesse pensado que a profecia dos 2.300 anos significasse que o cativeiro de 70 anos se estenderia por um período bem mais longo. O capítulo 8 termina mencionando que Daniel ficou exausto e doente porque não compreendeu a visão.

O capítulo 9 começa com a referência de Daniel aos 70 anos de cativeiro e sua oração intercedendo pela libertação de seu povo, conforme Deus havia prometido por meio do profeta Jeremias. O anjo Gabriel disse que havia sido enviado para ajudar Daniel a “entender a visão” (Dn 9:23). Ele começou explicando a primeira parte dos 2.300 anos, que se referia às 70 semanas (veja o diagrama abaixo).

A data profética de 1844 e a doutrina adventista do juízo investigativo estão fundamentadas nessa profecia. As 70 semanas ou 490 anos comprovam o fato de que Jesus é o Messias que seria enviado à Terra. Ele foi batizado exatamente no tempo profético. Ele também morreu no ano em que a profecia predisse.

É difícil negar a veracidade das 70 semanas e seu cumprimento em Jesus. Se a data para o ano de 1844 está errada, então as 70 semanas também estão erradas, e Jesus não é o Messias. Em outras palavras, se tudo se cumpriu exatamente conforme profetizado, então, não há razão para não se acreditar no juízo investigativo que começou em 1844. E isso faz todo sentido para nós como adventistas do sétimo dia.

Mãos à Bíblia

2. Daniel 12:1 fala sobre “todo aquele que for achado inscrito no livro”. O que isso significa?

Além do livro da vida, as Escrituras mencionam livros contendo os registros das ações humanas (Sl 56:8; Ml 3:16; Is 65:6). São livros usados no tribunal celestial.

Pense Nisto
- Quais são os motivos que levam você a acreditar que a igreja adventista é um movimento profético?
Mãos à obra
- Volte ao texto que você copiou e estude as passagens. - Faça um círculo em torno das palavras/frases/ideias repetidas - Sublinhe palavras/frases que você achou importantes - Desenhe flechas ligando palavras/frases a outras palavras/frases que estão associadas ou relacionadas - Escolha um verso favorito do texto-chave desta semana. Escreva-o para ajudar na memorização.
Terça-feira, 24 de março
Examinando Daniel 9:20-27

Qual é a relação entre os 2.300 dias de Daniel 8 e as 70 semanas de Daniel 9? Quando Daniel 8 e 9 são estudados juntos fica claro que eles formam uma só unidade. Devemos nos lembrar de que nos manuscritos originais da Bíblia não havia divisão de capítulos e versículos. Portanto, as 70 semanas são parte integrante dos 2.300 anos. Na sequência, apresentamos algumas evidências de que a profecia dos 2.300 dias e as 70 semanas estão intimamente relacionadas:

1. Daniel declarou que Gabriel é o anjo que ele tinha visto na visão anterior (Dn 8:21). Não há nenhuma visão relatada em Daniel 9, mas Daniel 8 contém uma visão que foi interpretada por Gabriel. Em outras palavras, a associação de Gabriel com a visão do capítulo 8 indica que a profecia dos 2.300 dias e as 70 semanas estão interligadas.

2. Daniel desmaiou e, mais tarde, disse que não havia conseguido entender a visão (Dn 8:27). A única parte da visão do capítulo 8 que Daniel não conseguiu entender foi a profecia dos 2.300 dias. Quando Gabriel chegou para explicar a Daniel, ele disse: “Preste atenção à mensagem para entender a visão” (Dn 9:23). Gabriel foi enviado do Céu especificamente para explicar a profecia dos 2.300 dias/anos.

3. Daniel 8:15 usa a palavra hazon para se referir a “toda a visão”, mas em Daniel 8:27 a palavra usada é mareh para se referir à “porção da visão” que fala dos 2.300 dias/anos que Daniel não havia entendido. Quando o anjo Gabriel veio e disse para Daniel “entender a visão” (Dn 9:23) ele usou a palavra mareh. Gabriel associou a profecia dos 2.300 dias/anos às 70 semanas.

4. Quando Gabriel iniciou a explicação, ele disse que as 70 semanas estavam “decretadas” (Dn 9:24) ou “determinadas” (ARA) sobre o povo de Israel. A palavra hebraica para “determinadas” é chatak, que literalmente significa “cortar fora” ou “separar”. Gabriel estava indicando que 70 semanas estavam “cortadas” ou “separadas” dos 2.300 dias/anos e tinham que ver com os israelitas. Portanto, uma das chaves para se entender a profecia dos 2.300 dias/anos é considerar o contexto das 70 semanas.

E que dizer da teoria do intervalo (gap theory)? Algumas denominações cristãs têm defendido a crença de que a última das 70 semanas da profecia deve ser desligada das outras e colocada no futuro. Veja o diagrama abaixo:

De acordo com essa interpretação, a última das 70 semanas será de sete anos de tribulação. O arrebatamento secreto é o evento que inicia os sete anos de tribulação. Porém, as pessoas que não foram arrebatadas para o Céu na primeira vez terão uma segunda chance. Segundo essa crença, o anticristo surgirá na metade dos sete anos.

Há vários problemas com essa posição. Primeiramente, não há evidência de qualquer descontinuidade na profecia das 70 semanas. Além disso, não há menção nenhuma ao anticristo; ao contrário, a septuagésima semana é uma referência ao “Messias” (Dn 9:26), que colocaria fim aos sacrifícios (v. 27). Quando Cristo morreu na cruz o véu do templo se rasgou de alto a baixo (Mt 27:51). Isso indicou que os sacrifícios terrenos não mais eram necessários, porque o verdadeiro Cordeiro de Deus havia sido morto.

Veja o diagrama abaixo (Dn 9:24-27):

 

Mãos à Bíblia

3. Leia Daniel 12:2, 3. De qual evento ele falou nessa passagem? Considerando o que entendemos sobre a morte, por que esse evento é tão importante para nós? Assinale a alternativa correta:

A. (    ) Da ressurreição. É importante porque justos e injustos serão salvos.
B. (    ) Da ressurreição. Os justos terão a vida e os ímpios a vergonha eterna.

Daniel fez provavelmente a referência mais explícita do Antigo Testamento à ressurreição vindoura. Como Paulo declarou: “Tragada foi a morte pela vitória” (1Co 15:54).

4. Leia Romanos 8:18 e Hebreus 2:14, 15. Por quais razões não precisamos temer a morte? Assinale a alternativa correta:

A. (    ) Porque Cristo já a venceu. Ela não terá domínio sobre nós.
B. (    ) Porque quando morremos, continuamos existindo em outro plano.

A morte traz ruína e é o fim de tudo por aqui. Porém, recebemos a promessa de que ela não terá a última palavra para os fiéis. A morte é um inimigo derrotado. Quando Cristo quebrou as cadeias da morte e ressurgiu do túmulo, Ele lhe desferiu o golpe fatal. Agora podemos contemplar além da realidade temporária da morte à realidade suprema da vida que recebemos de Deus em Cristo.

Pense Nisto
- Observando o texto bíblico que você copiou e marcou, que ideia principal você destacaria? - Por que ideias erradas sobre as profecias são tão perigosas espiritualmente?
Quarta-feira, 25 de março

Descubra a relação das passagens abaixo com os textos bíblicos-chave (Daniel 9:20-27) da lição desta semana:

Marcos 1:15
Lucas 3:1
Daniel 12:1
Atos 7:54-60
Atos 8:1-4
Esdras 6:14
Mateus 27:51

Quais outras passagens lhe vêm à mente em conexão com esse trecho de Daniel 9?

Mãos à Bíblia

5. Leia Daniel 12:4 e João 14:29. Por que o livro de Daniel deveria ser selado até o tempo do fim?

A partir da Reforma Protestante, mais e mais pessoas começaram a estudar o livro de Daniel. Como observou Ellen G. White, “desde 1798, porém, o livro de Daniel foi descerrado, aumentou-se o conhecimento das profecias, e muitos têm proclamado a mensagem solene do juízo próximo” (O Grande Conflito, p. 356). Essa convicção se tornou a força motivadora de um movimento mundial” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 4, p. 970).

Quinta-feira, 26 de março
Jesus e o remanescente adventista

A data profética de 1844 é reputada como bizarra por outras denominações cristãs. Elas questionam nosso método de interpretar as profecias, principalmente, as que classificamos como “apocalípticas”, no caso, os livros de Daniel e Apocalipse. No entanto, 1844 não é uma data sem significado profético; ao contrário, ela é uma data profética cristocêntrica! A posição adventista em relação a 1844 está fundamentada nos capítulos 8 e 9 do livro de Daniel. Neles encontramos profetizados os acontecimentos que ocorreram no fim dos 2.300 anos: na Terra, a restauração da verdade, e no Céu, o início do juízo investigativo. A interpretação adventista desses cumprimentos proféticos também está ancorada na compreensão das 70 semanas (Dn 9) que revelou que Jesus era o Messias prometido. Portanto, a veracidade da profecia das 70 semanas confere veracidade à data de 1844.

A mensagem do juízo investigativo está fundamentada em Jesus, como o Messias prometido, e no evangelho. Essa fase investigativa do julgamento divino pode parecer oposta ao evangelho e às boas-novas da salvação em Cristo. Contudo, os capítulos 8 e 9 de Daniel não fazem separação entre elas. A mensagem do juízo investigativo e a mensagem da cruz estão interligadas profeticamente. Portanto, não devem ser dissociadas teologicamente uma da outra.

A inter-relação das 70 semanas com a profecia dos 2.300 dias/anos conecta Jesus, o Cordeiro de Deus, com Jesus, o Sumo Sacerdote. Esses dois períodos proféticos são intercambiáveis. Eles apontam para Jesus como nosso Salvador no pátio do santuário terrestre; como Sumo Sacerdote no Lugar Santo, de 31 d.C. a 1844 d.C.; e como Sumo Sacerdote no Lugar Santíssimo, de 1844 até a Sua segunda vinda.

A interligação entre esses dois períodos proféticos atesta que a doutrina bíblica do santuário é a chave hermenêutica para se compreender o plano da salvação.

 

Mãos à Bíblia

6. Leia Daniel 12:5-13. Como o livro foi concluído?

Curiosamente, essa cena final ocorre no rio Tigre, o lugar da última importante visão de Daniel (Dn 10:4). No entanto, a palavra usada aqui não é a palavra hebraica comum para rio, mas o termo ye’or, que geralmente designa o rio Nilo. Isso nos lembra o Êxodo e mostra que, assim como o Senhor libertou Israel do Egito, Ele libertará Seu povo no tempo do fim.

Pense Nisto
- Em que parte de Daniel 9:20-27 você vê Jesus? - Você passou a ver Jesus sob nova perspectiva depois desta lição? - Como você reage ao ver Cristo dessa forma?
Sexta-feira, 27 de março
Esperança no desapontamento

"A passagem que, mais do que todas as outras, tinha sido tanto a base quanto a coluna central da fé do advento foi a declaração: ‘Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado’ (Dn 8:14, ARA). Essas palavras haviam sido familiares a todos os que criam na breve volta do Senhor. Essa profecia era repetida com alegria pelos lábios de milhares como o lema de sua fé. Todos sentiam que dos acontecimentos nela preditos dependiam suas mais brilhantes expectativas e mais acalentadas esperanças. Tinha sido mostrado que esses dias proféticos terminariam no outono de 1844. Em conformidade com o restante do mundo cristão, os adventistas admitiam, nessa época, que a Terra ou alguma parte dela fosse o santuário. Entendiam que a purificação do santuário seria a purificação da Terra pelo fogo do último grande dia, e que ocorreria por ocasião do segundo advento. Daí a conclusão de que Cristo voltaria à Terra em 1844.

“Entretanto, o tempo indicado passou, e o Senhor não apareceu. Os crentes sabiam que a Palavra de Deus não falharia. A interpretação da profecia devia estar equivocada. Mas onde estava o equívoco? Muitos cortaram de forma precipitada o nó da dificuldade negando que os 2.300 dias tivessem terminado em 1844. Nenhum motivo justificava essa posição, exceto o fato de que Cristo não tinha vindo na ocasião esperada. Argumentaram que, se os dias proféticos tivessem terminado em 1844, Cristo teria então voltado para purificar o santuário por meio da purificação da Terra pelo fogo. E, como Ele não tinha aparecido, os dias não poderiam ter terminado.

“Aceitar essa conclusão equivalia a renunciar aos cálculos anteriores dos períodos proféticos. Verificou-­se que os 2.300 dias começavam quando a ordem de Artaxerxes para a restauração e edificação de Jerusalém entrou em vigor, no outono de 457 a.C. Tomando isso como ponto de partida, havia perfeita harmonia na aplicação de todos os acontecimentos preditos na explicação daquele período de Daniel 9:25-27. Sessenta e nove semanas, os primeiros 483 anos dos 2.300, deveriam estender-se até o Messias, o Ungido; e o batismo e unção de Cristo, pelo Espírito Santo, no ano 27 de nossa era, cumpriram exatamente esse detalhe. No meio da 70ª semana, o Messias seria morto. Três anos e meio depois de Seu batismo, na primavera do ano 31, Cristo foi crucificado. As 70 semanas, ou 490 anos, pertenceriam especialmente aos judeus. Ao expirar esse período, a nação selou sua rejeição de Cristo pela perseguição de Seus discípulos, e, no ano 34, os apóstolos voltaram sua atenção para os não judeus. Havendo terminado os primeiros 490 anos dos 2.300, restavam ainda 1.810 anos. Contando-se desde o ano 34 d.C., 1.810 anos se estendem até 1844. Então, conforme o anjo, o santuário seria “purificado”. Todas as especificações precedentes da profecia se cumpriram, inquestionavelmente, no tempo designado. […]

“Em suas pesquisas aprenderam que não há nas Escrituras nada que sustente a ideia popular de que a Terra seria o santuário. No entanto, acharam na Bíblia uma completa explicação do tema do santuário – sua natureza, localização e serviços –, sendo o testemunho dos escritores sagrados tão claro e amplo que colocou o assunto acima de qualquer dúvida” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 409, 410).

 

DISCUSSÃO

Compartilhe com sua classe o que você extraiu desta lição, por exemplo: descobertas, observações, dúvidas e pontos principais. Perguntas sugestivas para serem discutidas:

  • Quais são os motivos comuns que levam as pessoas a se tornarem membros de uma igreja?
  • Qual é a relevância das doutrinas ao se escolher uma igreja?
  • O que é mais importante: relacionamento ou doutrina?
  • Como podemos provar que Jesus é o Messias que veio à Terra?
  • A profecia dos 2.300 anos transmite a você segurança na fé do movimento adventista?
  • Por que é importante ter conhecimento e convicção de nossas doutrinas distintivas?
  • Quais são as implicações do fato de que estamos vivendo no tempo do juízo desde 1844?
Pense Nisto
- Depois do estudo de Daniel 9:20-27, nesta semana, quais aplicações você pode fazer em sua vida? - Quais práticas você pensa adotar a partir destes estudos proféticos?